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Obsessão do Caos

Obsessão do Caos

3.5
1 Capítulo
86 Leituras
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Sinopse

Índice

Haissa estava cansada de viver em um ambiente de conflitos e decidiu sair de casa em busca de paz. Por um tempo, ela conseguiu encontrar um pouco de tranquilidade, mas sua vida foi completamente transformada quando um homem misterioso entrou em seu caminho, prometendo trazer muita inspiração para sua vida. Em meio a intrigas, segredos e mistérios, Haissa começa a descobrir informações surpreendentes sobre sua própria vida, o que a faz questionar a realidade de tudo que conhecia até então. Ela e o homem misterioso acabam se envolvendo em um mundo repleto de interesses, dinheiro, sedução e perseguições perigosas, colocando suas vidas em risco. Conforme as peças desse grande quebra-cabeça vão se encaixando, Haissa percebe que ela e o homem por quem está se apaixonando podem ser farsas, o que a leva a questionar quem realmente são e quais são suas verdadeiras intenções. Em meio a uma trama cheia de reviravoltas, Ela terá que lutar para sobreviver e descobrir a verdade, antes que seja tarde demais.

Capítulo 1 Prólogo

Prefácio

"Guardar segredos obscuros e impedir que alguém conheça sua verdadeira história é

condená-lo a viver em uma prisão invisível, privando-o da liberdade

de compreender plenamente sua própria identidade".

Dedicatória

Para aqueles que não têm medo de mergulhar nas profundezas do

desconhecido, que abraçam sua própria loucura e encontram beleza no

caos, este livro é uma jornada emocional intensa, uma celebração

do amor e ódio e um convite para que mandemos o resto se foder.

A rajada de vento era gélida e gotas irritantes de chuva caíram impiedosamente sobre mim. Infelizmente, o meu salto recém-adquirido por duzentos reais quebrou, deixando-me frustrada. Tive que economizar durante meses para comprar aquele lindo par de saltos altos, agora destruído.

Além disso, a minha maquiagem não parecia estar em boas condições, fazendo com que eu me sentisse como a versão sexy freira da Invocação do Mal. No entanto, decidi não desperdiçar o meu dinheiro e coloquei o sapato quebrado na minha mochila de emojis.

Mesmo com a chuva se tornando mais forte a cada momento, respirei fundo e continuei a andar. Aquela noite prometia ser perfeita, mas as coisas não saíram como eu havia imaginado.

O meu namorado havia-me deixado na estrada após uma briga, e para piorar, o meu celular estava com ele. Como era tarde da noite, eu nem sequer sabia onde ficava o ponto de ônibus mais próximo. Decidi, então, arremessar a mochila nas minhas costas e caminhar até encontrar um lugar seguro onde pudesse pedir ajuda.

Desejando ardentemente não ser vítima de alguma agressão perpetrada por algum delinquente. Mesmo carregando um pequeno canivete na minha mochila, sabia que o meu domínio sobre a lâmina era insuficiente, podendo, inclusive, antecipar a minha morte.

O top branco já havia grudado no meu peito, que estava coberto por um sutiã rosa. Minha saia, curta e de couro falso, apresentava uma pequena fenda na perna esquerda, um conjunto agradável à vista, porém sem etiquetas de grife.

Não me senti segura para interromper a minha caminhada naquela rua escura e deserta, debaixo de uma chuva que arruinara os cachos feitos com o babyliss no meu cabelo. O meu corpo tremia, não somente devido ao frio, mas também porque olhava constantemente por cima do ombro, com medo de ser seguida. Eu me sentia paranoica e sem sorte.

Ao ouvir passos vindos de um beco, gritei horrivelmente e instantaneamente adotei uma posição de luta semelhante àquela vista em "Kung Fu Panda". Logo em seguida, observei cachorros saindo do beco correndo atrás de uma cadela, possivelmente no cio. Eu tentei acalmar a minha respiração e os meus batimentos cardíacos.

Os meus passos tornaram-se pesados e rápidos, embora não tão rápidos quanto a chuva que caía das nuvens intensas. Eu estava encharcada e frustrada. Tudo isso aconteceu por causa de Felipe, meu ex-namorado que não deveria nem mesmo ter se tornado o meu atual.

