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Amor ao Luar da Turquia

Amor ao Luar da Turquia

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Sinopse

Índice

Depois da traição do marido, Renata, troca de emprego, se dedica a sua carreira e depois de anos, resolve tirar férias e realizar seu grande sonho, conhecer a Turquia, porém, não é só o belo país que Renata descobre, mas também, o amor nos braços no belo Hakif. Hakif, recebe do pai um prazo para conseguir uma esposa e se casar, para poder assumir o controle do império de sua família, quando está perdendo as esperanças e já se conformando com uma noiva que terá que ser escolhida num baile dado pelo pai, Hakif esbarra em Renata, uma brasileira que poderá se tornar sua esposa e o grande amor de sua vida.

Capítulo 1 Amor ao Luar da Turquia

Da janela do carro de seu cunhado Renata vê a cidade de São Paulo ficar para trás, realizará seu grande sonho, conhecerá finalmente a Turquia. Sua irmã mais velha Samantha, seu cunhado Sergio e seu sobrinho Guilherme que está ao seu lado, vão deixá-la no Aeroporto Internacional de São Paulo, sua irmã a olha pelo espelho, ela não tardará a fazer a pergunta.

- Por que a Turquia? – pergunta Samantha carinhosamente a irmã.

- Sam, sempre sonhei em conhecer a Turquia, você sabe disso. – Responde Renata.

- As novelas turcas. Tudo bem, não falarei mais nada. – diz finalmente sua irmã. Seu cunhado ri para Renata pelo retrovisor e pisca sinalizando que sua irmã a abordará quando chegarem ao aeroporto, Renata pisca, pois tem certeza que a conversa ainda não acabou, seu cunhado é como um irmão mais velho para ela.

Guilherme só sorri para sua tia, ama tanto seu sobrinho que lhe dói o coração só de olhar para ele, quer ficar até o último minuto com eles, quando chegam ao aeroporto, vê um café próximo ao portão de que a levará a sala de embarque há uma pequena mesa perto de um grupo de homens muito bem vestidos.

- Podemos tomar um café antes de ir para a área de embarque? – pede Renata a família.

- Você não toma café Tia. – Caçoa Guilherme.

- Tudo bem meu amor, podemos tomar um suco então. – Responde Renata carinhosamente ao sobrinho.

- Rê, está muito cheio. Nossa parece uma grande reunião dos Homens de Preto. – Brinca Sergio com a cunhada.

- Mas Cunhado é o mais próximo do portão e quero ficar o mais tempo que puder com vocês. – diz Renata.

- Tudo bem então. – diz Sergio fazendo uma careta.

Renata e sua família vão em direção à mesa, para deixar sua família confortável, fica bem próxima a um dos homens que estão sentados na grande reunião de Homens de Preto, desculpa-se, pois quando puxa sua cadeira a mesma encosta na cadeira do desconhecido, esse se vira a olha e faz sinal com a cabeça que não tem importância, é um homem lindo, pensa Renata, parece não ser brasileiro, senta-se e joga seu cabelo para trás como sempre faz, fazem o pedido, e sua irmã não tarda a bombardeá-la novamente.

- Tudo bem Turquia. Mas Mardin? Por que Mardin? Por que não Istambul? Pergunta sua irmã.

- Irmã, já te falei, me apaixonei por Mardin depois de ter visto uma série turca, tem tudo a ver comigo, gosto de lugares tranquilos. – diz Renata, olhando para seu cunhado que lhe sorri como que dizendo, eu te avisei, Renata retribui o sorriso.

- Você e suas séries turcas. Uma cidade tranquila, isso quer dizer parada gostaria que você conhecesse alguém para cuidar de você minha irmã, em Mardin terá um romance com sua máquina fotográfica e seu computador, talvez escrevendo uma estória do amor perfeito que você poderia viver. – diz Samantha.

- Pega leve amor, deixa sua irmã em paz. – Sérgio chama a atenção da esposa com carinho. Amor perfeito na opinião de Renata é o deles.

- Sam, estou divorciada, sairei, tomarei o famoso chá da Turquia, talvez paquere um belo turco, fique com ele nas minhas férias e depois o deixe ir ou talvez até paquere vários turcos. Quem sabe? – brinca Renata.

