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Um amor para o BILIONÁRIO

Um amor para o BILIONÁRIO

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Sinopse

Índice

Você se apaixonaria por alguém que você não pode ver? Samantha era simples, uma órfã, e sempre achou que não merecia o amor de alguém, justamente porque foi abandonada na infância. A melhor amiga dela, Hoper, era como uma irmã sua de outra mãe. Joseph Morson não precisava buscar por mulheres, pois elas sempre apareciam e se jogavam para cima dele. E isso era o que o incomodava, já que depois da traição da sua noiva, ele se fechou para o amor e prometeu a si mesmo que nunca mais passaria pela mesma dor. Contudo, isso mudou quando o irmão dele e a melhor amiga dela planejaram juntos fazer com que eles achassem sua cara-metade em um experimento. O que não sabiam era que os dois se encontrariam e se apegariam sem ao menos saberem quem era a outra pessoa do outro lado da parede. O objetivo da experiência era simples: unir casais, com o único interesse de ambos acharem alguém com quem pudesse criar um laço tão forte quanto o amor. O único problema nesse plano era convencerem os dois a participarem do experimento.

Capítulo 1 JOSEPH

4 anos atrás

Depois de uma semana longe de casa, em uma intensa e cansativa maratona de reuniões pelas plataformas de petróleo que administrava, eu me sentia finalmente feliz. Amava o que fazia e fui criado para assumir esse cargo. Meu pai se garantiu disso antes de morrer de câncer há dois anos. Eu o amava, assim como Christophe e minha mãe, porém fui eu quem sempre estive no seu pé durante os meus anos de vida.

Não diria que minha vida era perfeita, pois isso é uma ilusão, mas consegui o que esperava: uma noiva maravilhosa, com quem iria me encontrar em alguns minutos, e um trabalho bem-sucedido na petrolífera. Até então, tudo estava como deveria ser.

O apartamento na cobertura de um dos mais altos prédios de Nova York se encontrava todo bagunçado, com roupas por toda parte. Era estranho vê-lo assim, já que Adelaide era uma mulher que odiava as coisas fora do lugar. Mesmo sendo segunda-feira de manhã, já deveria estar tudo organizado por Maria, nossa empregada.

Coloquei em cima do sofá branco a pasta que carregava e andei até o quarto. Não estava muito feliz, porque as roupas espalhadas pelo chão não eram todas femininas, mas também masculinas, e não havia razão para isso, já que eu tinha passado dias fora e Adelaide não tinha o costume de jogar minhas vestimentas pela sala.

Sentia-me quase sem ar a cada passo que dava, ouvindo um barulho estranho vindo do quarto. Só poderia ser algum tipo de pesadelo ou algo bizarro acontecendo. Qualquer opção que não fosse essas não seria recebida por mim com tanta tranquilidade.

A porta do nosso quarto estava entreaberta e, ao me pôr em frente a ela, meu coração se afundou dentro do peito.

Os tons claros da casa davam uma boa iluminação, além das muitas janelas imensas nos cômodos.

Não sabia como agir. Assistia à minha noiva, a mulher que eu mais amava, transando com o meu melhor amigo, Mathews, como se fossem universitários apaixonados por sexo. Dentro de mim se formava um sentimento de dor que se transformava em raiva a cada instante.

Estendi a mão para abrir completamente a porta e estragar a diversão dos dois, mas não consegui. Senti as lágrimas nos olhos e me recusei a deixá-las caírem. Usei minha raiva e decepção para sair do apartamento, levando comigo a pasta que carregava. Apertava suas alças como se estivesse os ferindo também, porém isso só acontecia comigo, com a dor no peito.

Desejei socar algo, talvez o metal do elevador ou qualquer outra coisa que encontrasse. Respirei fundo, imaginando que minha vida quase perfeita se tornou um inferno ao descobrir a traição de duas pessoas que eu amava.

Assim que as portas do elevador se abriram, saí de dentro dele como se fosse perder alguma reunião importante. Não quis parar para falar com ninguém, mesmo que o porteiro estivesse interessado em saber se eu havia me esquecido de algo no carro. Dei graças a Deus por Taylor ainda estar lá.

— Senhor....

— Vamos embora deste lugar. — Abri a porta e me sentei no banco de trás do veículo, sentindo que minha cabeça começaria a doer a qualquer momento.