Soltei pequenos gritos histéricos enquanto caminhava por uma rua mal iluminada e cheia de prédios comerciais fechados, xingando Felipe com uma série de palavras ofensivas e agressivas que vieram à minha mente.

Chutei uma poça de água que se formou no afundamento da calçada e murmurei palavras negativas sobre o ambiente. Enquanto caminhava, o som de um carro se aproximando me distraiu brevemente do meu desgosto. O farol do veículo refletia na poça d'água que tomou conta da pista.

Apressei meus passos, lembrando-me dos livros que li sobre garotas sequestradas em noites chuvosas. Apesar da vontade de correr, suprimi esse impulso, pois percebi que poderia escorregar na poça d'água. Decidi não olhar para trás e comecei a balbuciar orações para todos os santos que conhecia, implorando por proteção.

De repente, gritei por socorro internamente, embora a minha garganta se fechasse só de pensar em gritar. Fiquei esperando que alguém aparecesse enquanto o som se aproximava cada vez mais.

- Por favor, vá embora... Jesus, reconheço que não deveria ter deixado de frequentar os cultos de domingo. Peço-lhe que me salve. - murmuro aturdida enquanto seguro a mochila à minha frente.

Antes de conseguir abrir o fecho, um carro diminui a velocidade ao meu lado e, com voz firme e levemente rouca, o proprietário me ordena:

- Entre no carro.

Embora eu não me atreva a encará-lo, meus pés parecem congelados no chão. Sinto-me perdida e confusa. Meus olhos desobedientes desviam-se para o lado e percebo que o carro é branco. Tentando manter a calma, faço uma declaração desesperada:

- Não vai conseguir muito dinheiro me leiloando. Eu não sou uma garota pura. Além disso, não me sequestre, não sou rica e, mesmo que fosse, o meu pai não pagaria o resgate!. - Minha voz oscila entre uma falsa serenidade e um pavor incontrolável. No entanto, tudo o que ouço é silêncio.

Ele deve ter percebido que eu não valia a pena e decidiu partir. Eu permaneço imóvel, ouvindo apenas o som do motor do carro ligado e a tempestade caindo.

Preparo-me para retomar a minha caminhada até que o som de uma porta se abrindo seja ouvido. No entanto, ao perceber isso, esqueço-me de que tenho um canivete na mochila e começo a correr. Infelizmente, não consigo dar mais do que três passos antes de escorregar no chão molhado, como eu havia previsto.

Para minha surpresa, não sofro nenhum impacto forte quando caio, embora estivesse esperando por isso. Em vez disso, sinto mãos quentes e firmes agarrando os meus quadris e me levantando. Sinto um choque térmico quando o corpo do desconhecido encosta no meu. Desesperadamente, começo a me debater como se estivesse me afogando.

No entanto, minhas tentativas são em vão, pois as mãos firmes do homem agarram os meus pulsos com firmeza, mas sem causar dor. Eu me pergunto quem é esse homem. Ele é absolutamente deslumbrante.

O homem bonito de pele negra tem um rosto angular com maçãs do rosto salientes e um maxilar forte. Seus olhos são grandes e expressivos, com uma íris marrom escura que parece quase preta. Suas sobrancelhas são grossas e arqueadas, destacando ainda mais seus olhos.

Seu cabelo está molhado e liso, penteado para trás em um estilo elegante e curto, com um pequeno topete na frente. A cor do cabelo é um preto brilhante, pele escura e contrasta com seus olhos escuros.

Sua boca é cheia e carnuda, com lábios rosados que parecem convidativos. Um sorriso de lado pode ser visto, com seus dentes brancos brilhando sob a luz.

- Entre no carro. - declarou o homem de forma incisiva, deixando claro que não se tratou de um pedido.

- Não vou entrar no veículo de um desconhecido. Meu namorado - Frisei a palavra. - Está a caminho para me buscar na próxima quadra, com licença.

Entretanto, meus esforços foram inúteis, pois ele segurava-me com firmeza. Ao tentar resistir ao seu agarro, olhei-o diretamente nos olhos.

Ele era consideravelmente mais alto do que eu.

O homem ironizou a situação;

- Caso ele fosse um companheiro decente, não toleraria que você andasse indefesa por estas vias. - um traço irônico ardiloso se evidencia em seus olhos castanhos.