- Você? Romântica como é, não, ficará esperando o príncipe encantado bater na porta de seu quarto de hotel com flores e convidando-a para jantar. – Samantha ri, fazendo Sergio e Guilherme rirem também.

- Tia Nata, a mamãe está certa. – Guilherme diz parecendo muito sábio.

- Olha só meu sobrinho me conhece muito bem e tem muita sabedoria dessas coisas do coração. – Todos riem e Guilherme fica corado, fazendo com que seus lindos olhos azuis fiquem ainda mais lindos.

- Prometa que vai me ligar? – Pede Samantha. Nessas horas ela se parece muito com a mãe, pensar na mãe lhe dá uma pequena dor em seu coração, sua mãe faleceu há alguns anos.

- Minha irmã, prometo que ligarei, prometo que vou me divertir do meu jeito e mais uma coisa, não estou indo a Turquia atrás de amor, estou indo de férias e logo voltarei. – Finaliza Renata

- Tudo bem então, não falo mais nada. – Se rende Samantha, dessa vez dando-se por vencida.

Hakif, não sabe o porquê que aquela conversa as suas costas é tão interessante, quando a jovem esbarrou em sua cadeira, sentiu um perfume tão suave e delicioso, que acredita que este seja o motivo, mas a conversa é cheia de amor e preocupação, parece que Renata é a irmã caçula da outra mulher que está à mesa. Quando a jovem se desculpou com ele, seus olhos cor de mel encontraram os seus olhos, olhos cheios de ternura, que engraçado perceber que um simples olhar pode dizer tanta coisa, essa menina deve ser muito transparente.

Neste momento chamam o voo para Istambul, seu amigo e parceiro de toda vida, Keren chama sua atenção, acontece tudo muito rápido, ele e a jovem afastam as cadeiras ao mesmo tempo, fazendo com que a jovem se desequilibre, Hakif corre para ampara-la.

- Desculpe. – Pede Hakif, segurando a jovem em seus braços e sentindo aquele perfume que chamou sua atenção quando a jovem se sentou à mesa atrás dele.

- Eu peço desculpas, por duas vezes esbarrei em você. – sorri a jovem e os olhos cor de mel sorriem também.

- Por favor. – Hakif dá preferência para que Renata vá à sua frente.

Hakif observa Renata se despedir de sua família, assim como observa seu sobrinho lhe pedir um presente, pôde perceber que aquele garoto pode ter o que quiser da sua tia.

Renata entra no portão que leva a área de embarque e acena pela última vez para sua família, vai ao portão de embarque, entrega sua passagem e vai para o avião, procura seu assento, mas o mesmo está ocupado, o avião está lotado. Como pode ser? Chama a comissária de bordo, informa o problema, a comissária de bordo parece constrangida e diz que vai conversar com o comandante do avião.

A comissária de bordo volta.

- Senhorita, nos perdoe isso nunca aconteceu antes, não temos assentos na classe econômica e ao que posso ver houve duplicidade na venda das passagens. - Informa a comissária de bordo.

- O que vamos fazer? – quer saber Renata.

- Nossa primeira classe foi reservada para um empresário de Mardin e algumas pessoas, posso ver se ele não se importaria em ceder uma poltrona para a Senhorita. – Informa a comissária de bordo.

- Por favor, consiga, não poderei aguardar outro voo. – Informa Renata.

A comissária leva Renata, até a divisória que separa a primeira classe, deixando a mesma aberta, Renata percebe tratar-se do mesmo homem que estava sentado próximo a ela no café e que a amparara para não cair, a comissária fala com um homem ao lado daquele homem, ambos se viram, o homem que a amparou faz sinal de positivo.

A comissária se dirige a Renata e a leva a uma poltrona vazia e que não há mais ninguém sentado na poltrona ao lado.

- Muito obrigada mais uma vez, preciso chegar a Mardin amanhã, parece que você é meu salvador hoje, já são duas. – Agradece Renata.

- Não precisa agradecer, afinal de contas temos poltronas sobrando. – diz Hakif, encantado com aqueles olhos e feliz sem saber o motivo.

Keren observa o amigo de anos com atenção, enquanto Hafik observa a jovem se sentar e acomodar-se na poltrona e sorri.

- O que foi Keren? Há algo engraçado que não percebi? – pergunta Hakif ao perceber o sorriso do amigo.

- De forma alguma Hakif, nenhuma piada. Achei engraçado... O salvador do dia? – sorri novamente Keren.

