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Doentia Obsessão - Do céu ao inferno em milésimos de segundos.

Doentia Obsessão - Do céu ao inferno em milésimos de segundos.

5.0
29 Capítulo
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Sinopse

Índice

— Eles me chamam de vagabunda, promíscua e até prostituta.... Talvez eu seja! Às vezes faço coisas que eu mesma desprezo. Mas, talvez se eu fosse homem nunca me julgariam por usá-los ao meu bel prazer, sociedade hipócrita, machista eu sei, mas, não me julguem antes de conhecer minha história, minha vida sempre foi cinza e vazia e, ao conhece-lo teve cor e ao mesmo tempo, me levou do céu ao inferno em milésimos de segundos. Contém gatilhos emocionais como estupro, violência e vício.

Capítulo 1 Prólogo

Quinn

Boston, treze anos antes.

Naquela manhã chuvosa e fria de julho, tudo o que a jovem Quinn desejava era ter um dia aconchegante, assistindo seus filmes e séries, comendo pipoca e tomando seu chocolate quente, porém, seus pais tinham outros planos.

David e Lauren, justamente naquele final de semana, resolveram sair para se aproveitarem um ao outro, pois perceberam que a relação estava um tanto abalada por causa do intenso trabalho no hospital e por conta dos preparativos de um congresso de cardiologia programado para o início da próxima semana.

Lauren poderia levar Quinn, mas queria aproveitar as horas vagas para sair e fazer compras e não ficar tomando conta da garota. Decidiu deixar a filha com sua irmã, Deise, uma vez que moravam próximas. Telefonou para ela, que logo se prontificou a cuidar da sobrinha.

Chegando à casa de Deise, foram recebidas pela empregada e, enquanto esperavam pela tia, a menina questionou:

— Mamãe, por favor, me leve com vocês! Não quero ficar aqui.

— Deixa de ser chata, Quinn. Já disse que não posso levar criança. — disse Lauren um pouco irritada.

— Por favor, eu estou de férias.

— Já disse que não vai dar. Seu pai e eu já decidimos.

— A minha tia não gosta de mim! Por favor, não me deixe aqui.

— Deixa de ser insuportável, garota. Qual a parte de que não pode ir, você não entendeu? — passou a mão pelos cabelos, demonstrando mais irritação. — Sua tia é um amor de pessoa.

— Só não sua frente, mamãe. — Seus olhos lacrimejaram.

— Quinn, se sua tia reclamar de você quando eu voltar, o bicho vai pegar para seu lado, menina. E não seja mal-agradecida, porque, mês passado, realizamos seu desejo. Não foi bom comemorar seu aniversário de dez anos na Disney?

— Sim. Mas, por favor, mamãe. Me deixe em qualquer lugar, menos aqui! — implorou, abraçando a mãe chorando.

Lauren empurrou bruscamente a menina, que caiu sentada no sofá, em seguida alisou sua roupa. Cumprimentou a irmã, que havia chegado naquele instante e foi embora sem se despedir da filha.

Deise olha para a sobrinha com raiva.

— Vá agora para seu quarto e só apareça quando for chamada, negrinha!

Quinn olhou para a tia assustada e, sem compreender, obedeceu. Não conseguia entender o porquê ou o que poderia ter feito para sua tia não gostar dela. Não sabia que Deise ainda guardava rancor por sua mãe ter roubado o namorado dela anos atrás. E, além disso, a menina era a cópia do pai, a cor morena, os olhos castanhos esverdeados e até o jeito de falar.

As duas semanas passaram rápidas demais para os pais de Quinn, mas para a menina pareceram meses. A saudade dos pais e de casa era imensa.

Finalmente o dia de voltar para casa e a menina já estava com suas coisas arrumadas.

Vestiu um belo vestido rodado, seu favorito e fez uma trança em seus cabelos com ajuda da empregada. Olhava pela janela, esperando ansiosamente o retorno dos pais. No entanto, as horas foram passando, o dia também e eles não chegavam.

No meio da madrugada, Deise foi acordada pela empregada por causa de um telefonema urgente com a notícia do falecimento da irmã e do cunhado em um acidente aéreo. Deise ficou em choque por alguns instantes, mas se recuperou rapidamente pensando nas vantagens que isso lhe traria.

Naquela manhã, acordou a sobrinha e, sem delicadeza alguma, deu-lhe a notícia. Quinn ficou desesperada e com uma dor dilacerante, perguntava-se por que eles a abandonaram, pois, mesmo que não fossem presentes, os amava muito.

