Baixar App hot
Início / Moderno / Renascer das Cinzas da Traição
Renascer das Cinzas da Traição

Renascer das Cinzas da Traição

5.0
19 Capítulo
308 Leituras
Ler agora

Ponto de Vista de Eleonora: Meu marido, Adriano, era meu escudo contra o mundo, o único que entendia o trauma que me assombrava desde que minha família foi assassinada. Eu me agarrava a ele, minha lealdade feroz era uma tentativa desesperada de manter os monstros afastados. Então ele trouxe Dafne para casa, uma barista silenciosa que ele chamava de inocente. Eu vi a manipulação em seus olhos baixos, mas ele só via pureza. Seu afeto se transformou em violência. Ele me jogou contra a parede, suas palavras cortando mais fundo que qualquer golpe. "Você me dá nojo", ele cuspiu. Ele a deixou engravidar, e quando perdi nosso filho no meio do caos, ele me acusou de assassinato. "Você matou meu filho!", ele rugiu, seu amor substituído por um ódio de gelar a alma. Ele me amarrou, me quebrou e me deixou para morrer em um helicóptero em chamas, escolhendo salvá-la. Eu era o monstro, a louca, aquela que merecia ser destruída. Como o homem que jurou me proteger pôde se tornar meu maior carrasco? Mas eu sobrevivi. Depois de forjar minha própria morte para escapar daquele inferno, eu o observei chorar por mim com lágrimas de crocodilo enquanto construía uma nova vida com minha substituta. Agora, eu voltei para recuperar meu nome, minha fortuna e para fazê-lo entender como é um monstro de verdade.

Índice

Capítulo 1

Ponto de Vista de Eleonora:

Meu marido, Adriano, era meu escudo contra o mundo, o único que entendia o trauma que me assombrava desde que minha família foi assassinada. Eu me agarrava a ele, minha lealdade feroz era uma tentativa desesperada de manter os monstros afastados.

Então ele trouxe Dafne para casa, uma barista silenciosa que ele chamava de inocente. Eu vi a manipulação em seus olhos baixos, mas ele só via pureza.

Seu afeto se transformou em violência. Ele me jogou contra a parede, suas palavras cortando mais fundo que qualquer golpe.

"Você me dá nojo", ele cuspiu.

Ele a deixou engravidar, e quando perdi nosso filho no meio do caos, ele me acusou de assassinato. "Você matou meu filho!", ele rugiu, seu amor substituído por um ódio de gelar a alma.

Ele me amarrou, me quebrou e me deixou para morrer em um helicóptero em chamas, escolhendo salvá-la. Eu era o monstro, a louca, aquela que merecia ser destruída.

Como o homem que jurou me proteger pôde se tornar meu maior carrasco?

Mas eu sobrevivi. Depois de forjar minha própria morte para escapar daquele inferno, eu o observei chorar por mim com lágrimas de crocodilo enquanto construía uma nova vida com minha substituta. Agora, eu voltei para recuperar meu nome, minha fortuna e para fazê-lo entender como é um monstro de verdade.

Capítulo 1

Nos chamavam de o casal mais explosivo de São Paulo, uma tempestade que fascinava a todos. Éramos donos de cada ambiente em que entrávamos, um turbilhão de ambição e possessividade. O que eles não viam era o tremor constante sob a minha pele, uma relíquia da noite em que minha antiga vida virou cinzas. Adriano, meu marido, o magnata da tecnologia, era minha rocha, meu escudo. Ele jurou que me protegeria de tudo, até de mim mesma. Eu acreditei nele.

E eu, por minha vez, era dele. Minha lealdade era um cobertor sufocante, quente para ele, mas asfixiante para qualquer outra pessoa. Qualquer um que ousasse cruzá-lo, que sequer o olhasse de lado, sentia seu peso opressor. Eu sabia que não era bonito. As pessoas sussurravam "loucura", mas era apenas amor. Um eco distorcido do terror que eu conheci, exigindo que eu me agarrasse à única pessoa que mantinha os monstros afastados.

Nosso laço, forjado nas cinzas do meu trauma, parecia inquebrável. Éramos duas metades de um todo imperfeito, unidos por um passado que ninguém mais podia entender. Ele era a âncora de que eu precisava desesperadamente, e eu, a correnteza selvagem que o impedia de estagnar. Estávamos destinados a enfrentar todas as tempestades, juntos.

