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Aprendendo a obedecer

Aprendendo a obedecer

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Sinopse

Índice

Lorenzo é o típico cara bonito, frio, controlador e dominador nos negócios e em todos os âmbitos da sua vida. Dono da maior franquia de restaurantes requintados do país, seu objetivo é ser sempre o número um no negócio da família e ter qualquer mulher aos seus pés no momento que quiser. Eva é uma jovem de 22 anos, que após a morte do pai, gerencia o restaurante que ele deixou de herança. Determinada, independente e livre, seu maior sonho é trazer a antiga glória para o lugar que sempre foi uma segunda casa para ela. Mas no momento em que ela conhece o misterioso Lorenzo em uma festa, ela se vê perdida em uma trama de luxúria, cobiça e magnetismo como nunca antes conheceu. O desejo surge no momento em os dois se encontram. Ela deseja defender aquilo que ama com unhas e dentes. E ele deseja uma única coisa: submissão e obediência na cama.

Capítulo 1 Eva

Eu consigo sentir os olhos do velho me analisando, como um açougueiro analisaria um bom corte de carne. Sinto eles irem dos meus pés até a minha cabeça, embora, tenha certeza de que devem parar para analisar a minha bunda no caminho.

- Deseja mais alguma coisa, senhor? - Pergunto em sua direção com um sorriso falso e forçado em meu rosto

O sorriso para receber o cliente como se ele estivesse em casa, penso no lema do nosso restaurante e reviro os olhos mentalmente.

— Não, queridaaa — responde o velho, arrastando a última letra da palavra querida — Tenho tudo que quero aqui — Finaliza ele, enquanto abre um sorriso grotesco no rosto.

Forço um último sorriso em sua direção e me retiro para a cozinha.

Eu trabalhava no restaurante “Sol Nascente”, desde os 15 anos de idade. Meus pais eram os donos do lugar e sempre quis ajudá-los, então todos os dias depois da escola, eu ia direto para o restaurante para poder auxiliá-los no trabalho. A maior parte do meu serviço no começo, consistia em anotar pedidos e limpar as mesas, com o tempo, de acordo com que eu crescia, meus me passaram a me designar para outras tarefas. Limpar o chão, os banheiros, lavar as louças, picar os legumes e servir os clientes no bar. Essa última era a pior de todas.

O Sol Nascente, contudo, perdeu seus dias de glória a um bom tempo. Os salões para as noites de danças, que viviam cheios e alegres com música e casais dançantes, hoje não passava de uma parte apagada do restaurante, lugar que as poucas pessoas que vem aqui, não aparecem notar. As mesas antes cheias de clientes alegres, falantes e satisfeitos com o serviço, estavam hoje, com teias de aranha, e uma ou duas pessoas pingadas aqui e ali, se sentavam. A iluminação já não era deslumbrante como antes, a afiação estava velha e a maioria das luzes piscavam sem parar. O bar também decaiu, embora fosse a parte mais frequentada do local nos últimos dias.

Quando entro na cozinha, encontro minha mãe terminando o prato do dia. Ao contrário do que se via de clientes lá fora, ela aprecia cozinhar para um batalhão inteiro.

- Diga a eles que está quase pronto. - Falou ao ouvir o som da minha entrada.

Encarei pela janelinha da porta, todos os 4 fregueses que esperavam pela comida. Um senhor que se sentava perto da janela de vidro, parecia cochilar em seu lugar. As duas mulheres sentadas juntas, na região mal iluminada do restaurante parecia entretidas uma com a outra, e não pareciam se importar com a demora. E homem esquisito de terno, com cara de abobalhado, parecia esperar por alguém, já que fitava a porta com bastante frequência.

— Eles não se importam de esperar — Respondi, minha voz sem graça e entediada com toda a situação — O velho pervertido voltou — comentei, enquanto caminhava em sua direção para verificar a comida.

— Querida, ele não é pervertido. Só está observando você porque te acha linda— explicou ela.

— É isso que pervertidos fazem —- Rebati, irritada. Minha mãe veio de uma época em que ser observada por homens “não arrancava pedaço”, o que hoje em dia isso não acontece. Mas era incômodo, e me fazia querer puxar pela espingarda de emergência que meu pai costumava guardar debaixo do balcão para expulsar pessoas “muito animadas”, o que era só um modo gentil de dizer, que iria expulsar bêbados inconvenientes.