- Ah, claro, porque é tão óbvio que a segurança de uma pessoa depende inteiramente do seu namorado, e não da sua própria capacidade de se proteger. Que pensamento arcaico e patriarcal, não acha? - Declarei com raiva, enquanto tentava me soltar mais uma vez.

- A única percepção que tenho é de que você foi deixada para trás, porém, não pretendo abandoná-la. Independentemente de rotular minha atitude como pensamento patriarcal ou arcaico, tanto faz para mim.

Enquanto falava, seu hálito, que exalava uma mistura de chocolate e hortelã veio até mim.

Fui inesperadamente surpreendida quando ele soltou as suas grandes mãos da minha cintura e me empurrou delicadamente para trás, fazendo com que eu caísse no banco traseiro macio.

Em seguida, empurrou as minhas pernas para dentro do carro e fechou a porta do automóvel com um som seco. Eu tentei desesperadamente abri-la, mas percebi que estava travada.

Observei o interior do carro que parecia ter aquecedor e notei que havia um homem de meia idade no lugar do motorista, que me analisava pelo retrovisor, o que me deixava desconfortável.

Embora eu estivesse molhado e tremendo de frio, senti uma mudança de temperatura, já que o interior do veículo estava aquecido.

Encolhi-me na porta quando o homem que me empurrou para dentro do carro entrou do lado esquerdo e fechou a porta. Em meio à tensão da situação, segurei a minha mochila contra o meu peito molhado.

Qual é a probabilidade de eu esfaquear ambos os homens que claramente têm um tamanho e peso maior do que eu e sair ilesa?

Sinto o olhar deles em mim, o que me faz sentir vulnerável e indefesa.

- Para informação, sou faixa preta em jiu-jitsu. - declaro falsamente em uma tentativa de intimidar os homens. No entanto, percebo que isso pode ter consequências perigosas para mim, e me questiono sobre o que estava pensando.

- Percebi. - responde em voz baixa, com uma gargalhada contida.

Reúno a coragem para encará-lo de dentro do carro.

Percebo que ele também está molhado e tem três botões abertos da camisa social. Noto que ele pega algo ao seu lado. Penso que ele pode me ameaçar com uma arma ou faca.

Talvez me enterre em uma cova rasa e a polícia demore a encontrar meu corpo, ou talvez nunca o encontre. No entanto, não é isso que acontece, pelo menos não por enquanto.

O indivíduo me entregou um paletó negro e seco.

- Cubra-se.

Lembrei da minha roupa e isso causou em mim um sentimento de vergonha que se refletiu em meu rosto.

Em seguida, ele fez uma pausa antes de acrescentar:

- Seria mais adequado que retirasse a blusa vestida para se aquecer -, ao que pude perceber, tinha um tom sarcástico em sua fala.

Neguei com um movimento de cabeça e, com as mãos trêmulas, peguei o paletó oferecido, jogando-o sobre os meus ombros e apertando-o firmemente em torno do meu corpo. Permaneci encolhida, evitando contato visual com o indivíduo em questão.

O veículo começou a se movimentar e, temendo pelo pior, fechei meus olhos. Então, com uma declaração em tom mais assertivo do que interrogativo, perguntei:

- Você vai me matar? Se me traficar, não lucrará muita coisa.

Ouvir duas risadas distintas.

Após o indivíduo ao meu lado se acalmar, ele assegurou-me que não me machucaria e pediu-me para informar onde morava, afirmando que não deixaria uma garota como eu sozinha em uma rua deserta como aquela.

Sua referência a "uma garota como eu". Questionei-me sobre que tipo de garota ele estava se referindo.

Fixei meus olhos nele, que verificava a hora em um Rolex prateado, embora eu desconfiasse que não fosse prata, mas talvez ouro branco. No entanto, minha falta de habilidade para identificar materiais de luxo me deixou incerta.

Ele notou o meu olhar e me examinou atentamente, o que me fez sentir desconfortável por que a sua visão direta nos meus olhos me dava uma impressão de que ele podia ver a minha alma.

Não considero a minha alma atraente, possuo uma natureza caótica e não desejo que a percebam.

- Leandro. - pronunciou com indiferença.

