A porta de repente se abre. Um homem aparentemente com uns 30 anos de idade. Cabelos curtos e olhos escuros. Trajava uma pólo preta e uma calça jeans escura.
- Você acordou... - seu rosto mostrava alívio.
Ele logo pega um pequeno banco que não tinha notado e senta ao meu lado. - Como está?
- Bem... O que aconteceu? - minha mente estava em branco.
Seu cenho se enruga. - Não se lembra?
Nego lentamente com a cabeça.
- Querida... - ele parecia incômodo. - Do que se lembra?
Foi aí que percebi que minhas memórias... Não estavam lá. Não me lembrava de nada. Nem do meu próprio nome.
- Quem é você? - ele arregala levemente os olhos. A porta se abre e um senhor de meia idade entra. Parecia o médico pelas suas roupas.
- Senhora Gavanagah! Está acordada pelo que vejo... Olho sem compreender. - O que estou fazendo aqui?
Escuto o monitor cardíaco acelerar. - Por que estou aqui? Quem são vocês?! Quem sou eu?!
O homem ao meu lado se levanta. - Calma Lily... Está tudo bem!
O médico grita alguma coisa para o corredor e logo aparece uma enfermeira.
- Lily... - o tal homem segura meu queixo e força a olhar para ele. - Vai ficar tudo bem. Você está bem... Não me lembrava nele, mas sua voz era reconfortante e vagamente familiar. Seus olhos me acalmavam. Sua boca se ergue em um pequeno sorriso.
- Isso... Minha garota... - Lilian... - surpreendo-me ao responder o médico. - Isso, seu nome é Lilian Cavanagah. Você sofreu um acidente... - ele senta na beirada da minha cama e começa a examinar meu rosto.
Acende uma pequena lanterna e a mira para meus olhos. - Olhe para a luz... Obedeço-o. - Hmm... - ele apaga e se levanta.
- Não estou certo, mas pela reação dela ao acordar, aprece que houve seqüelas do acidente... Teremos que fazer mais alguns exames, uma tomografia talvez para vermos o que aconteceu e para confirmar minhas suspeitas. Não a sobrecarregue com muitas informações senhor Cavanagah. Fale coisas pequenas e sem significância, deixe as mais importantes para mais tarde, sim?
Ele acena com a cabeça. O médico se despede de mim com um pequeno aceno. Ele e a tal enfermeira conversam um pouco, logo ele sai fechando a porta.
A enfermeira se aproxima com uma pequena bandeja. - Olá, senhora Cavanagah. Caso não se lembre, meu nome é Joanna. Trouxe seus remédios.
- ela me entrega um copinho plástico com dois comprimidos e um com água.
- São para que? - indago.
Ela sorri. - Um é para seus machucados que estão em sua perna e o outro é uma para sua cabeça, para melhorar rapidamente... Aceno com a cabeça e ingiro. - Ok. Se precisar de alguma coisa senhora Cavanagah, não hesite em me chamar.
- Obrigada, Joanna... - ela sorri e sai do quarto. O homem retorna ao seu lugar. Seu perfume chega ao meu nariz. Reconheço.
- Seu perfume... Eu... - engulo em seco. - Já senti em algum lugar, mas não me lembro de onde...
Ele me dá um largo sorriso. - Isso! Você me deu em meu aniversário.
Fico de repente com vergonha. - Sinto muito, mas... Quem é você?
Seu sorriso desmancha e é substituído por dor. - Realmente não se lembra?
- Sinto muito... Ele suspira. Ele passa a mão por seu cabelo e sorri nervosamente. - Acho que isso é uma das coisas que deve se esperar para comentar... - Por favor... - imploro.
Ele olha para o vazio por alguns segundos. - Ok. Meu nome é Leonard... Conhecemos-nos faz uns 5 anos. Trabalho em uma empresa no ramo comercial, publicidade na verdade. Sou o dono.
Eu... - ele suspira. - Estava no trabalho quando me ligaram e me informaram o que tinha acontecido com você.
Alguma coisa não se encaixava ali. Ele ter o mesmo sobrenome que o meu e... - Mas... Por que está aqui agora?
Ele encara chão. - Porque sou seu marido, Lilian.