As férias terminaram e a jovem voltou para escola, sentindo-se sozinha e com uma tristeza infinita. Sua tia, agora sua tutora, lhe ordenara que, quando não estivesse na escola, que ajudasse na casa e que ela teria várias regras. A menina ficou sem entender já que na casa haviam vários empregados.

Seus primos, filhos de Deise, chegaram na semana seguinte. Estavam fora por conta da faculdade. Quinn tinha esperança de que fossem melhores que a mãe, mas, infelizmente, se enganara.

Paul e Patrick eram insuportáveis e totalmente diferentes um do outro. O primeiro era mau-caráter e não se importava com o resto do mundo, a não ser que fosse de seu interesse. Só se formou porque o irmão se passou por ele várias vezes em provas da faculdade. Manipulava seu irmão, que parecia não ter personalidade e nem vontade própria.

Paul adorava fazer piadinhas sem graça com a prima considerando-a com um bichinho acuado e frágil.

Deise estava irritada por causa de sua outra irmã, Rachel, que havia ligado dizendo que estaria chegando na próxima semana para o aniversário da sobrinha, achava desnecessário fazer uma festa para a garota. Rachel não pode ir ao velório da irmã e do cunhado por causa de uma cirurgia, mas aparecia esporadicamente para ver a menina e, nos aniversários estava sempre presente, o que tirava Deise do sério.

Rachel era totalmente diferentes das irmãs fúteis e peruas, gostava de uma vida livre e não se importava com opiniões alheias. Vivia totalmente no lema de paz e amor. E, apesar de querer, seu estilo de vida não permitiu que pudesse cuidar da sobrinha. Deise alegou que ela não era apta para ser tutora de uma criança. Entretanto, Rachel não achava nada demais ser um espírito livre, sempre achou a sociedade hipócrita.

A felicidade de Quinn foi enorme quando sua tia chegou.

— Minha pequena, como você está? — perguntou abraçando a sobrinha.

— Que bom te ver, tia! — sorriu a menina, apertando-se ainda mais ao aconchegante abraço, mas logo sua voz se tornou triste — Ah, tia. Tenho tanta saudade dos meus pais.

— Eu sei, pequena!

— Faz essa dor passar, tia.

— Sinto tanto por você estar passando por isso, minha menina. — Soltou a garota e olhou em seus olhos.

— Por que todos que amo me abandonam?

Rachel, sem saber o que responder, engoliu em seco, apenas a abraçou novamente e ficaram um bom tempo envolvidas naquele abraço emocionado e choroso.

Os anos passaram-se rápidos. Quinn já estava às vésperas de completar seus quinze anos. Rachel chegou uma semana antes, para alegria da menina, que contava as horas para rever a tia.

A semana foi maravilhosa para Quinn, pois passearam bastante, foram ao cinema, praia e fizeram compras para sua festa de aniversário, ainda que Deise dissesse que não precisava, pois havia contratado pessoas para cuidar disso. Entretanto, Rachel quis dar seu toque à decoração.

A decoração estava linda e chique. Os convidados começaram a chegar, havia gente da alta sociedade e colegas da escola da jovem. Quinn, estava terminando de se arrumar. Usava um lindo vestido azul, justo no busto e com um caimento perfeito em tule esvoaçante. Sua tia fez uma maquiagem leve e uma trança embutida em seus cabelos. Poderia facilmente sentir-se uma princesa. Porém sentia-se melancólica e triste, imaginava e sonhava passar seu aniversário de quinze anos junto de seus pais.

Quinn já achava que a vida estava se tornando cruel para ela, mas tentou estampar um sorriso de felicidade em seu rosto e desceu para a sua festa, sendo recebida por uma salva de palmas iniciada por Rachel. Logo depois, foi abraçada por alguns colegas do colégio e pela tia querida. Entretanto, tudo poderia ser muito mais fácil se Deise não fingisse estar feliz também, Quinn tinha certeza de que vestira a máscara apenas para fazer charme aos amigos e conhecidos. Deixou isso de lado, pois era seu dia e queria se divertir.

Certa hora da noite, a festa ainda continuava para as tias, que já estavam bem animadas com champanhes e para seus primos com seu grupinho de amigos de sempre. Mesmo tentando, Quinn se sentia um peixinho fora d'água. As horas passaram, os parabéns já haviam sido cantados e seus colegas já tinham retornado para suas casas, decidiu, então, que já estava na hora de sair de cena. Por educação, despediu-se de Rachel e, subiu para o quarto, indo logo para o banho. Estava cansada, não só da festa como também da hipocrisia das pessoas

De banho tomado e higiene feita, vestiu um pijama confortável e deitou, aproveitou para conhecer seu novo amigo, um celular, presente de Rachel. E logo adormeceu.

Algumas horas mais tarde acordou sentindo alguém lhe acariciando. Assustada, levantou-se em um pulo. Assim que seus olhos se acostumaram com a pouca luminosidade do quarto, reconheceu o intruso.

— O que faz em meu quarto? — Quinn esbravejou.

— Vim te dar meu presente. — Paul respondeu com um tom indescritível.

— Não quero presente algum! — Já estava incomodada com a presença dele, logo agarrou o cobertor e cobriu o corpo.

— Deixa de ser mal-agradecida. — Paul falou rispidamente. Subiu na cama e foi se aproximando da prima.

— Saia do meu quarto agora, Paul! — protestou, apontando com o dedo para a porta.

— Quem você pensa que é para me mandar sair de algum lugar da minha casa? — esbravejou.

O medo começou a percorrer as veias de Quinn, pois, mesmo com a pouca claridade que entrava pela janela, percebeu que seu primo estava com um olhar estranho e se aproximava cada vez mais. Acuada, apertava o cobertor e se encolhia, o coração batia acelerado.

— Saia do meu quarto ou irei gritar!

— Pode gritar, ninguém vai te ouvir mesmo. — disse esboçando um sorriso perverso e se aproximando ainda mais.

— O que você quer? — Fala logo de uma vez e some daqui — sua voz não saiu com a força que queria, pois, o medo estava tomando conta. Já estava encostada na cabeceira da cama, com as pernas totalmente encolhidas.

— Vim te dar o que você está querendo há muito tempo — sussurrou, com uma das mãos acariciando-se entre as próprias pernas. Se aproximou tanto que quase tocou seu rosto com o dela. — Ou pensa que não vi você me provocando com essas suas roupinhas curtas?

— Você só pode estar louco, não é? — A surpresa e o temor estavam estampados no rosto da jovem.

— Quer saber? — Com a mão livre, desabotoou dois botões da camisa.

— Já perdi minha paciência com você! — disse, tomando o que lhe restava de coragem para o empurrar. Entretanto, ele se firmou sobre os joelhos e estufou os peitos para intimidá-la. Quinn sentiu seu corpo estremecer de pavor. — Por favor, me deixe em paz. Por que você está fazendo isso?

— Só vim pegar o que é meu — falou com audácia.

— Está louco! Não tem nada seu aqui! — Mal conseguia se mover por conta do pavor que se apoderou de seu corpo.

— Chega de conversa fiada — diz Paul, esbofeteando a jovem.

— Louco! — gritou, já com lágrimas. — Por que está agindo assim? Nunca fiz nada para você. — falou com a mão no rosto dolorido

— Não ter morrido foi o que você me fez. — Sua voz saiu carregada de raiva e rancor, em seus olhos havia um brilho tenebroso.

— Agora eu tenho culpa de viver, é isso mesmo? — Indagou entre soluços.

— É isso mesmo! — confirmou, passando os dedos pelos lábios, como se estivesse salivando diante de um banquete. — E a partir de hoje, decidi que você é minha! — seu sorriso era perverso.

— Só pode estar drogado ou enlouqueceu. — comentou sem pensar, nervosa e com medo.

— Você está muito atrevida para meu gosto, negrinha! — Paul rebateu, agarrando o pescoço da menina, encurralando-a. Fixou os olhos nela, seu medo era visível. Sorrindo cinicamente, continuou com arrogância. — Sabe, priminha, é assim que sua tia querida vai morrer se você abrir essa boca. Vou torcer o pescoço dela como se faz com uma galinha. Está me ouvindo?

Sem poder responder, por causa da dor na garganta e pela falta de ar, Quinn assentiu com um penoso balançar de cabeça. Estava em choque, aterrorizada. Sem esperar, sentiu seu rosto queimar com outra bofetada. O grito de socorro estava preso na garganta, ansiava em berrar para que todo o mundo pudesse ouvir, mas sempre que puxava o ar para exteriorizar seu pedido, a imagem da tia Rachel surgia em seus pensamentos. Não sabia se Paul faria mesmo o que prometera, entretanto, algo lhe dizia que ele era capaz.

De repente, uma dor se espalha por seu corpo por conta do tecido do seu pijama sendo rasgado contra sua pele. Sentiu-se totalmente vulnerável quando o rapaz rasgou também sua calcinha. O choque foi tão grande que não conseguiu reagir. O desespero aumentou quando foi empurrada bruscamente na cama.

