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A Cruel Enganação do Noivo

A Cruel Enganação do Noivo

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10 Capítulo
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Fui sequestrada com meu noivo, Caio Moraes. Naquele quarto escuro e úmido, ele foi meu herói, me protegendo dos nossos captores e sussurrando promessas de segurança. Depois do nosso resgate, ele me pediu em casamento na frente das câmeras do mundo todo. Mas o conto de fadas era uma mentira. O sequestro foi uma farsa que ele orquestrou com meu próprio pai, um plano cruel para arruinar minha reputação. Eu era apenas um peão, o alvo do desprezo de todos para fazer sua família aceitar seu verdadeiro amor, Juliana. Eles me humilharam com um vídeo degradante, me internaram em uma clínica psiquiátrica onde quase fui violentada, e então descobriram que eu estava grávida. Eles me forçaram a abortar a criança que eu carregava em segredo - o filho dele. Eles acharam que tinham me quebrado, que eu desapareceria silenciosamente com minha vergonha depois de terem tirado minha dignidade, minha reputação e meu bebê. Mas no dia do casamento deles, eu lhes enviei um presente: os restos preservados da criança que eles me fizeram matar. Então, queimei minha vida antiga até as cinzas e comprei uma passagem só de ida para Lisboa. Eles pensaram que a história tinha acabado. Mal sabiam eles que minha vingança estava apenas começando.

Índice

Capítulo 1

Fui sequestrada com meu noivo, Caio Moraes. Naquele quarto escuro e úmido, ele foi meu herói, me protegendo dos nossos captores e sussurrando promessas de segurança.

Depois do nosso resgate, ele me pediu em casamento na frente das câmeras do mundo todo. Mas o conto de fadas era uma mentira. O sequestro foi uma farsa que ele orquestrou com meu próprio pai, um plano cruel para arruinar minha reputação.

Eu era apenas um peão, o alvo do desprezo de todos para fazer sua família aceitar seu verdadeiro amor, Juliana. Eles me humilharam com um vídeo degradante, me internaram em uma clínica psiquiátrica onde quase fui violentada, e então descobriram que eu estava grávida.

Eles me forçaram a abortar a criança que eu carregava em segredo - o filho dele. Eles acharam que tinham me quebrado, que eu desapareceria silenciosamente com minha vergonha depois de terem tirado minha dignidade, minha reputação e meu bebê.

Mas no dia do casamento deles, eu lhes enviei um presente: os restos preservados da criança que eles me fizeram matar. Então, queimei minha vida antiga até as cinzas e comprei uma passagem só de ida para Lisboa. Eles pensaram que a história tinha acabado. Mal sabiam eles que minha vingança estava apenas começando.

Capítulo 1

Eles me chamavam de desafiadora, uma socialite de língua ferina, mas por baixo do comportamento selvagem, eu era apenas Kiara Medeiros, uma garota que usava sua reputação como um escudo. Agora, encarando os rostos borrados dos meus captores, aquele escudo parecia inútil. Meu corpo doía terrivelmente, cada músculo gritando em protesto a cada novo golpe que recebia.

O saco de estopa sobre minha cabeça cheirava a poeira e desespero. Tentei me concentrar, identificar algo, qualquer coisa, na escuridão. Meus pulsos, em carne viva por causa das cordas, ardiam a cada tentativa de me soltar.

Uma voz, baixa e rouca, latiu uma ordem. Tropecei, arrastada para frente por mãos invisíveis. Meus pés descalços rasparam no concreto áspero, enviando lascas de dor pelas minhas pernas.

O ar ficou pesado, denso com o cheiro de água parada e algo metálico. Um pavor gelado se instalou no meu estômago. Para onde estavam me levando?

Um empurrão repentino e caí para frente, batendo no chão com força. Minha cabeça latejou. O saco foi arrancado da minha cabeça, me cegando com uma luz súbita e forte.

Meus olhos se ajustaram lentamente, revelando um quarto úmido e mal iluminado. A água pingava do teto, formando poças turvas no chão de concreto. Acorrentado a um cano no canto, uma figura se mexeu.

Minha respiração falhou. Caio Moraes. O herdeiro supostamente certinho, parecendo tão desgrenhado e aterrorizado quanto eu. Seu terno perfeito estava rasgado, seu rosto machucado.

Ele olhou para mim, seus olhos arregalados com um medo que espelhava o meu. Estávamos presos, dois companheiros improváveis neste pesadelo.

Um homem, com o rosto coberto por uma máscara de esqui, se aproximou de nós. Ele segurava um cano enferrujado. Meu coração martelava contra minhas costelas.

Ele ergueu o cano. Eu me encolhi, me preparando para o impacto. Mas não era para mim.

O cano desceu no braço de Caio com um baque surdo e nojento. Ele gritou, um som gutural de pura agonia. Seu corpo convulsionou, mas ele não se quebrou.

O homem mascarado riu, um som áspero e irritante. Ele falou, sua voz distorcida: "Isso é pela sua família, Moraes. Eles vão pagar."

Caio o encarou, o rosto pálido, o suor escorrendo pela testa. Ele rangeu os dentes, um desafio silencioso em seus olhos.

Eles nos deixaram então, sozinhos no frio, o silêncio pontuado apenas pelo gotejar da água e pela respiração ofegante de Caio. Meu terror anterior se misturou com uma estranha e inquietante admiração. Ele estava ferido, mas não havia implorado.

Horas se passaram. Ou talvez dias. O tempo se confundia na escuridão. Eles voltavam, ocasionalmente, para bater em Caio, para lembrá-lo da dívida de sua família. Cada vez, eu assistia, impotente, meu estômago se revirando em bile.

Uma vez, eles me arrastaram para frente, me prendendo no chão. Meu coração congelou. Era agora.

Mas Caio, apesar de seus ferimentos, se lançou para frente, sacudindo suas correntes. "Deixem ela em paz!", ele gritou, a voz rouca. "Ela não tem nada a ver com isso!"

O homem mascarado riu. "Ah, o protetor. Muito comovente." Ele golpeou Caio novamente, mais forte desta vez.

Caio desabou contra a parede, a cabeça pendendo. Mas seus olhos, mesmo através da dor, encontraram os meus. Eles continham uma mensagem silenciosa: *Sinto muito. Estou tentando.*

Foi um conforto estranho, um vislumbre de humanidade na escuridão brutal. Ele era um estranho, mas estava me defendendo.

Então veio a humilhação. Eles me amarraram a uma cadeira, meus braços e pernas presos. Caio assistia, seus olhos implorando a eles, mas eles apenas riam.

Eles apontaram uma câmera para mim, sua luz brilhante queimando meus olhos. Minhas roupas de grife, o que restava delas, foram rasgadas. Meu cabelo, geralmente perfeitamente penteado, era um emaranhado de nós.

Eles me fizeram implorar. Não pela minha vida, mas por... outras coisas. Coisas que reviravam meu estômago. Coisas que me faziam querer desaparecer.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto, quentes e humilhantes. Tentei lutar, mas o aperto deles era de ferro. Minha voz quebrava a cada palavra.

Caio gritava, um som cru e animalesco, lutando contra suas correntes. "Não se atrevam! Não toquem nela!"

Mas eles o ignoraram. Eles se divertiam com sua raiva, sua impotência. Eles se divertiam com meu desespero.

Depois do que pareceu uma eternidade, eles desligaram a câmera. Deixaram-me ali, soluçando, minha dignidade em pedaços. Caio estava em silêncio, a cabeça baixa, os ombros tremendo.

Eu pensei que não poderia me sentir pior. Eu estava errada.

Eles me trouxeram de volta depois de algumas horas, arrastando meu corpo mole de volta para onde Caio estava acorrentado. Eles tinham uma agulha, grossa e sinistra.

Eu lutei, mas meu corpo estava fraco, meu espírito quebrado. Uma picada aguda no meu braço, e uma onda de sonolência me invadiu.

Minha visão ficou turva. O rosto de Caio, gravado com preocupação, nadava diante dos meus olhos. Ele estava dizendo algo, sua voz distante.

Então, uma mão fria na minha pele. Outra. Senti uma presença, pesada e indesejada. Um sussurro, rouco e desconhecido.

Minha mente lutou contra a névoa, contra a violação. Mas meu corpo não era mais meu. Ele me traiu.

Eu flutuava dentro e fora da consciência, fragmentos de memória como vidro quebrado. O gosto metálico do medo, a pressão pesada de um corpo, o peso esmagador da vergonha.

Quando finalmente acordei, Caio estava olhando fixamente para a parede, seu rosto uma máscara de nojo. Ele não olhava para mim. O silêncio no quarto era mais pesado do que antes, cheio de horrores não ditos.

Uma nova onda de náusea me invadiu. Meu corpo parecia... errado. Profundamente, irrevogavelmente errado.

Comecei a chorar de novo, lágrimas silenciosas que queimavam minhas bochechas. Caio, com a voz mal um sussurro, finalmente falou. "Kiara... eu..." Ele parou, incapaz de encontrar meu olhar.

Eu não queria sua pena. Eu não queria suas palavras. Eu só queria desaparecer.

Dias se transformaram em semanas. Ou assim parecia. Comíamos restos, bebíamos água velha. Conversamos, no início sobre nada, depois sobre tudo. Ele me contou sobre sua família, sobre as pressões, as expectativas. Eu lhe contei sobre minha mãe, sobre a ambição fria do meu pai, sobre o vazio por baixo da minha fachada rebelde.

Nós nos aninhávamos para nos aquecer no quarto frio e úmido. Seu braço quebrado, agora grosseiramente enfaixado, era surpreendentemente forte quando me envolvia. Sua presença, antes aterrorizante, tornou-se um estranho conforto.

Ele me contava histórias, anedotas bobas de sua infância, tentando me fazer rir. E às vezes, eu ria. Uma risada fraca, patética, mas uma risada mesmo assim.

Éramos sobreviventes, ligados por um trauma compartilhado, por uma confiança não dita que se formou nos cantos mais escuros daquele quarto. Ele era meu protetor, e eu, sua confidente relutante.

Uma manhã, a porta rangeu ao se abrir, deixando entrar um facho de luz ofuscante. Homens mascarados entraram, mas desta vez, não carregavam armas.

Eles carregavam sacolas. Roupas limpas. Garrafas de água.

Eles nos desamarraram, bruscamente. Minhas pernas fraquejaram, fracas pela falta de uso. Caio me segurou, seu toque surpreendentemente gentil.

"Acabou", um deles resmungou. "Sua família pagou, Moraes."

Fomos empurrados para uma van que nos esperava, nossos olhos protegidos da luz do sol. O alívio foi avassalador, quase vertiginoso. Finalmente tinha acabado. Estávamos livres.

Mas a liberdade trouxe um novo tipo de terror.

A van parou, as portas se abriram e fomos jogados em um clarão de flashes de câmeras. Repórteres, gritando perguntas, nos cercaram. Seus rostos eram um borrão de agressão e curiosidade mórbida.

"Sra. Medeiros, o Sr. Moraes a protegeu?"

"Sr. Moraes, quais eram as exigências deles?"

"Kiara, você está bem?"

Meus olhos corriam por toda parte, sobrecarregada. Senti a mão de Caio nas minhas costas, me guiando, me protegendo do ataque.

Então, uma tela acima de nós piscou e ganhou vida. Meu sangue gelou. Era o vídeo. O vídeo humilhante e degradante. Exibido publicamente.

Um suspiro coletivo da multidão, seguido por sussurros, murmúrios e zombarias abertas. Meu rosto queimava. Meu estômago despencou.

"Olhem para ela!", alguém gritou. "Nojento!"

"A herdeira dos Medeiros, finalmente revelada como realmente é!"

Caio apertou minha mão, seu aperto firme. Ele me puxou para mais perto, seu corpo uma barreira entre mim e os olhos julgadores.

Minha visão ficou turva com as lágrimas novamente. O mundo estava girando. Eu podia ouvir a voz desapontada do meu pai, o fantasma da minha mãe sussurrando "Eu te avisei".

Os sussurros ficaram mais altos, cada palavra um dardo venenoso perfurando meu coração já frágil. "Vagabunda." "Sem-vergonha." "Ela mereceu."

Eu queria correr, me esconder, deixar de existir. Cada par de olhos parecia uma condenação. Cada flash de uma câmera, uma execução pública.

De repente, Caio deu um passo à frente, me puxando com ele. Ele encarou as câmeras, seu rosto machucado com uma expressão determinada.

"Esta mulher", ele declarou, sua voz forte e clara, cortando o barulho, "é uma vítima. Ela foi submetida a horrores indizíveis, e eu não vou ficar parado enquanto vocês a envergonham publicamente."

Minha cabeça se ergueu. Ele estava me defendendo. Não apenas em particular, mas publicamente, na frente do mundo inteiro.

"Eu assumo total responsabilidade por sua segurança", ele continuou, seu olhar varrendo os repórteres. "Eu falhei em protegê-la adequadamente durante nosso cativeiro. E por isso, passarei o resto da minha vida me redimindo."

A multidão se aquietou, chocada com suas palavras. Ele estava assumindo a culpa, sacrificando sua imagem polida por mim.

Um repórter, mais ousado que os outros, zombou: "Se redimindo, Sr. Moraes? O que isso significa?"

Caio olhou para mim, seus olhos cheios de uma intensidade crua que eu não tinha visto antes. Ele pegou minha mão, levando-a aos lábios.

Então, ele se ajoelhou. Ali mesmo, na frente de todos.

Minha respiração ficou presa na garganta. Minha mente girou. O que ele estava fazendo?

"Kiara Medeiros", ele disse, sua voz ressoando com uma sinceridade inesperada, "você me daria a honra de se tornar minha esposa?"

Os flashes explodiram. A multidão ofegou. Meu mundo girou em seu eixo. Meu coração, tão recentemente despedaçado, sentiu um estranho e vertiginoso palpitar. Ele estava me oferecendo uma tábua de salvação, uma saída da humilhação pública.

Mas também era uma armadilha. Ele estava me oferecendo tudo, e eu não tinha mais nada a dar além de meu eu quebrado.

Meu pai, Germano Lins, apareceu através da multidão de repórteres, seu rosto uma mistura de choque e triunfo calculista. Ele me deu um aceno sutil, uma ordem silenciosa. *Diga sim.*

Meus olhos encontraram os de Caio. Seu olhar era inabalável, quase desesperado. Ele precisava que eu dissesse sim. Para quê, eu não sabia.

Minha mente gritava não. Meu coração, no entanto, sussurrava um apelo desesperado por fuga, por proteção, por uma chance de recuperar alguma aparência de dignidade.

"Sim", ouvi a mim mesma dizer, a palavra mal um sussurro, perdida no rugido da multidão.

Uma aclamação explodiu. Caio deslizou um anel no meu dedo, um diamante deslumbrante que parecia impossivelmente pesado. Ele se levantou, me puxando para um abraço apertado, me protegendo do mundo, das consequências da minha própria ruína.

Era um final de conto de fadas. Ou assim parecia. Mas no fundo, um nó frio de pavor se instalou no meu estômago. Isso não era uma história de amor. Isso era um acordo. E eu tinha acabado de vender minha alma.

Meu pai já estava ao telefone, sua voz alta demais, alegre demais. "Sim, o Grupo Moraes e as Indústrias Lins... uma fusão de famílias, uma aliança para a posteridade!"

O aperto de Caio em minha cintura se intensificou. Seus lábios estavam no meu ouvido, um sussurro que me arrepiou até os ossos. "Agora você é minha, Kiara. Não se esqueça disso."

As palavras eram uma promessa e uma ameaça. Meu estômago se revirou. Eu tinha acabado de trocar uma prisão por outra.

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