Então Dafne Thornton entrou em cena. Uma barista, diziam. Uma coisinha frágil, com olhos que continham a tristeza silenciosa de um filhote de cervo perdido. Adriano a trouxe para casa uma noite, depois de um baile de caridade. Ela não falava, apenas oferecia sorrisos tímidos. Inocência, ele chamou. Eu chamei de mentira.

O silêncio dela era uma performance, uma ilusão cuidadosamente construída. Ela pairava perto de Adriano, o olhar sempre baixo, os movimentos hesitantes. Ela derramava uma bebida perto dele "sem querer", sempre conseguindo parecer completamente devastada e arrependida, despertando seus instintos protetores. Eu assistia, meu sangue virando gelo, enquanto ele gentilmente limpava a mão dela, uma ternura que eu não via dirigida a ninguém além de mim há anos.

Sua atenção, antes exclusivamente minha, se dissipou como fumaça. Primeiro, foi uma mudança sutil em seu olhar, demorando-se nela um segundo a mais. Depois, foi a maneira como sua voz se suavizava quando falava com ela, um tom que ele reservava para acalmar meus pesadelos. Ele começou a passar mais tempo em seu escritório, um lugar onde eu raramente o via, e eu sabia que ela estava lá, uma sombra silenciosa alimentando seu ego cansado.

Os sinais estavam por toda parte, gritantes como luzes de neon na minha visão periférica. Um lenço de seda, que não era meu, enfiado no banco de trás do carro dele. O cheiro fraco de jasmim, que não era meu perfume, impregnado em suas camisas. Eu encarava esses fragmentos, meu estômago se revirando, mas meu rosto permanecia uma máscara de pedra. Meu coração era um tambor, batendo um ritmo furioso contra minhas costelas, mas eu não deixaria transparecer. Ainda não.

Esperei até descobrir o café onde ela trabalhava, até memorizar seu horário. Vesti um vestido preto simples, sem joias, sem maquiagem. Eu queria que ela me visse, despida da gaiola dourada que Adriano construiu ao meu redor, que visse a mulher por baixo da fachada. Estacionei meu carro bem em frente ao café, seus vidros escuros refletindo minha determinação sombria.

Ela saiu, de cabeça baixa, carregando uma bolsa pequena e gasta. Saí do meu carro, meus saltos estalando bruscamente no asfalto, um som que cortou o zumbido da cidade. Ela se encolheu, depois ergueu o olhar, os olhos arregalados. Aproximei-me dela lentamente, deliberadamente, como um predador perseguindo sua presa. Minha sombra caiu sobre ela, engolindo-a por inteiro.

"Dafne Thornton", eu disse, minha voz baixa, pingando uma doçura que era tudo menos doce. Meus olhos perfuraram os dela, desafiando-a a desviar o olhar. Ela tremeu, as mãos agarrando a bolsa com mais força. Ela era pequena, frágil, exatamente o que Adriano pensava que queria.

Ela engoliu em seco, a garganta trabalhando com dificuldade. Então balançou a cabeça, um apelo silencioso. Meu sorriso se alargou, uma paródia grotesca de diversão. "Oh, querida", eu ronronei. "Nós duas sabemos que esse teatrinho não funciona comigo."

Minha mão disparou, agarrando um punhado de seu cabelo, puxando sua cabeça para trás bruscamente. Seus olhos se arregalaram ainda mais, o medo finalmente pintando-os. "Eu só vou dizer isso uma vez", eu sibilei, minha voz um sussurro venenoso. "Fique longe do meu marido. Fique longe da minha vida. Ou eu vou fazer você se arrepender de cada respiração que der."

Ela gemeu, um som pequeno e sufocado. Lágrimas brotaram em seus olhos, ameaçando transbordar. Eu não me importei. "Escute", ordenei, meu aperto em seu cabelo se intensificando. "Você se acha esperta, bancando a vítima inocente. Mas eu já vi vítimas de verdade, dor de verdade. Você, minha cara, é apenas uma imitação barata."

Então eu fiz. Puxei-a para a rua movimentada, diretamente no caminho de um táxi que se aproximava. O motorista pisou no freio, o guincho dos pneus um protesto ensurdecedor. Dafne gritou, um som cru e agudo que rasgou o ar. A mudez falsa se foi, estilhaçada pelo terror genuíno.

