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Braços de amor

Braços de amor

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Sinopse

Índice

" alguns filhos ganham heranças que acalmam a alma, a minha, me fez perde-la" Melissa Charlie é uma garota que está iniciando sua faculdade de medicina, juntamente com sua amiga Lavínia. Vivendo um perrengue com sua madrasta e o suposto namorado, melissa que mais do que tudo sua independência. Na faculdade, fica encantada por um garoto no fundo da sala, com o olhar mais misterioso que ela já viu. Logo descobre coisas sobre ele, fora da faculdade, fazendo sua vida vira de ponta cabeça. Quais os segredos que essa garoto misterioso tem? Melissa é capaz de faze-lo se abrir?

Capítulo 1 O início!

Princesas não choram, não! - aviva - princesses dont's cry

Melissa Charlie

Fico olhando para o nada, enquanto faço um leve carinho nos pêlos acinzentados do meu porquinho da Índia. Minha amiga falava, falava e falava, mais minha mente viajava no que esse dia significava para mim.

Hoje era dezessete de janeiro, faziam exatos um ano que meu pai me deixou com a incrível e ridícula madrasta.

— Você não está prestando atenção, está? — Escuto.

Saio do meu transe, olho para meu porquinho da Índia que adormecia tranquilamente em meu colo, assim, vou com meu olhar até Lavínia, minha amiga que continuava a me olhar com uma das sobrancelhas erguidas.

— O que disse? — Pergunto sem entender o porquê esse olhar de julgamento a mim.

— Você está aérea, é devido a hoje né? Vamos sair, ir para uma balada ou uma festa! — Ela sugere com um sorriso.

Solto um suspiro, encosto a cabeça na parede da minha cama.

— Sabe que não gosto dessas coisas! — Falo.

Olho para meu porquinho que se mexeu no meu colo. Lavínia pega ele no colo, coloca perto do seu rosto.

— Bom, Fred e eu acreditamos que deveria ir! —Fala ela dando um leve beijo nele.

— Não, ele acredita que eu deveria ficar aqui, ao doce som de rebel nation enquanto eu decido o que faço da minha vida! — Falo pegando meu fone.

Lavínia coloca Fred em sua gaiola, vem até mim e se senta do meu lado. Pego um travesseiro e abraço o mesmo.

— Sei que não é fácil para você, principalmente porque sua madrasta não deixa você pegar um centavo do dinheiro que seu pai deixou! Eu já te falei, se quiser, eu pago o seu quarto na faculdade! — Fala ela.

— E eu já disse que não vou aceitar isso! O quarto é mais de duzentos reais! Eu vou trabalhar meio período em um bar, não é o melhor emprego do mundo, mas é o que eu consegui no momento! — Falo e dou um leve sorriso.

Minha melhor amiga se aproxima de mim, deita sua cabeça na minha e solta um suspiro.

Depois que meu pai se foi, as coisas em casa ficaram bem mais complicadas. Minha madrasta tomou pose do seu dinheiro, além de encher o rabo do namorado dela com o dinheiro. Depois que completei meus dezoito anos, fiz cursos e mais cursos de enfermagem, até que finalmente com meus dezenove, o dinheiro da faculdade que meu pai queria me colocar foi liberado. Iria cursar o que eu mais sonhei, medicina.

Lembro que meu pai sempre falava que queira me ver com roupa de médica, que eu seria seu pequeno, grande orgulho.

Sinto uma lágrima escorrer pela minha bochecha, quando tomo conta de tudo que está a minha volta, percebo que Lavínia já fora embora e já estava de noite. Levanto-me da cama, pego minha toalha e vou para meu banheiro.

Gosto de tomar um banho quando estou assim, era como se a água levasse embora minha dor e houvesse uma renovação de forças, o que era uma grande mentira. Sento-me na banheira, deito minha cabeça na mesma e fico olhando para o teto. Fecho meus olhos tentando aliviar minha dor.

...

Tento me soltar de seus braços mais é inútil, solto um grito. Seguro-me na parede, o que não adiantou muito, ele era mais forte que eu. Em um puxão, faz com que eu me solte da parede, acertando meu corpo em cima de um jarro de flores.

O barulho do jarro de vidro se despedaçando no chão, se junta com os trovões que a chuva forte fazia lá fora, ainda mais com a escuridão da noite, parecia mais uma cena de terror.

Sinto meu ombro arder, me viro para olhar o mesmo. Um corte, parecia bem fundo, sangrava, sujando minhas roupas. Sinto ele me puxar novamente e solto um grito.

— Sem gritos, cachorrinha! Me obedeça! — A voz dele soa.

Quando vejo a banheira, meu desespero aumenta. Sei exatamente o que ele vai fazer.

Estamos do lado, começo a bater minhas pernas, meus braços, minhas mãos, o que foi inútil, já que ele conseguiu me jogar lá dentro e me prender em baixo d'água.

...

Volto a realidade, meus pulmões sem ar, saio rapidamente de baixo da água, tossindo engasgada. Meu coração estava acelerado, minha boca estava entre aberta, tentando respirar melhor. Meus olhos vão ao meu ombro direito. Essa cicatriz estava ali, como se ela quisesse sempre me lembrar dos horrores que vivi, mesmo quando esqueço por um momento, só de sentir essa marca no meu corpo, meus velhos tormentos vem a tona. Provavelmente tirei um cochilo e escorreguei. Meus pensamentos vão ao meu sonho, um frio passa pela minha nuca, a mesma sensação de medo que tive a três anos atrás vem a tona.

Saio da banheira, coloco uma toalha em meus cabelos, enrolo meu corpo e volto para meu quarto. Tranco a porta do mesmo, coloco uma blusa que mais parece um vestido em mim e me jogo na cama.

Eu me considero a garota mais sofrida que existe, de todas as dores que tive e pensar que também não cheguei a conhecer minha verdadeira mãe. Tiro a toalha de meus cabelos, me viro para o lado direito e fico olhando Fred em sua corrida noturna, na sua rodinha.

Às vezes eu me pego pensando em como seria a minha vida, se meu pai e minha mãe estivessem aqui. Com toda a certeza que existe, séria muito melhor do que a vida que estou vivendo no momento. Olho para a janela, era quase meia-noite, gostava desse horário, pois a lua ficava bem centralizada a minha janela, me dando um “show” particular de sua beleza.

Solto um suspiro. Então, o som das risadinhas da minha madrasta aparecem, com sussurros de seu namorado. Pego meu fone, coloco uma música calma, tentando fugir da minha dolorida realidade.

Minha garganta arde querendo soltar meu choro, mais depois de tudo que vivi, só consigo derramar uma lágrima, era como se meu corpo já estivesse cansado de chorar. Puxo o edredom, me colocando por baixo dele. Fecho meus olhos e me deixo levar, querendo sumir desse mundo que só soube me causar dor.

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