- Ok Keren, fala logo o que você quer falar. – diz Hakif, pois conhece o amigo muito bem.

- Percebi quando a moça esbarrou em sua cadeira, depois disso você não prestou atenção em mais nada na nossa mesa, nem a chamada do nosso voo, se não te chamo, com certeza se te perguntar o teor da conversa na mesa ao lado, você saberá me responder, depois a agilidade em ampara-la... Vamos dizer assim... sua donzela em perigo e agora concordar que ela venha sentar-se com sua equipe. – caçoa Keren

- Você se enganou com relação à donzela, ela é divorciada. - informa Hakif, sem se dar conta. Keren finge uma tosse e ri.

- Não disse que você saberia todo o teor da conversa na mesa ao lado. E ai? Vai me contar um pouco mais do que ouviu? – pergunta Keren ao amigo

- Está com fome? Acho que é melhor você comer, assim ocupará a boca com algo melhor que suas besteiras. – diz Hakif.

- O avião vai decolar, depois poderemos pedir que nos sirvam algo. – retruca Keren ainda achando graça.

Hakif observa Renata, parece que a jovem tem medo de voar. Hakif se levanta sem se preocupar com os olhares de seus homens e de seu melhor amigo Keren.

- Posso? – pergunta Hakif, assustando Renata.

- Claro, afinal estou abusando de sua ajuda hoje. – responde Renata sorrindo. Hakif sorri também, ver aquele sorriso lhe dá vontade de fazê-la sorrir sempre.

- Percebi que você tem medo de voar. É verdade? – pergunta Hakif gentilmente.

- É tão óbvio assim? – Renata cora, ficando ainda mais atraente.

- Pela forma com que aperta o braço da poltrona. Se você quiser posso ficar aqui ao seu lado, sozinho sempre é pior. – diz Hakif

- Agradeceria muito, se não for incomodo. – responde Renata.

- Incomodo algum, assim também fujo do meu melhor amigo que está começando a ficar inconveniente. – comenta Hakif sorrindo.

Renata admira aquele belo sorriso pela primeira vez, aquele sorriso ilumina a sua face. Neste momento o comandante pede que coloquem o cinto.

Hakif percebe que Renata suspira e aperta o cinto, agora tão perto sente melhor aquele perfume suave e marcante ao mesmo tempo.

- Se quiser pode segurar minha mão pode ajudar. – diz Hakif, não entendendo porque quer tanto que ela concorde em pegar sua mão.

- Não quero abusar. Sua esposa pode ficar enciumada. – responde Renata, pois há apenas uma mulher no grupo.

- Não sou casado, por isso pode ficar à vontade. – responde Hakif lhe lançando outro sorriso sedutor.

Neste momento o avião começa a taxiar, Renata fecha os olhos, respira fundo mais uma vez, Hakif pega a mão de Renata, sua mão está muito gelada, porém, macia e pequena, tão delicada.

- Já pensou em tomar uma bebida para relaxar antes de entrar num avião? – pergunta Hakif.

Renata abre os olhos e se depara com um par de olhos negros, brilhantes e intensos, neste momento há um solavanco e o avião decola, Renata se aproxima e esconde o rosto no peito de Hakif, este pode sentir que o perfume vem de seus cabelos claros, com a outra mão Hakif abraça Renata, não sabe o porquê, mas quer proteger aquela mulher, ela parece tão delicada, sensível, como a irmã dela havia dito precisa ser cuidada.

- Desculpe. Costumo fechar os olhos, fico tão tensa que fico dolorida até conseguir relaxar, com a sua ajuda não fiquei tão tensa e com certeza não ficarei dolorida. Obrigada mais uma vez, me salvou mais uma vez – diz Renata.

- Foi um prazer, na realidade você me salvou desta vez. – responde Hakif

- Como? – quer saber Renata

- Me salvou do meu melhor amigo Keren. Se não se importar posso te fazer companhia? – pergunta Hakif, olhando para Keren que sorri. Sabe se voltar a se sentar ao lado de seu amigo terá que aguentar mais piadas.

- Claro, será um prazer. Mas creio que dormirei, tomei um remedinho para não ficar muito tempo acordada, o voo é longo, não sabia que teria companhia – informa sinceramente Renata.