Mamãe sorriu para aquele comentário. “Ela vai dizer que sou igualzinha a ele", pensei comigo mesma, e como se lesse meus pensamentos, ela fala:

— Você é igualzinha ao seu pai. - Sua voz parecia nostálgica — Pronto, podemos servir — e com duas batidinhas com a colher na panela, começamos a preparar os pratos.

Um a um dos clientes presentes no restaurante foram servidos. Tive que sacudir o senhor que cochilava na mesa, por um breve instante temi que estivesse morto, mas após algumas sacudidas, o velhinho acordou e agradeceu pelo prato. As duas mulheres se separaram assim que notaram minha aproximação, uma delas agradeceu pela refeição, embora a outra não estivesse feliz com minha chegada. O último cliente a ser servido foi o homem de terno. Ele vestia um terno barato na cor preta, e sapatos que não combinavam em nada com o resto da vestimenta. Tinha cabelos ralos na parte superior da cabeça, o que me fez pensar que estaria calvo antes dos 35, sua pele era branca como se nunca tivesse sido tocada pelo sol. Ao notar minha aproximação ele parecia tremer, me aproximei e entreguei a ele o pedido.

—Deseja alguma outra coisa? — Indaguei, estranhando seu comportamento.

— Hã, um refrigerante, por favor— Pediu, a voz saiu trêmula e nervosa.

Busquei a bebida, e um copo no balcão do bar. Despejei o conteúdo da latinha no copo e entreguei a ele.

Sem dizer mais nada, me afastei.

— A senhorita é Eva Rodrigues? — Sua pergunta chega até os meus ouvidos, dessa vez um pouco mais firme, embora eu tenha certeza que tenha sido necessário que ele reunisse toda coragem que restava dentro de si para me perguntar.

— Isso depende de quem é você — Respondi na defensiva, me virando em sua direção novamente.

— Senhorita, Rodrigues. Meu nome é Dalton Oliveira, representante legal da franquia de restaurantes Moretti's — ele se levanta com toda coragem do mundo para poder ter seu olhar na mesma altura que o meu — Gostaria de ter um momento para falar com a senhorita e sua mãe, Angela Rodrigues — pede, e então completa: — Se isso for possível, é claro.

Encaro o homem na minha frente com raiva, eu conhecia os restaurantes Moretti 's, famoso pela comida chique e possuía um estabelecimento em quase todos os estados do país. E pelo visto, sua mais nova franquia seria no Rio de Janeiro.

—Não — respondo sem hesitar, e me sigo em direção a cozinha.

Sem se dar por vencido, o homenzinho me segue, deixando sua refeição para trás para poder falar comigo.

- Senhorita, só um minuto do seu temp….

A fala dele foi interrompida assim que passei pela porta da cozinha e o objeto voltou e bateu em seu rosto. O barulho da batida foi alto o suficiente para chamar atenção de minha mãe.

— O que foi isso? — Perguntou ela curiosa.

Abri a boca para respondê-la, contudo a voz do homem logo pôde ser ouvida através da porta.

— Senhorita, Rodrigues. Tudo que peço é um minuto do seu tempo — pediu com a voz suplicante, pelo visto toda coragem que ele tinha se esvaiu de seu corpo.

— Quem é o homem? — Indagou mamãe, dessa vez seu olhar estava fixado na porta.

— Ninguém — respondi com a voz indiferente.

— Eva! — Repreendeu ela, e sem esperar por uma explicação, abriu a porta para o advogado.

Com a mão tampando o nariz que sangrava, Dalton pareceu aliviado ao notar que outra pessoa que não fosse eu, havia aberto a porta.

— Senhora, meu nome é Dalton Oliveira. Poderia ter um momento do seu tempo?

**************

20 minutos depois, estávamos nós 3 sentado em uma mesa. Mamãe e eu de um lado, e Dalto à nossa frente, pressionando um pano no nariz em uma tentativa de parar o sangramento, aparentemente a porta bateu forte em seu rosto, mas não forte o suficiente para fazê-lo desmaiar. Uma pena.

— Acho que agora parou — Informou o homem retirando o pano do nariz — mem, se as senhoritas estiverem livres, podemos começar. — Disse ele com um sorriso forçado no rosto, um pouco de sangue que escorreu do seu nariz, desceu para seu rosto, o que acabou gerando um sorriso assustador.

— Claro que podemos conversar — Minha mãe falou educadamente.

