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O preço do Amor

O preço do Amor

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Sinopse

Índice

Eliza Villar é uma jovem sonhadora: linda, doce e inocente, que vê sua vida virar de cabeça para baixo, ao encontrar-se perdidamente apaixonada por Giulio Vallone: um magnata italiano, arrogante e sedutor que a ver apenas como uma aventureira; uma oportunista da pior espécie. Munindo-se de todas as suas forças, ela tenta desesperadamente fugir dos encantos e das investidas dele, porém uma tarefa nada fácil para uma jovem inexperiente e apaixonada. Giulio Vallone, seguro de si e indiferente aos sentimentos de Eliza, lhe faz uma proposta indecorosa: toda mulher tem um preço; qual é o seu? Dividida entre o amor por Giulio e seu medo de amar; ela terá a difícil decisão de escolher entre se entregar a essa paixão avassaladora ou deixá-lo para sempre.

Capítulo 1 Um sonho possível

— Finalmente! Pallot Arts Gallery. — Eliza exclamou eufórica para si mesma, maravilhada com o requinte do edifício. Ela ainda não conseguia acreditar na sorte que teve de conseguir um estágio naquele lugar.

Eliza era apaixonada por arte e desenho desde pequena, e foi na adolescência que ela começou a fazer seus primeiros esboços. Ela não tinha grandes ilusões sobre a sua arte; o desenho era mais uma realização pessoal, do que profissional. Era nos desenhos que ela expressava toda a sua emoção: sonhos, frustrações e decepções ganhavam cores e tornavam-se pinturas em suas telas, na qual representava a imagem de um mundo perfeito e idealizado: ela não era apenas uma jovem pessimista, mas também uma garota sonhadora.

A certa altura de sua vida, refugiou-se entre tintas e pincéis para fugir dos seus problemas e esquecer quem era e, como consequência disso, aos vinte e dois anos ela ainda procurava um significado real para sua existência um tanto vazia.

Antes de entrar, ela olhou mais uma vez fascinada para a galeria, que na sua visão sonhadora parecia uma verdadeira obra de arte que contemplaria perfeitamente as esculturas de Donatello — sim, talvez este tenha sido o primeiro de muitos sonhos que se tornariam realidade.

— Buongiorno, signorina. — Eliza cumprimentou a atendente educadamente.

— Buongiorno. — A secretária de Giulietta retribuiu a saudação polidamente, deixando evidenciar claramente que estava entediada. Olhando para Eliza, perguntou. — Em que posso ajudá-la?

— Me chamo Eliza Villar, signora Pallot...

— Mas é claro... A estagiária. — A secretária a interrompeu abruptamente. Indiferente, acrescentou. — Sente-se e espere: signora Pallot está em reunião.

— Obrigada. — Eliza agradeceu por educação.

"Que mulher rude!" Ela pensou decepcionada com a recepção inicial e observou. "Espero que o restante dos empregados não seja um reflexo dessa secretária mal-educada".

De qualquer forma, como lhe foi informado, ela sentou-se numa confortável poltrona e esperou pacientemente por horas. Discretamente, ela aproveitou para observar o ambiente ao seu redor: tudo ali exalava riqueza e elegância. Este era o verdadeiro mundo dos bem-nascidos, o mundo ao qual ela não pertencia.

Eliza Villar era filha única, fato que a fazia se sentir solitária. Às vezes ela gostaria de ter irmãos — alguém com quem pudesse conversar, dividir problemas ou até mesmo brigar, de vez em quando. Algumas vezes ficava feliz em pensar na possibilidade de como teria sido sua vida se tivesse irmãos. Diante deste pensamento, ela suspirou melancólica: amava a sua mãe, mas queria ter outra pessoa ao seu lado.

Fernanda Villar — mãe de Eliza — ficou viúva muito cedo e não se casou mais. Desde então, ela se dedicava exclusivamente a sua criação e isso, de certa forma a incomodava, pois mesmo sem querer, sua mãe acabava sufocando-a.

Ela não teve uma infância feliz. Desde pequena aprendeu a conviver com o mínimo; o que sua mãe ganhava não era suficiente para suprir algumas de suas necessidades básicas e por isso, Eliza jurou a si mesma que um dia mudaria o curso de sua história e foi com esse propósito que ela mergulhou de cabeça nos estudos: a educação seria sua porta de entrada para um futuro melhor.