- Não se preocupe. Tem um desse remedinho com você? Geralmente não consigo dormir quando voo. – pede Hakif.

- Tenho sim. Antes de apagarmos gostaria de me apresentar. Meu nome é Renata. – diz Renata abrindo a bolsa e pegando uma caixinha de remédios

- Pois é desculpe a falta de educação meu nome e Hakif e para ser mais sincero ainda, também não gosto de voar. – informa Hakif e os dois riem solto. Hakif pede água à comissária e toma o remédio.

- Quanto tempo o remédio demora a fazer efeito? – quer saber Hakif, não quer dormir, gostaria de ficar conversando com aquela mulher que acabara de conhecer.

- Pouco, daqui a pouco vamos cair no sono. – responde Renata, se arrependendo de ter tomado o remédio para dormir.

- Bem antes de dormirmos, ouvi você dizer que precisaria chegar a Mardin amanhã. Pegaremos um avião particular até Mardin em Istambul, assim que chegarmos. Se quiser poderia ir conosco, não chegaremos a tempo de pegar a última conexão a Mardin. O que você acha? – informa Hakif, escondendo o desejo de saber onde Renata estaria depois que desembarcasse.

- Não havia pensado nisso. Não sabia. Não quero abusar, já está me ajudando muito Hakif, posso ficar em um hotel em Istambul e pegar a primeira conexão no dia seguinte. Afinal de contas acabamos de nos conhecer, você pode ser um mafioso que sequestra mulheres. – brinca Renata, rindo da própria piada.

- É verdade, você tem razão, com certeza se eu fosse um mafioso sequestrador de mulheres, você correria risco, pois só sequestraria mulheres bonitas. Mas não Renata, não sou mafioso. Iremos para a mesma cidade e estou sugerindo que você venha conosco e com conforto. Prometo que não a sequestrarei. O que você acha? – diz Hakif, e percebe que Renata cora com seu comentário.

- Não sei por que confio em você, isso pode ser o meu fim, mas tudo bem, aceito a carona. Obrigada mais uma vez – diz Renata já sentindo o sono chegar.

- Combinado, esse negócio é bom mesmo, já estou com sono. Não fuja de mim quando pousarmos moça. – brinca Hakif, sentindo seus olhos muito pesados.

- Não será desta vez. Quem sabe da próxima? – responde Renata, fechando os olhos.

Hakif observa a cabeça de Renata pender para o seu lado e seus olhos se fecham, por alguns instantes admira aquele rosto delicado de olhos fechados, ela respira calmamente, que mulher linda, de repente vem uma ideia em sua cabeça. Será que daria certo? Vai falar com Keren quando acordar, agora não consegue conversar com o amigo, adormece pensando e gostando de sua ideia.

Quando acorda percebe que Renata ainda dorme, repousa a cabeça em seu ombro, Hakif gosta de sua proximidade, mais uma vez sente aquele perfume que o atraiu tanto, ao olhar para trás percebe que Keren está acordado e o olha com um olhar curioso, Hakif olha para o amigo e sorri, faz um sinal para que Keren se aproxime, quando Keren chega mais perto, Hakif sussurra.

- Ela irá no avião conosco até Mardin. Ofereci uma carona. Você pode avisar o piloto que teremos mais um passageiro? – informa Hakif.

- Já avisei meu amigo. Ouvi você oferecendo e ela aceitando. – diz Keren. Renata acorda um pouco atordoada, parecendo a princípio não saber onde está.

- Olá. – diz Hakif.

- Olá – responde Renata timidamente.

- Renata, esse é meu amigo Keren, aquele que mencionei ontem, dizendo que você me salvara dele. – apresenta Hakif, fazendo uma piada com o velho amigo.

- Muito prazer – diz Renata estendendo a mão para Keren.

- O prazer é meu Renata. Então você falou de mim pra ela e disse que ela te salvou de mim, na realidade você me salvou dele Renata, quando fica com sono ele é muito chato. – diz Keren e os três riem juntos.

- Então irá conosco até Mardin? Primeira vez na Turquia Renata? – quer saber Keren, Hakif percebe que não havia perguntado isso a ela, ele já havia ouvido que era a primeira vez dela na Turquia.

- Sim. Depois de alguns anos consegui finalmente tirar 30 dias de férias e realizar o meu sonho de conhecer a Turquia. Minha irmã gostaria que eu ficasse em Istambul, mas depois de assistir uma série turca, me apaixonei por Mardin e optei em passar minhas férias lá. Vocês são de Mardin? – pergunta Renata.