Eu não respondi, todos os clientes que tínhamos haviam ido embora logo após a confusão. Alguns sem nem mesmo tocarem em seus pratos.

— Bem, como eu disse a sua filha — ele agora falava olhando diretamente para minha mãe, como se eu não estivesse presente — sou representante jurídico da franquia de restaurantes Moretti's —informou — Meus chefes, pretendem abrir uma de suas franquias aqui no litoral e o estabelecimento de vocês tem a localização perfeita para seus planos…

— Vocês já não tem uma franquia aqui no Rio? — indaguei, interrompendo sua fala.

Ele parece desconcertado com minha interrupção, como se não esperasse perguntas de minha parte. Era como se ele esperasse somente que eu me sentasse em silêncio enquanto ele falava.

— Não, ainda não temos — responde — meu chefe quer o lugar perfeito para o restaurante perfeito. E esse ponto, é exatamente o que eles querem — ele busca por sua maleta, e procura por algo. Em seguida, coloca sobre a mesa documentos. — Tenho aqui uma proposta extremamente generosa para vocês duas, uma que provavelmente irá quitar todas as suas dívidas e servirá para a abertura de um outro negócio futuro — Após terminar de falar, os papéis são arrastados em nossa direção.

Minha mãe pega os papéis para ler e eu me aproximo para também poder fazê-lo, o valor está muito abaixo do que qualquer um já ofereceu para nós, é quase como se soubessem que precisamos do dinheiro de forma urgente. Estreito meus olhos em suspeita na direção do homem:

— Como sabe disso? — pergunto para o homem, começando a ficar com raiva de novo.

— Perdão? — indaga ele confuso em minha direção.

— Como sabe das dívidas que temos? Onde e como conseguiu essa informação? — Repito novamente a pergunta, minha raiva crescendo cada vez mais. Sei bem que ele deve ter conseguido essa informação em qualquer banco de dados que ele tenha acesso, mas fico extremamente irritada com a possibilidade desse cara ter investigado toda nossa vida só para nos fazer uma proposta fraca como essa.

— Bem eu sou advogado, conseguir esse tipo de informação não é algo difícil para alguém como eu — Responde Dalton rapidamente. O suor voltando a brotar em sua testa.

Sem dizer nada eu arrasto a cadeira para me levantar, o som ecoa por todo o estabelecimento. Dalton me observa apreensivo, sigo em direção ao bar do restaurante e os olhos dele e de minha mãe me acompanham durante o percurso.

— Escute aqui Sr. advogado. E escute bem. — Digo alto o suficiente para que minha voz seja ouvida por ele. — O restaurante Sol Nascente, não está à venda para você ou para qualquer um dos seus chefes, que nem mesmo se deram ao trabalho de virem pessoalmente negociar — faço uma pausa assim que chego do outro lado do balcão — portanto, pegue sua maleta e tire essa sua bunda mole do meu restaurante — ordenei, sendo o mais ríspida que consegui.

Ele me encara como se eu estivesse ficado louca, a pele empalideceu novamente, mas de forma teimosa Dalto diz:

— Tenho ordens de não sair daqui até que essa negociação seja concluída, e pretendo cumpri-la — declara, com uma súbita coragem recém adquirida.

Um sorriso vitorioso surge em meu rosto, torci tanto para que ele se negasse a sair que mal pude conter minha felicidade.

— Tudo bem então — digo, me abaixando sob balcão e procurando pela espingarda que fica ali. Minhas mãos se agarram no metal da arma, e eu torno a repetir: — Última chance doutorzinho, se não sair por bem, vai sair por mal. — aviso.

— Tenho certeza que a senhorita me ouviu muito bem… — Sua voz morreu no momento em que puxo a arma debaixo do balcão.

— Então… - Começo a falar — o que dizia? — indago para ele.

Dalton parecia ter perdido toda a sua pose corajosa naquele momento. Os olhos estavam esbugalhados, a pele pálida como se fosse desmaiar e suava tanto que manchas cresciam debaixo do paletó.

— Vou dizer mais uma vez. FORA DO MEU RESTAURANTE! — Meu grito ecoa por todo o lugar, e parece ter o efeito que eu queria.

O homem agarra sua maleta e corre em direção a porta em desespero, contudo antes de cruzar a porta ele se vira e diz:

— Caso mudem de ideia, vocês podem entrar em contato no… — Engatilho a arma antes que ele tenha chance de terminar de frase, e sem terminar o que dizia o homem correu porta afora.

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