Desde sempre foi uma aluna inteligente e muito disciplinada, todas as suas atividades eram entregues no prazo — inclusive, fazia anotações para ajudar alguns de seus colegas de classe. Com muito esforço e sacrifício ela obteve excelentes notas e, graças à sua persistência, ganhou uma bolsa de estudos para concluir parte da graduação no exterior. Ela se lembrava desse dia com carinho: sua mãe ficou tão feliz que lágrimas banharam seu rosto cansado.

— Signorina Villar. Siga-me por favor.

Eliza foi conduzida para uma sala ampla e requintada. Os móveis eram revestidos de couro legítimo, telas colecionáveis de artistas renomados e objetos de arte de grande estética adornavam o local, tudo perfeitamente distribuído em um salão de aproximadamente sete metros quadrados. Detalhes como esse deixavam o ambiente sofisticado e aconchegante. Deslumbrada, ela admirou boquiaberta cada parte daquele enorme salão, além, é claro, da mulher ruiva de cerca de quarenta anos, sentada à sua frente, elegantemente vestida. A sofisticada senhora era linda, alta, cabelos medianos e grandes olhos verdes com algumas pequenas sardas emoldurando seu rosto pálido: sem dúvida, tratava-se de Giulietta Pallot, sua futura chefe.

— Sente-se, signorina Villar. — Giulietta pediu, indicando-lhe a cadeira à sua frente. Seu rosto estava ligeiramente curioso. — Fiquei muito impressionada com o seu currículo, mas confesso que não esperava encontrar uma garota tão jovem.

Eliza piscou aflita ante essa observação. Era verdade, que ela era muito jovem, mas não via nenhum obstáculo em sua idade que diminuísse suas qualificações e atribuições. Ela tinha plena consciência de seu potencial como conhecedora de arte e estava mais do que capacitada para estagiar lá, a menos, é claro, que fosse norma da galeria não contratar jovens.

Preocupada, perguntou-lhe.

— A signora não admite pessoas jovens?

— Perdoe-me querida. Não foi isso que eu quis insinuar. — Giulietta sorriu amigavelmente aliviando a fina camada de tensão no rosto de Eliza. — Pelo contrário; será bom ter um rosto jovem desfilando pela galeria. Infelizmente, já não me encaixo mais nos moldes dos meus vinte anos.

Ela sorriu aliviada. Ouvir aquilo deu-lhe um novo ânimo, pois ela trabalhou duro para conseguir aquele estágio e não seria justo perdê-lo por conta de sua pouca idade.

Como observou Giulietta, Eliza era uma brasileira muito bonita. Ela era dona de uma beleza exótica: tinha cabelos castanhos, médio com nuances de vermelho, olhos cor de mel, pele clara e levemente bronzeada e pernas definidas. De longe, um bom físico.

— Posso chiama-la de Eliza?

— Sim, signora Pallot. — Ela respondeu feliz por ter sido aceita no trabalho.

— Minha querida, você foi altamente recomendado pelo Professor Salvattori. — Olhando para ela atentamente, acrescentou. — Você será a primeira estrangeira a ser contratada por esta empresa. Espero que você não me decepcione.

— Agradeço muito a oportunidade. Eu prometo não decepcioná-la.

— Assim espero. — Ela observou encarando-a nos olhos.

Depois de acertados todos os detalhes da sua contratação, Giulietta ligou para a recepção e em questão de minutos a secretária se encontrava no seu escritório. Após receber as instruções necessárias, Eliza foi encaminhada para o salão de exposições. Sem fôlego, ela admirou as obras da nova coleção de verão distribuídas no hall do imenso salão.

Quando a secretária a deixou ela arregaçou as mangas e se entregou à tarefa que deveria desempenhar — embora fosse etiquetar telas, esse trabalho era digno e a deixava orgulhosa.

O tempo passou rapidamente e, quando ela percebeu, já se passava das treze. Apressada, guardou o restante do material que estava a manusear, pegou sua bolsa e dirigiu-se a um pequeno restaurante. O almoço não durou mais de meia hora. A refeição foi simples, pois não podia ultrapassar as despesas, porém estava muito saborosa.

Assim que terminou o seu almoço, saiu do restaurante as pressas, e, ao se aproximar da entrada principal, ela avistou uma Mercedes prateada estacionada em frente à galeria. A julgar pela opulência do veículo, ela deduziu que se tratava de um cliente muito rico.

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