- Somos sim. Aliás, teremos alguns eventos especiais em Mardin dentro de uns quinze dias. – informa Keren, trocando um olhar significativo com Hakif.

- Sério? Que ótimo, adoraria presenciar. Eu poderia? – quer saber Renata.

- Claro, será aberto, principalmente para as jovens. – responde Keren.

- Você ficará trinta dias em Mardin Renata? – pergunta Hakif, mudando de assunto.

- Sim. Na realidade a empresa montou uma filial em Mardin, se gostar de Mardin, poderei ficar com a gerência da filial de lá, porém tenho um problema, o idioma, meu inglês não é tão bom, o turco é zero. – diz Renata, fazendo os dois homens rirem.

- Podemos ajuda-la nisso né Keren? – diz Hakif.

- Podemos tentar. Ainda bem que falamos português não Hakif? – provoca Keren sorrindo para o amigo.

- Verdade. Vocês falam muito bem o português. Como? – quer saber Renata.

- Minha família sempre teve negócios no Brasil, venho pra cá desde os meus cinco anos de idade e como Keren não consegue viver sem mim, me acompanha desde os oito anos. – brinca Hakif.

- E o que acontecerá em quinze dias? – pergunta Renata.

- Na realidade, nada de mais, temos algumas tradições em Mardin, assumi os negócios da família, antes de me casar, então, tenho quinze dias para escolher uma esposa ou meu pai dará uma festa e neste dia terei que escolher uma dentre as mulheres presentes, por isso Keren disse que será aberto principalmente as jovens. – explica Hakif.

- Nossa! Você tem quinze dias para encontrar uma pessoa que te agrade? É pouco tempo. E tem que ser uma pessoa daqui não é? Mesma religião, mesmos ensinamentos. É assim? – pergunta Renata.

- Na realidade hoje não são mais tão exigentes com relação a minha futura esposa. Posso escolher uma estrangeira. – diz Hakif trocando olhar significativo com Keren.

- Melhor eu ir para minha poltrona, devemos chegar a Istambul a qualquer momento. Conversaremos mais um pouco a caminho de Mardin Renata, mais uma vez foi um prazer conhece-la. – diz Keren indo para o seu lugar.

O comandante pede que apertem os cintos. Mais uma vez Hakif percebe que Renata suspira e fecha os olhos novamente.

- Minhas mãos estão disponíveis. – diz Hakif, fazendo Renata sorrir.

- Acho que aceitarei novamente – responde Renata, segurando a mão de Hakif e encostando a cabeça em seu ombro, mais uma vez Hakif sente seu perfume.

Renata tem que passar pela polícia federal para dar entrada em seu passaporte, Hakif gentilmente a acompanha, pedindo a Keren e seus homens que levem as malas para o avião particular que os espera na pista.

- Gostaria de comer alguma coisa Renata? – pergunta Hakif assim que terminam

- Não, estou um pouco ansiosa e isso me faz perder o apetite. – informa Renata.

- Em chegar a Mardin? – pergunta Hakif.

- Sim, esperei muito por isso. – responde Renata com um sorriso tímido.

- Já sabe onde ficará em Mardin? Posso te indicar um hotel – diz Hakif, pois na realidade quer realmente saber onde ficará e se estará segura.

- Ainda não, achei melhor escolher quando chegasse. Agora, posso deixar você me indicar, ficarei mais tranquila. Mas não pode ser um hotel muito caro, Certo? – diz Renata.

- Fique tranquila, ficará em um hotel em que conheço o dono e ele fará um preço especial pra você – diz Hakif, sem olhar para Renata.

- Tudo bem, já gostei da ideia, que sorte a minha, ter esbarrado em você naquele café e tê-lo como guia. – brinca Renata.

- Se sou seu guia você irá onde eu quiser. É assim que funciona não? – Hakif continua com a brincadeira.

- Bem, mais ou menos. Onde pensa em me levar? – Renata levanta uma de suas sobrancelhas.

- Só em bons lugares e prometo não sequestrá-la, a não ser que você queira ser sequestrada. – brinca Hakif, mas desta vez Renata percebe um tom sensual em sua voz que faz os cabelos de sua nuca arrepiar.