O som do táxi cantando pneu ecoou em meus ouvidos, mas mais alto, mais aterrorizante, foi o rugido que se seguiu. "Eleonora!" A voz de Adriano, um chicote de pura fúria, estalou, cortando o caos. Ele apareceu do nada, o rosto contorcido de raiva, os olhos fixos em mim. Ele correu para Dafne, pegando-a do asfalto, seus braços uma jaula protetora ao redor de sua forma trêmula. "Que porra você pensa que está fazendo?", ele cuspiu, seu olhar queimando buracos em mim.

Ele a segurou perto, acariciando seu cabelo, sussurrando garantias que eu não conseguia ouvir. Os soluços dela eram altos agora, reais, enterrando-se em seu ombro. Ele nem sequer me lançou um olhar enquanto se virava, preparando-se para levá-la embora. Meu estômago despencou, uma pedra fria e pesada.

Ele tentou passar por mim, mas eu não o deixei. Estendi a mão, agarrando seu braço, meus dedos cravando-se no tecido de seu terno. "Adriano, não", eu engasguei, um apelo desesperado. O mundo inclinou, o asfalto se turvando sob meus pés. Isso não podia estar acontecendo. Não assim.

Ele não parou. Ele simplesmente me sacudiu, seu movimento desdenhoso, como se eu não fosse nada mais que uma mosca incômoda. Minha mão escorregou, minhas unhas rasgando o tecido, mas ele nem sequer se abalou. Ele apenas continuou andando, suas costas uma parede fria e inflexível.

"Se você for embora", eu gritei, minha voz crua, rachando, "eu juro por Deus, Adriano, eu vou garantir que nenhum de vocês viva para ver o amanhã! Eu vou queimar esta cidade até o chão, começando por ela!" As palavras eram veneno, mas eram verdadeiras. Cada fibra do meu ser gritava por retaliação.

Ele parou então, seus ombros largos se tensionando. Ele virou a cabeça ligeiramente, o suficiente para eu ver o canto de seu olho. Era gelo. Um azul glacial que não refletia calor, nem reconhecimento, apenas uma indiferença arrepiante. "Tente, Eleonora", ele disse, sua voz plana, desprovida de emoção. "Você vai descobrir que eu sou muito melhor em queimar as coisas do que você."

Ele não esperou por minha resposta. Ele apenas continuou se movendo, carregando Dafne, a cabeça dela aninhada contra seu peito, para longe de mim. Longe de nós. Eles desapareceram na multidão, deixando-me sozinha na rua caótica, o cheiro de borracha queimada e o gosto amargo da traição enchendo minha boca. Minha visão embaçou, lágrimas que me recusei a derramar ardendo em meus olhos.

O silêncio que se seguiu à partida deles foi ensurdecedor. Pressionou-me, sufocando-me. Minha raiva, um monstro que eu geralmente mantinha acorrentado, se libertou. Vi o carrinho de um vendedor de flores, transbordando de flores vibrantes. Com um grito gutural, eu o virei, espalhando pétalas e terra pelo pavimento sujo. Depois outro. E outro. Até que a rua se tornou um caleidoscópio de destruição. Eu queria esmagar tudo, qualquer coisa, até que o zumbido em minha cabeça parasse.

Observei o caos que criei, minha respiração saindo em arquejos irregulares. As flores, esmagadas e quebradas, eram um espelho do meu próprio coração. Ele não se importaria. Ele não veria. Ele nem saberia. Isso não era mais sobre ele. Era sobre ela. O que eu poderia fazer que o machucaria, o machucaria de verdade, sem nunca mais tocar nela? O que eu poderia fazer para que ele sentisse o vazio, a desolação absoluta que ele acabara de me infligir?

A resposta veio, fria e clara, como uma manhã de inverno. Ele queria doçura? Ele queria inocência? Ele queria uma vida simples e descomplicada? Eu lhe daria nada menos que o inferno. A única maneira de puni-lo de verdade era fazê-lo se importar com a própria coisa que ele pensava que podia controlar.