Paul não se importava com o desespero da prima ou com suas súplicas entre soluços para que não lhe fizesse nada. Porém, há muito tempo estava esperando por aquele momento. Paul sentia-se poderoso ao sentir o temor exalando da s pele da prima e isso deixava-o cada vez mais excitado, como um predador ao deixar sua presa acuada e frágil. A Jovem mal sabia que, se tentasse, ninguém apareceria para atrapalhá-lo, pois deixou seu irmão de vigia, caso alguém resolvesse aparecer.

O desespero da jovem aumentou ainda mais, fazendo seu corpo todo estremecer, quando notou que Paul desceu a calça e a cueca e colocou um preservativo. Seus olhos procuraram uma rota de fuga, mas, infelizmente, não havia chance de escapar.

— Por favor, não faça isso comigo! — implorava entre soluços.

— Sabe... — Lançou um olhar perverso para ela. — Não entendo porque está lutando contra o inevitável!

— Por favor, não faça isso comigo! — disse aos prantos.

Sem se importar com o choro da jovem, Paul pegou uma caixinha que havia trazido e tirou de dentro umas fitas de seda.

— Não vai forçar as fitas enquanto estiver amarrada. Está ouvindo? Se não obedecer, te enforco com ela.

Quinn afirmou com um leve aceno de cabeça, ainda com medo de prejudicar sua tia. Então apenas fechou os olhos cheios de lágrimas, enquanto ele amarrava a fita em seus pulsos. Um sentimento de repulsa e nojo quase a fizeram vomitar quando sentiu suas mãos acariciando seus seios, em seguida, sua boca inescrupulosa sugando e mordendo-os. Tentava diminuir seus toques movimentando o corpo, mas ele era bem mais forte. Uma ânsia de vômito parou em sua garganta quando ele desceu de seus seios até sua intimidade. Segurou um grito de dor misturado com medo quando ele a penetrou violentamente, rompendo-a no mais profundo de sua alma. Não sentiu mais nada ao seu redor a partir daquele momento, seu corpo pareceu anestesiado depois da dor aguda que se espalhou. O terror daquele momento foi indescritível, ao ponto de deixar seu corpo e seus sentidos, por algum tempo, paralisados.

Após ter saciado parte do seu desejo, ele a soltou levemente.

Ainda havia em seus lábios um sorriso perverso. Virou-a de costas sem nenhuma dificuldade ou resistência.

— Ah, Priminha! Como você é gostosa e apertadinha! — rosnou Paul, invadindo a garota novamente. — Vamos, diga que está gostando! — exigiu com investidas determinadas. Como não obteve resposta, agarrou seu pescoço e rosnou-lhe mais uma vez — Vamos! Responda, sua vadia! Estou te dando o privilégio de experimentar meu pau.

— Eu... es... es..tou... gostando. — esforçou-se a balbuciar com um fio de voz angustiante.

Quinn não conseguiu distinguir se foram minutos ou horas de angústia que aquele pesadelo durou. Certo momento, em uma das trocas das várias posições que ele a submeteu, tentou lutar, porém, parou de resistir ao perceber que isso o deixava agressivamente mais excitado, ao ponto de arranhá-la e mordê-la.

Em certo momento, a estocou com mais selvageria, urrando como um animal selvagem e, gradativamente, diminuindo até parar. Ao sair da sua vítima, esboçou um sorriso de satisfação e crueldade. Segurou firmemente seu maxilar, forçando-a olhar para ele, o que a fez quase vomitar.

— Se alguém souber o que aconteceu aqui, eu mato sua tia querida! — intimidou-a com um sorriso jocoso. — E, em seguida, acabo com você!

— Vá para o inferno, seu monstro! — Quinn gritou com o que restava de suas forças se livrando das mãos dele também.

— Está avisada! — Pôs-se de pé e, enquanto ajeitava sua roupa, declarou friamente — E outra coisa, essa buceta é só minha a partir de hoje. Sinta-se privilegiada! É para isso que sua raça está aqui, para servir aos brancos. — Saiu tranquilamente do quarto.

Quinn estava em choque. Queria chorar de tanta dor que sentia, mas parecia que suas lágrimas haviam secado. Suas ilusões e inocência haviam sido roubadas e destruídas naquele dia. Os únicos sentimentos que conseguia discernir eram um misto de culpa e nojo.

Infelizmente, não imaginava que aquela não seria a única vez.

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