— Para onde vamos? — ele perguntou sério.

— Ao meu flat, e depois à empresa. — Joguei a pasta para o canto, como se ela estivesse me causando a repulsa que eu sentia.

Durante o caminho não conseguia me esquecer do que tinha acabado de presenciar. Eu a amava, estávamos com a data marcada para o casamento, e ele seria o meu padrinho.

Tentei me acalmar respirando fundo, contudo não funcionou. Eu estava tão puto, que poderia mandar parar o carro só para socar o rosto daquele idiota.

— Precisa de algo? — Taylor me olhou pelo espelho do carro. Ele não era só o meu motorista, como também um amigo que às vezes me ajudava a treinar na academia. — Parece abalado.

— Quero bater em alguém, mas se eu voltar agora, vou acabar matando aquele imbecil. — falei furioso.

Ele não disse mais nada e voltou a se concentrar no trajeto.

Pensei em como seria a minha vida depois daquilo. Eu achava que não poderia confiar em mais ninguém, muito menos em uma mulher. Sabia que não deveria generalizar, mas como me esquecer de uma traição como aquela? Se ela tivesse terminado comigo, com certeza teria sido mais fácil de aceitar. Entretanto, Adelaide escolheu me trair com o meu melhor amigo.

Durante uma curva, a minha atenção se voltou ao percurso. Não estávamos nem um pouco perto do meu flat.

— O que está fazendo? — questionei. — Eu disse...

— Não está em condições de trabalhar. — falou sério novamente.

Eu diria que Taylor era mais meu amigo do que Mathews; ainda mais naquele momento. Nós dois viemos de mundos diferentes, porém sempre o vi como amigo e o ajudava no que precisasse.

— Não sei o que aconteceu, mas acho que o que tem que fazer agora é relaxar.

— Não vai dar para relaxar. — respondi exaltado. — Você relaxaria se descobrisse que sua noiva está fodendo com seu melhor amigo?

Não houve resposta, todavia pude ver sua surpresa. Quem não se sentiria surpreso com algo assim?

Quando o automóvel parou, estávamos no único lugar onde minhas energias poderiam ser gastas. Nem me importava se tinha feito um voo longo de Dubai para Nova York.

— Acho que bater em alguma coisa pode ajudar.

***

Chris

4 anos depois

— Será um grupo de pessoas, homens e mulheres, que poderão ter encontros a cegas e acabarem namorando ou não. — explicou Hoper, uma das mulheres mais incríveis que eu conhecia.

A mulher era linda, com a pele cor de oliva, cabelos cacheados acima dos ombros e uma boca maravilhosa. O problema que eu estava enfrentando era que ela não me queria. Simplesmente, achava-me um safado aproveitador. O que não era totalmente mentira.

Só de estar ao seu lado, ouvindo-a falar essas coisas inteligentes, ficava maluco e bobo. Só uma pessoa conseguiu fazer isso comigo e eu estava tentando esquece-la.

— E você acha mesmo que as pessoas vão aceitar participar dessa loucura? — perguntei após beber um gole da cerveja que não era uma das melhores que já tinha bebido, porém a única que servia naquele bar universitário.

— Está me descredibilizando? — Estreitou os olhos.

Eu gostava quando a morena ficava chateada. O que a tornava ainda mais bonita.

— Não falei isso, só que é algo maluco. — Dei de ombros. — Veja bem: eu chego em você, neste mesmo bar, e te faço uma proposta para participar de uma experiência social em que você vai conversar com supostos pretendentes sem vê-los ou tocar neles. Terão que conversar como se estivessem aqui, exatamente nesse bar, se conhecendo melhor para, em um certo futuro, se tornarem namorados. O que você me diria?

— Genial! — Pareceu ainda mais ofendida.

Sua reação e resposta me deixaram com um sorriso no rosto.

— Não é algo maluco. Meu estudo é baseado nisso. — Pegou o seu copo de cerveja e a bebeu por completo enquanto eu só a observava. Ah! Como eu queria ser essa cerveja. — Você não vai ser alguém que será escolhido por quanto dinheiro tem na conta, se é magro ou gordo, nem terá aquele jogo de sedução que vai acabar com os dois na cama e, no outro dia, “tchau, valeu”. Será a busca pelo sentimento e a comprovação, com dados feitos por mim, que o amor não vem do que você vê nas pessoas, e sim do que se descobre dentro delas.