Encontrei Dafne mais tarde naquele dia. Não em casa, mas em uma clínica discreta nos Jardins. A segurança era rígida, mas minha influência, mesmo agora, ainda tinha força. Entrei em seu quarto, meu rosto uma máscara de calma. Ela estava pálida e pequena na cama, um curativo no braço da queda. Seus olhos dispararam para os meus, o medo ainda nadando em suas profundezas.

Eu não falei. Simplesmente caminhei até a mesa de cabeceira, peguei um copo de água e, lentamente, deliberadamente, derramei-o sobre o pequeno buquê de flores que Adriano havia enviado. As pétalas murcharam, a água pingando nos lençóis brancos imaculados. Então, com a mesma calma medida, alcancei seu soro intravenoso. Observei o líquido claro fluir, meu coração batendo um ritmo constante e frio.

Seus olhos, arregalados de terror, suplicaram-me, mas eu não vacilei. Deixei o soro correr, então, com uma torção brusca, cortei o tubo.

O monitor ao lado de sua cama começou a soar.

Observei seu rosto se contorcer, seu corpo se contrair. Então, tão rapidamente quanto começou, parou. Seus olhos reviraram e ela ficou mole.

Olhei para ela, uma estranha satisfação se instalando em meu peito. Isso não era sobre violência. Era sobre consequência. Adriano sentiria isso. Ele sentiria cada ondulação disso.

Saí do quarto, deixando os alarmes soando, as enfermeiras gritando. Eu queria ver o rosto dele quando a encontrasse assim. Eu queria vê-lo desmoronar.

Ele não desmoronou. Não da maneira que eu esperava. Ele me encontrou mais tarde, de volta à nossa cobertura, aquela que eu decorei com tanto amor, tanta esperança. Seu rosto era uma nuvem de tempestade, escura e ameaçadora. Ele não gritou. Ele nem mesmo levantou a voz. Foi assim que eu soube que era ruim.

Ele me encurralou na sala de estar, as luzes da cidade brilhando lá embaixo, alheias à tempestade que se formava dentro daquelas paredes. "Você tocou nela", ele disse, sua voz mal um sussurro, mas vibrou pelo chão, pelos meus ossos. "Você tocou nela, Eleonora."

Encarei seu olhar, sem vacilar. "Ela é uma mentirosa, Adriano. Uma pequena manipuladora-"

Ele não me deixou terminar. Sua mão disparou, não para golpear, mas para agarrar. Seus dedos se fecharam em volta da minha garganta, não apertados o suficiente para parar minha respiração, mas firmes o suficiente para transmitir poder absoluto. Meus olhos lacrimejaram, não de dor, mas da súbita e crua percepção do que eu havia desencadeado. "Você se acha tão esperta", ele rosnou, o rosto a centímetros do meu. "Você acha que pode jogar esses jogos. Mas você se esquece com quem está jogando."

Ele me empurrou, com força, contra a lareira de mármore. Minha cabeça bateu na pedra fria com um baque nauseante, e uma dor aguda e lancinante atravessou meu crânio. Estrelas explodiram atrás dos meus olhos, depois desapareceram em uma névoa vertiginosa. Minhas pernas fraquejaram e eu deslizei para o chão, minha respiração presa no peito.

Olhei para ele, minha visão nadando. Minha cabeça latejava, uma dor surda e insistente que rapidamente se intensificou. Uma raiva lenta e quente começou a borbulhar em minhas entranhas, empurrando para trás o medo. "Você me bateu", sussurrei, a incredulidade tingindo minha voz. O homem que jurou me proteger, que foi meu escudo contra o mundo, acabara de me jogar contra uma parede.

Seus olhos, geralmente cheios de um fogo possessivo, agora estavam frios e distantes. Ele se inclinou, o rosto uma máscara sombria. "Você é instável, Eleonora. Uma louca. Você tentou machucar uma pessoa inocente." Ele fez uma pausa, seu olhar percorrendo minha forma trêmula. "Você me dá nojo."

Suas palavras atingiram mais forte que o golpe. Meu coração se contraiu, um peso esmagador em meu peito. Ele apertou meu braço, me arrastando para cima, seu aperto como ferro. "Você quer jogar sujo?", ele sussurrou, seu hálito quente contra minha orelha. "Tudo bem. Vamos jogar sujo."

Ele me puxou para o quarto principal, o cômodo que já fora nosso santuário, agora um campo de batalha. Ele rasgou meu vestido, o tecido delicado se partindo com um som áspero. Minha mente disparou, tentando encontrar uma saída, mas não havia para onde ir. Meu corpo gritava, mas minha voz estava presa em algum lugar profundo.