- Perfeito. Só aviso de antemão que minha família não tem dinheiro para pagar o meu resgate. – diz Renata sorrindo também.

- Contarei com essa vantagem.

Renata mal nota que chega à pista e Keren os está aguardando, no avião, realmente aquele homem a levaria para onde ele quisesse e ela só perceberia quando chegasse.

A viagem para Mardin é rápida, conversam como se já se conhecessem há muito tempo, alguns carros os esperam no aeroporto, uns dos homens de terno pega as malas de Renata, coloca numa Range Rouver preta, Hakif faz sinal que ele vai conduzir, fala algo para Keren e abre a porta para que Renata entre, entra no banco do motorista e sai.

- Pensei que um empresário importante como você não pudesse andar sem seus seguranças? – pergunta Renata, sentindo um frio na barriga por estar sozinha com aquele homem.

- Não sou tão importante assim, acredito que meus pais são mais importantes que eu. – responde Hakif um pouco mais sério desta vez.

Do aeroporto até o hotel, não falam muito, parece que Hakif está arrependido de ter se responsabilizado em indicar o hotel para Renata. Quando chegam à porta do hotel, Renata segura o braço de Hakif.

- Hakif, acho melhor procurarmos um hotel mais modesto. – diz Renata, Hakif gosta do jeito como ela pronuncia seu nome.

- Fique tranquila, como disse você terá um preço especial, o dono é meu amigo. – diz Hakif, sorrindo para Renata.

Sai do carro e abre a porta para que Renata saia, Renata logo pensa na irmã dizendo que ela estaria esperando o príncipe encantado que abriria a porta do carro para que ela saísse.

Quando chega a recepção, Hakif pede que ela o aguarde, quando volta um rapaz pega sua bagagem e entrega um cartão para Renata.

- Não farão meu registro? – pergunta Renata.

- Na realidade, dei seu primeiro nome, gostaria que quando chegasse a seu quarto entregasse seus documentos ao rapaz. Posso acompanha-la para me certificar que estará bem instalada? – pergunta Hakif.

- Pelo visto você costuma fazer serviço completo, bem sem problema pode sim. Se você não me sequestrou até agora. – Renata continua com a brincadeira. Hakif apenas sorri para Renata, pegando sua bolsa.

Quando entram no quarto, Renata acha que está numa cena de novela turca, o quarto é grande e maravilhoso.

- Venha ver a vista. – convida Hakif

Renata vai até ele, a janela dá para uma praça, onde há algumas mesas em que homens jogam alguma coisa e tomam ao que parece o famoso chá turco. Hakif percebe que Renata gosta do que vê.

- Obrigada, amei. Você é muito gentil. – diz Renata, está ficando um tanto triste, pois sabe que vão se despedir e não sabe se verão novamente.

- Você já quer se livrar de mim? – pergunta Hakif, adivinhando seus pensamentos.

- Não, de forma nenhuma. Mas também não quero abusar. – diz Renata com a esperança de revê-lo.

- Já disse que é um prazer. Façamos uma coisa, descanse um pouco. Podemos jantar hoje? O que você acha? – pegunta Hakif. Renata o olha com curiosidade, os turcos são assim tão gentis, receptivos, mas quando seus olhos encontram os de Hakif, a resposta sai automaticamente.

- Tudo bem. Onde e a que horas nos encontramos? – pergunta Renata.

- Passo para pegá-la ás dezenove horas. Acha que é tarde demais? – Hakif pergunta.

- Bem acho que está perfeito, só gostaria de saber que horas são agora. Espero não ter problemas com o fuso horário. – diz Renata.

- Fique tranquila, ainda são sete horas da manhã, acredito que você consiga descansar um pouco. Ligarei para o seu quarto quando chegar ao hotel.

Chega perto de Renata, fazendo seu coração disparar, dá um beijo em seu rosto, pela primeira vez Renata sente o seu perfume amadeirado e percebe que gosta e muito.

- Até mais tarde. – diz Renata, quando Hakif está por sair, ele apenas olha pra ela e sorri, deixando-a com aquela sensação de não estar acreditando no que acaba de acontecer com ela, se contasse para sua irmã, ela ficaria louca com ela, aceitar carona de um estranho, num país desconhecido e ainda sairia para jantar com este estranho. Com este pensamento vai para o banheiro tomar um banho.

