Meu amor, meu crime

Prólogo

5h20 o despertador tocava, Paola meio sonolenta passava sua mão em sua pequena mesa ao lado da cama em busca do seu celular para desliga-lo. Respirou fundo, sentou-se na cama e esticou seus braços, enquanto estava com as vistas um pouco embaçadas ouviu o barulho de notificação do seu celular e logo a abriu. Era o Sr. Medeiros, seu superior, ele enviara um arquivo de seu mais novo alvo, ela pulou a foto e logo quis saber mais sobre, viu que se tratava de Otto Boulevard, filho de Edgard Boulevard um grande mafioso italiano que está preso há 2 anos graças a uma força tarefa em que Paola foi responsável por conduzir, entretanto, a máfia Boulevard nunca esteve tão em alta desde que seu filho assumiu. Ela ansiava por prender Otto e finalmente acabar de vez com essa máfia, seria seu maior feito e Sr. Medeiros lhe prometera que ao fim desse caso Paola seria promovida, poderia alcançar o cargo que ela tanto almejava e finalmente se tornar a mulher mais jovem a ser chefe de coordenação das operações especiais de todo o estado.

PAOLA ÁVILA

- Essa é minha grande chance! Otto Boulevard, você não sabe o que o espera. -

Enquanto eu terminava de ler a ficha dele, voltei para ver a foto de quem seria aquele que eu estaria focada nos próximos meses para finalmente destruir todo um esquema mafioso. Ao ver a foto daquele homem um arrepio estranho correu por todo meu corpo, uma sensação nova que eu jamais havia sentido não sabia explicar, era algo completamente diferente, mas eu gostei. Foi impossível não me impressionar com aqueles olhos que tinham cor de mel, seus lábios eram finos e contornados com um tom vermelho único que eu jamais havia visto; Seu terno desenhava seus braços fortes e definidos, e aquela madeixa do seu cabelo louro escuro caída em cima de sua sobrancelha grossa o fazia ser dono de um imenso charme e mistério junto ao seu semblante melancólico e frio. Balancei a cabeça rigorosamente para voltar a me concentrar, não era comum eu perder o foco por simplesmente ver alguém que era bonito, ainda mais por foto! Logo eu que sempre fui tão assediada, jamais passei por um lugar completamente despercebida isso sempre alimentou meu ego, mas nunca fez com que eu me interessasse por alguém genuinamente. Pobre papai, sonha em um dia me ver casando, e tendo a vida de princesa que ele sempre sonhou para mim, mas isso sempre foi um sonho dele não meu. Ele já me arranjou tantos encontros com tantos filhos de amigos importantes dele que já perdi a conta de quantas desculpas e situações inusitadas, muitas vezes engraçadas para sair daqueles encontros eu já usei.

- Bom, vamos lá! Quero começar meu dia.

Desço até a cozinha e faço um café expresso para mim, enquanto a máquina faz o preparo logo vou tomar meu banho, após sair dele passo minhas loções e vou escolher minha roupa. Decido usar uma calça de montaria preta que deixa meu corpo desenhado, coloco um body decotado vermelho por baixo que deixam meus s31os em evidência, mas como é para o ambiente de trabalho coloco meu blazer preto por cima para deixar o look mais composto, comportado. Penteio meus longos cabelos pretos, faço uma maquiagem leve mas opto por usar meu batom da cor de vinho pois deixam meus lábios bem marcado, por fim coloco minha bota de salto a cano alto, afinal a previsão de hoje falou em chuva. Desço as escadas apressada e já coloco meu café no meu copo, pego as chaves do meu carro, e vou em direção ao elevador rumo a garagem do meu prédio.

Ao chegar no trabalho como era de se esperar todos os olhares são voltados para mim, eu amo essa sensação, mas logo percebo uma movimentação próxima a sala do Sr. Medeiros, e pergunto ao Detetive Lucas:

- O que está acontecendo?

- Bom dia, bela! - Lucas só me chamava assim - Hoje o Sr. Medeiros foi surpreendido pelo filho do mafioso e seu advogado.

- Otto Boulevard?? - Perguntei surpresa.

- Isso mesmo, como você sabe?

- O Sr. Medeiros me mandou o arquivo dele hoje de manhã para começarmos a investigação! Isso não pode ser coincidência.

Dito isso já fui me dirigindo a sala do Sr. Medeiros pra saber o que aquele cr1m1noso queria ali, os policiais curiosos que estavam próximos e viram que eu estava indo já se afastaram para me darem passagem. Ao entrar na sala do Sr. Medeiros, Otto estava sentado recostado no sofá que havia ali, ele imediatamente olhou para mim e foi como se eu visse aquela cena em câmera lenta, o estranho arrepio que havia sentido mais cedo novamente tomou conta de todo meu corpo, um sorriso frio e sarcástico se abriu naqueles lindos lábios que ele tinha, seu cabelo estava diferente da foto penteado totalmente para trás e pude notar uma pequena cicatriz na testa dele que lhe dava ainda mais charme, vi que seus olhos percorreram todo meu corpo, foram milésimos de segundos mas parecia que aquele homem conseguia enxergar minha alma e me despia com seus olhos, mas ao mesmo tempo tinha um certo desprezo o que me incomodou bastante pois eu não estava acostumada com esse tipo de olhar. De longe eu ouvia uma voz que dizia:

- Senhorita Ávila? Senhorita Ávila? Paola!! - Era o senhor Medeiros visivelmente constrangido com minha entrada abrupta e minha dispersão

- Desculpe, Sr. Medeiros. Bom dia senhores, desculpe minha entrada abrupta Dr. mas gostaria de saber o que este senhor está fazendo aqui.

O sorriso sarcástico de Otto se tornou um sorriso debochado, e assim que Sr. Medeiros ia começar a falar o que ele estava fazendo lá, ele o interrompeu.

- Eu vim aqui junto com meu advogado me deixar a disposição da investigação que vocês estão iniciando, digamos que, ao meu respeito. - Ele deu uma breve risadinha maliciosa enquanto se levantava e se aproximava de mim, senti meu corpo estremecer, consegui disfarçar bem mas me parecia que ele sabia que tinha total domínio sobre mim, e enquanto estava bem na minha frente continuou a dizer:

- Sei que a senhorita, delegada Paola Ávila, foi a grande responsável pela operação que prendeu meu querido Pai, bom, eu não partilho do mesmo modus operanti de meu pai, fazemos tudo dentro da lei todos os negócios da família... Na verdade, fique tranquila que não guardo rancor eu não via a hora de assumir os negócios, papai já não estava tão bom quanto costumava ser, mas claro que nunca ficamos felizes de ter nosso pai longe e trancafiado em uma prisão. - Enquanto ele finalizava senti uma dose de raiva em sua fala e aquilo não me fez temer, na verdade me chocou a audácia daquele homem de achar que poderia falar daquela forma comigo!

- Estou aqui apenas para cumprir meu trabalho, Sr. Boulevard e não me importaria de colocar quantos "Boulevard" fosse preciso na prisão caso tenhamos provas de atividades ilícitas vindas de sua família! - Nesta hora vi que ele pressionava sua mandíbula e fuzilava com o olhar, pude notar que em uma de suas mãos ele cerrou os punhos em um ato de raiva e ao perceber isso deixei um sorriso cínico aparecer em meus lábios, ele se aproximou mais ainda de mim, e dessa vez junto com o arrepio senti meu corpo arder por inteiro, pude sentir sua respiração em meu rosto, o cheiro que ele tinha era extremamente irresistível. Logo seu semblante voltou a ter aquele sorriso cínico, sua mão que antes estava fechada em um ato de raiva se abriu e ele disse enquanto me encarava.

- Bom, Sr. Medeiros creio que já encerramos, como havia dito estarei a disposição da sua investigação e de sua equipe.- Ele se aproximou mais um pouco mais logo veio até ao meu lado e disse bem próximo ao meu ouvido quase que em um sussurro:

- E quanto a nós dois, Senhorita Ávila, ainda iremos nos encontrar. - Eu não quis demonstrar fraqueza, mas era muito difícil manter minha compostura perto daquele homem tão enigmático e sedutor, porém me firmei e disse:

- Estou certa disso, Sr. Otto! - E o fitei enquanto dizia isso, vi que por um momento o sorriso dele se desfez e ele correu os olhos para meus lábios e sua face antes misteriosa se tornou curiosa enquanto me olhava, mas logo ele saiu pela porta acompanhado de seu advogado e o observei ir. Ao chegar próximo a porta do elevador, ele entrou se virou para frente, deu um sorriso bem malicioso enquanto me olhava por inteiro e ergueu sua cabeça em um ato de imponência. Nos olhamos até a porta do elevador fechar e parece que somente nesse momento eu recobrei todos meus sentidos...

Oii, queridas Leitoras!

Espero que estejam gostando, comentem muuuito para o próximo capítulo!

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