Ele forçou meu rosto para cima, seus dedos cravando-se em minha mandíbula. "Olhe para si mesma, Eleonora", ele ordenou, arrastando-me para o espelho de corpo inteiro. Meu reflexo me encarou de volta, cabelo desgrenhado, olhos arregalados e aterrorizados, um hematoma já florescendo em minha têmpora. "Isto é o que você é. Um monstro."

Suas palavras, brutais e desumanizadoras, ressoaram no quarto silencioso. "Estou cansado, Eleonora", ele suspirou, sua voz tingida de um cansaço que me gelou até os ossos. "Tão cansado dessa... dessa loucura." Ele me soltou, e eu cambaleei para trás, agarrando os restos rasgados do meu vestido.

"Eu tentei", ele disse, sua voz plana, sem emoção. "Deus, eu tentei. Por anos, eu tentei te consertar, te juntar os pedaços. Mas você está quebrada, Eleonora. Irreparavelmente quebrada." Ele se virou, passando a mão pelo cabelo, de costas para mim.

Minha garganta queimava. "Você... você a ama, não é?" As palavras eram mal um sussurro, um apelo desesperado pela confirmação da verdade que eu já sabia.

Ele se virou, seu olhar encontrando o meu, desprovido de qualquer calor. "Ela é... calma. Gentil. Ela não tem seus demônios, Eleonora. Ela não carrega o peso de um passado estilhaçado." Ele fez uma pausa, um sorriso cruel tocando seus lábios. "Ela é tudo o que você costumava ser, antes do incêndio. Tudo o que eu anseio agora."

Uma nova onda de dor lancinante irrompeu em meu abdômen, uma torção súbita e violenta que me roubou o fôlego. Dobrei-me, agarrando meu estômago, o mundo girando ao meu redor. "Não", eu arquejei, a palavra arrancada da minha garganta. "Não, você não pode. Você não pode me deixar. Eu fiz isso por você, Adriano. Tudo. Tudo foi por você!" Eu arranhei seu peito, minhas unhas cravando-se em sua pele, uma tentativa desesperada e frenética de me agarrar a ele.

Ele me empurrou, o rosto impassível. "Você não entende, Eleonora?", ele disse, sua voz um ronco baixo. "Você assassinou nosso filho. Sua 'loucura', sua 'lealdade', seu amor distorcido... nos custou tudo. Me custou tudo." Suas palavras foram um golpe físico, pior que qualquer soco. Meu corpo ficou dormente, minha mente cambaleando.

Ele apontou um dedo para mim, seus olhos brilhando com um fogo frio. "Dafne, ela é minha salvação. Minha paz. E você, Eleonora, você não é nada além de uma lembrança da escuridão da qual eu quero escapar." Ele se virou, de costas para mim novamente, e caminhou até a porta.

Ele parou no limiar, a mão na maçaneta. "Nem pense em tocar nela de novo, Eleonora", ele avisou, sua voz como gelo. "Porque se você o fizer, seu inferno pessoal se tornará um espetáculo público. E acredite em mim, eu sou excelente em espetáculos." Ele saiu, o clique da porta ecoando no quarto silencioso, deixando-me sozinha nos destroços de nossa vida, meu corpo atormentado por uma dor nova e aterrorizante.

Continuar lendo
img Baixe o aplicativo para ver mais comentários.
Mais Novo: Capítulo 19   11-26 15:53
img
img
Capítulo 1
26/11/2025
Capítulo 2
26/11/2025
Capítulo 3
26/11/2025
Capítulo 4
26/11/2025
Capítulo 5
26/11/2025
Capítulo 6
26/11/2025
Capítulo 7
26/11/2025
Capítulo 8
26/11/2025
Capítulo 9
26/11/2025
Capítulo 10
26/11/2025
Capítulo 11
26/11/2025
Capítulo 12
26/11/2025
Capítulo 13
26/11/2025
Capítulo 14
26/11/2025
Capítulo 15
26/11/2025
Capítulo 16
26/11/2025
Capítulo 17
26/11/2025
Capítulo 18
26/11/2025
Capítulo 19
26/11/2025
Baixar App Lera
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY