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No inferno por você

No inferno por você

5.0
5 Capítulo
927 Leituras
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Sinopse

Índice

"O amor não escolhe hora ou local, simplesmente acontece." Mariam precisava decidir entre se tornar freira ou abandonar o orfanato. Ela não queria abandonar o orfanato, mas se tornar freira era impossível. Amava Alex Baker, um famoso apresentador de um programa de esportes radicais. Claro que era um amor não correspondido. Ele sequer sabia da sua existência. Mas o que aconteceria se ele fosse gravar um programa na cidade onde ela mora? O que aconteceria se ele a convidasse para trabalhar em sua casa? Mariam está sob o mesmo teto que seu amado, porém seus sonhos estão longe de virar realidade. Existe alguém que impede. Esse alguém é Gabriela Ferraz; a esposa dele. Obs.: Não indicado para menores de 16 anos.

Capítulo 1 Algumas pequenas fugas

“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar.” O Pequeno Príncipe

Mariam

Escondida atrás de uma grande árvore, eu observava Alex Baker entrar na capela. Era apenas cinco horas da manhã, então não havia muitas pessoas no lugar. Se alguma das freiras me pegasse espionando eu ficaria em apuros. Mas eu não sabia quando ele iria embora, então não perdia nenhuma chance de observá-lo cada vez de mais perto.

Alex Baker era o homem mais lindo que já vi. Ele era bem mais alto que eu, tinha intensos olhos verdes, um corpo definido e cabelos curtos e escuros. Naquelas gravações ele usava barba o que o deixava ainda mais lindo.

Observei as horas passarem através do movimento do sol. Algumas poucas pessoas entravam e saiam da capela e nada de Alex sair. Cheguei a me perguntar se me distrai e perdi a partida dele, mas quando estava saindo do meu esconderijo para verificar ele apareceu na porta.

Voltei correndo para atrás da árvore e o observei passando.

Ele nem me notou ao passar perto de onde eu estava. A sua expressão demonstrava tristeza.

― Com licença. – me vi chamando a sua atenção. Nem sabia o que ia dizer, porém uma necessidade absurda de que ele me notasse se apossou de mim.

Ele me olhou como se visse um inimigo, mas parou. Percebi que a mão estava no bolso pegando algo.

― Desculpe por assustá-lo. Percebi que mudou o caminho por minha causa. Só quero esclarecer que não sou nenhuma louca. Sou apenas uma fã curiosa mesmo. – o tempo todo tentei sorrir para não o espantar de vez.

Desde o momento em que descobri que ele estaria gravando as cenas de um episódio do programa Sport is life na cidade fiquei eufórica. O seguia escondido sempre que podia.

Ele costumava vir sempre pelo caminho de pedras atrás da capela, mas dessa vez veio pela rua principal, a vista de todos. A possibilidade de que tivesse me visto e a mudança fosse para me evitar martelava em minha cabeça.

― Estava me seguindo nas vezes em que fui àquela capela? – perguntou com uma sobrancelha arqueada, apontando o lugar de onde saiu com a mão livre.

Suas palavras me fizeram ter certeza que ele nem sabia que era seguido.

― Estava, mas não vou atacá-lo. Juro. – cruzei os dedos formando uma cruz e os beijei. Na hora me lembrei das freiras me repreendendo sempre que eu fazia esse gesto.

Ele ainda parecia com dúvidas sobre as minhas intenções. O que era estranho. Como alguém do meu tamanho poderia fazer algo contra um homem tão grande?

Sem dizer nada ele permaneceu me analisando da cabeça aos pés.

― Garanto que não vou mais segui-lo. – disse incomodada com a análise.

― Teria que ser muito persistente, pois não estaremos mais aqui amanhã. – ele comentou friamente.

― Sinto muito mesmo pelo mal-entendido. Já estou indo. – estava triste por o encontro com o artista que gostava ter se transformado em um mal-entendido, mas mantive o sorriso. Pelo menos pude vê-lo de perto, conversar com ele; mesmo que fossem palavras duras.

Queria mesmo era ter dito o quanto o achava bonito e corajoso em seus programas.

Quando me virei para fugir, ainda sorrindo, esbarrei em um peito tão grande e musculoso que parecia uma parede.

Olhei para cima. O sorriso congelando e se desfazendo em meu rosto. Reconheci a pessoa como sendo um dos seguranças que andavam com Alex.

O homem segurou os meus dois braços com muita força, pronto para me arrastar para longe de Alex como se eu fosse perigosa.

Confesso que até esqueci a presença de Alex diante do medo que senti do seu segurança.

Senti os meus pés sendo suspensos do chão e gelei temendo o que ele podia fazer comigo.

Mal ouvi a voz que ordenou:

― Está tudo bem! Pode soltá-la.

E meus pés voltaram ao chão.

Eu ainda olhava para cima como se a qualquer momento o segurança pudesse mudar de ideia e me arrastar para longe.

― Qual é o seu nome? – a pergunta foi feita duas vezes antes que eu me virasse para o dono da voz.

― Mariam. – respondi com a voz trêmula. Estava com tanto medo que desejei nunca ter saído escondido do convento para vê-lo.

― Mariam. É um belo nome. Fique com isto como lembrança do nosso encontro. – Alex estendeu um papel na minha direção depois de escrever nele.

Rapidamente peguei o papel e sai correndo sem olhar o que era. O momento tiete havia passado, foi substituído pelo momento “medo do gigante”. A leve dor nos meus braços não permitia que eu ficasse mais tempo ali.

A mudança na atitude de Alex me deixou confusa. Primeiro ele agiu como se eu fosse uma louca o seguindo, depois me presenteou e elogiou o meu nome. Essa mudança misturou o meu medo com a minha vontade de ficar perto dele. Uma mistura que quase me fez insistir em permanecer ali parada, só olhando-o. Mas o medo venceu.

Vai que ele decide que estou importunando e pede ao gorila para me arrastar para longe? – pensava enquanto corria sem olhar para trás.

Esse foi o meu primeiro encontro com Alex Baker. E apesar de tudo, eu sabia que a única lembrança que ficaria seria do quanto ele era lindo pessoalmente, do quanto a sua voz grossa me fazia derreter. A aparição do segurança seria ofuscada por seja lá qual fosse o conteúdo do papel que ele me deu.

E eu continuaria me esgueirando sempre que pudesse para ver os seus programas de esportes radicais, ou notícias sobre a sua vida, mesmo que as notícias se referissem ao seu casamento. Em meus delírios sempre podia imaginar que a esposa dele era eu.

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