Hakif sai do hotel cumprimentando o gerente, agradecendo pela atenção, daria a volta na praça e esperaria Keren no restaurante do outro lado da praça, precisava conversar com o amigo.

Quando chega pede um chá, logo em seguida Keren chega.

- Vai me contar o que aconteceu Hakif? – quer saber Keren assim que chega.

- Não sei meu amigo, quando ela esbarrou em minha cadeira, senti seu perfume, olhei em seus olhos cor de mel, tão honestos, depois quando ela quase caiu, achei que era minha obrigação protege-la, e quando a comissária de bordo mencionou a confusão que acontecera, olhei para a porta e vi que se tratava da mesma mulher, não pude dizer não, não queria que esperasse outro voo, não queria perdê-la de vista, depois quando percebi que estava com medo de voar, quis ajuda-la. Não me pergunte, só estou te contando o que se passou comigo e a convidei para jantar hoje. O que está acontecendo comigo velho amigo? – Hakif conta tudo, com Keren o olhando com curiosidade.

- Amor à primeira vista meu amigo. – responde Keren com um sorriso nos lábios.

- Keren, estou falando sério, não estou para suas brincadeiras. – responde Hakif.

- Meu amigo. Responda-me algumas perguntas. Você está curioso para saber o que ela está fazendo agora? Tenho certeza que você pediu que ela descansasse. Você adoraria se deitar com ela? E isso não é uma pergunta, está pensando em que tipo de flores enviar pra ela. – diz Keren, sem tirar os olhos do amigo.

- Tudo bem. Você me conhece muito bem, pensei sim em tudo isso e em algo mais. – diz Hakif, ficando excitado só de pensar no que poderia estar fazendo com Renata agora naquele quarto e que talvez ela pudesse ser sua esposa.

- Bem comecemos com as flores, ela tem jeito de gostar de flores do campo, não dê rosas agora, espere um pouco mais. E que algo mais é esse irmão? – quer saber Keren.

- Pensei em escolhê-la para ser minha esposa, afinal de contas se não conseguir uma esposa até lá, terei que escolher entre as mulheres presentes. Não é isso? – diz Hakif, olhando esperançoso para o amigo.

- Espere um momento, ela está de férias, voltará para o seu país em trinta dias ou assume a gerência da filial de Mardin. Ela tem o direito de conhecer suas intenções. E você tem quinze dias para fazer com que se apaixone por você, apesar de que, pode ser que já esteja apaixonada, mas com relação a você Hakif, se apaixonou à primeira vista por ela. – diz Kerem. Hakif olha para o amigo, não tem outra justificativa para o que ocorre, mas não pode ser.

- Não sei meu irmão, talvez você tenha razão com relação a mim, mas não creio que esteja certo por ela. – diz Hakif e pensar nisso não é agradável.

- Tudo bem comecemos então. Vamos a floricultura na esquina, escolher um belo arranjo, para começar com sua missão de conquistar essa linda mulher em quinze dias. – diz Keren puxando o braço do amigo, deixando o dinheiro do chá sobre a mesa.

A floricultura fica praticamente em frente ao hotel, Hakif olha para a janela e pode ver Renata de roupão e toalha enrolada na cabeça, isso desperta nele um desejo muito forte só por imaginar o que aquele roupão esconde, ela fecha as cortinas tirando Hakif de seu transe. O que está acontecendo com ele? Não sabe. Keren está certo? Também não sabe. Havia tido algumas mulheres, e se quisesse poderia ter tido muitas outras, mas em poucas horas essa desconhecida mexera com ele e de uma forma que nunca havia acontecido.

- Hakif? Está me ouvindo? – diz Keren, e acompanha o olhar do amigo sorrindo quando percebe a direção em que o amigo mirava.

- Desculpe meu amigo, isso está muito estranho. É diferente, estou confuso, vamos escolher as flores e depois vamos para casa, meus pais devem estar ansiosos para saber as novidades sobre os negócios no Brasil. Depois preciso descansar um pouco para encontrá-la mais tarde. – diz Hakif.

- Dará tudo certo meu amigo. Acho melhor você começar a assumir que se apaixonou por Renata à primeira vista, ficará mais fácil de conseguir com que se case com você em quinze dias. – responde Keren. Keren falando parece tão fácil, mas Hakif tem suas dúvidas.

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