- Desculpe, o que você disse? - pedi em tom baixo e incerto.

- Meu nome é Leandro. - repetiu de forma desinteressada.

Eu respirei fundo, tentando controlar meu nervosismo.

- Por favor, deixe-me ir. Eu já disse que não sou valiosa para vocês. - falei em um tom mais baixo do que o pretendido. - Por favor. - implorei.

Leandro revirou os olhos, franziu as sobrancelhas e se aproximou de forma assertiva. Sua mão direita tocou meu queixo, impedindo qualquer fuga.

- Não vou machucar você. - disse ele pausadamente. Seu hálito quente e adocicado inundando minhas narinas. - Qual é o seu nome? - perguntou com um lampejo de curiosidade e diversão em seus olhos misteriosos.

- Por favor, deixe-me perto de um ponto de ônibus. - evadi sua pergunta.

Eu não poderia compartilhar meu endereço com um desconhecido ew também não poderia estar no carro de um.

- Qual é o seu nome? - Sua voz rouca exalava calma, uma calma falsa.

- Meu nome é Carla. - respondi, embora soubesse que não era meu nome real.

Ele não acreditou na minha resposta, mas não insistiu. Leandro se elevou e bebeu um líquido marrom de um copo que apoiou em um suporte ao seu lado.

Não senti o cheiro de álcool antes, o que indicava que aquele desviava ter sido o primeiro gole.

O motorista interrompeu o silêncio ao perguntar pelo meu endereço. Olhei para sua coxa e vi uma arma prateada presa num coldre na sua coxa. Eu empalideci e comecei a tremer. Tentei articular uma resposta, mas minhas palavras saíram trêmulas e desordenadas.

- E-eu... eu não tenho um endereço específico. Por favor, deixe-me em um ponto de ônibus próximo. - disse com dificuldade, tentando controlar meu medo. A presença de uma arma só aumentou minha sensação de vulnerabilidade.

O aroma leve e amadeirado do paletó está presente próximo ao meu nariz, o que é agradável. No entanto, a imagem da arma que vi ainda ocupa a minha mente.

Olho para trás e vejo dois carros pretos nos seguindo, sem ultrapassar, mesmo tendo a oportunidade de fazê-lo.

- Tem dois carros nos seguindo. - Minha voz soa fraca. Onde me meti?

Silêncio.

- Você me ouviu? - Dirijo-me a ele sem olhá-lo ou citá-lo.- Vamos morrer. - Insisto no fato de morrermos.

- São os meus seguranças. - Ele afirma com naturalidade. - Vamos lá, qual é o seu endereço? É quase 1h da manhã. Não há ônibus a esta hora. Borboleta.

Em outras circunstâncias, eu teria gostado desse apelido. Mas não naquele momento, não ali. Eu me ajoelhei no banco traseiro e encostei o meu queixo na borda.

- Vamos jogar mudo? Posso levá-la para a minha casa, se preferir. - Ele fala com calma, controle e indiferença.

Meu corpo ficou tenso. Eu respirei fundo e desejei chegar em segurança.

Meu coração batia mais forte depois de ter dado meu endereço ao homem bonito e misterioso. Poucos minutos depois, o carro estacionou em frente ao prédio onde eu morava com uma amiga. Suspirei aliviada e o homem riu ao meu lado.

- Obrigada e desculpe-me - murmurei envergonhada, mas ainda com medo.

A chuva havia parado lá fora, mas as nuvens pesadas ainda cobriam o céu escuro. Abri a porta e empurrei meu corpo para fora. Antes que os meus pés descalços tocassem o chão, senti dedos envolvendo o meu pulso.

- Qual é o seu nome? - perguntou ele.

A minha pulsação acelerou e ele podia sentir, eu sabia.

- Carla - soltei novamente. Nem eu acreditava naquela infame mentira.

O som de uma risada seca ecoou.

- Vamos nos ver de novo, e até lá, eu saberei o seu nome.

Os dedos quentes que envolviam o meu pulso afrouxaram, mas a sensação da sua presença permaneceu. Saí do carro apressadamente e adentrei o prédio em busca de tranquilidade para minhas emoções. Afinal, o que foi aquilo?

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1 Capítulo 1 Prólogo
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