— Ok. Você pode estar certa.

— Estou certa.

— Mas, como vai sequestrar pessoas para o seu experimento? — Cada palavra que saía da minha boca a deixava mais puta. Não podia mentir: estava amando isso.

— Você é um filho da mãe. Não quero mais conversar. — Pegou sua minúscula bolsa e se levantou do banco de madeira, em frente ao bar.

— Hoper! — Levantei-me também, coloquei uma nota de cem dólares no balcão e fui atrás dela. — Me desculpe. Eu estava brincando. Mas deve concordar que é uma loucura e um desafio.

— Ajudaria se acreditasse. — Cruzou os braços.

— Ok. Então, faremos assim: você organiza tudo e eu te patrocino. Porém, com uma condição.

Ainda de braços cruzados, ela estreitou os olhos e me encarou como se eu estivesse prestes a falar mais merda.

— Não vou sair com você, nem agora, nem nunca. Não quero o seu dinheiro idiota. — Virou o rosto.

— Ai! — Essa realmente doeu, mesmo que eu já tenha ouvido sua recusa antes. — Não é isso, porém um dia você vai acabar aceitando o nosso amor.

— O que você quer, Christophe? — A forma como ela falou o meu nome pareceu um deboche raivoso.

— Meu irmão. — Ela me olhou estranhamente. — Como você sabe, Joseph foi traído pela noiva quatro anos atrás, e desde então vem focando somente no trabalho, sendo o mais frio possível com as mulheres. — Ver isso acontecendo era horrível.

Não importava o quanto eu dissesse que ainda existiam mulheres decentes, porque meu irmão havia decretado que nunca mais se apaixonaria. E eu sabia que isso não era verdade.

— Joseph é um romântico; adora cortejar e ter conversas descontraídas. Só que, desde o ocorrido, ele se tornou um reclamão, ficou muito triste e prometeu nunca mais se apaixonar. Se quer um desafio, ele é a solução. Faça-o se apaixonar novamente.

— Hum... Achei que você fosse um completo babaca, mas vejo que tem sentimentos que não sejam apenas por si mesmo. — Levantou uma das sobrancelhas.

— E por você, claro. — brinquei.

— Se seu irmão é um desafio, a minha melhor amiga é o 1% dos 99,99% que eu posso não mudar com o meu experimento. — falou pensativa. — Duas pessoas difíceis, com marcas profundas e desacreditadas do amor?

— Vejamos: estamos encontrando um casal. De quantos mais você precisa? — questionei animado.

— De mais sete.

— Sete. — Parecia mais difícil do que eu imaginava. — Se vai ser difícil convencer Joseph a aceitar vir, imagina mais sete caras.

— Você não quer que seu irmão arranje uma namorada? — Empinou o nariz. — Ache mais sete homens, e eu tenho certeza de que ele vai arranjar uma.

— Tome cuidado, cara amiga. Você não conhece aquele teimoso. — Sorri.

— Joseph é fichinha se comparado à Samantha.

Isso estava começando a ficar interessante. Logo uma nova ideia surgiu em minha mente.

— Sabe? Já que estamos trabalhando com dois impossíveis, acho que podemos arriscar uma aposta. — falei como quem não quisesse nada. — Claro... Sem que eles saibam. Ou Joseph comeria o meu fígado.

— Aposta? Você não presta, Chris. — disse decepcionada.

— Se fizermos com que eles arranjem parceiros, você vai sair comigo, sem preconceitos. E se isso não acontecer, irei parar de dar em cima de você.

— Não é justo! — reclamou. — Eu quero que ela seja feliz, só que não quero sair com você. Então, nada feito.

— Ah! Qual é?! Tem medo de não dar certo? — provoquei-a.

— Tenho medo de ser mais uma na sua lista.

— Cara, Hoper. — Seu perfume doce trazido pelo vento me deixou ainda mais motivado. — Eu toquei fogo naquela lista desde que te conheci.

Ela me olhou de canto e eu sabia que estava cogitando aceitar minha proposta.

— Se não conseguirmos, você me deixa em paz.

— Trato feito. — Nós apertamos as mãos e eu senti sua pele macia, que me excitou como nunca. — Agora, só precisamos de mais sete idiotas para namorar.

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