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O Conde Cretino

O Conde Cretino

4.8
26 Capítulo
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Sinopse

Índice

🚨PAUSADO🚨 Elizabeth Taylor se viu numa tremenda enrascada quando descobriu que teria que se casar com Liam Bennington, o futuro Conde de Culbert. Obrigada, ela não vê outra saída, até que tem uma ideia: fingir estar sendo cortejada para ludibriar os irmãos. Liam aceita, mas o que ela mal sabia, é que iria conhecer o outro lado do libertino mais famoso de toda a Kent — um lado sexy, atraente e extremamente apaixonante. Embora aos poucos tivesse se apaixonando, Liam vê que Nicholas, o primeiro amor de Lisbeth, fará de tudo para lhe tirar o direito de ter Lisbeth como sua. Ele decide, então, cumprir o acordo que seu pai lhe incumbiu, obrigando-a a se casar com ele. Entre um verdadeiro inferno de emoções, o prazer é seu deleite. Terá lorde Bennington, então, encontrado sua redenção? Livro um da trilogia Os Benningtons

Capítulo 1 Presa

Lisbeth não fazia ideia de quanto tempo estava ali, mas calculava, de acordo com o sol que ameaçava se pôr no horizonte, que era realmente tarde. Ela olhou para baixo mais uma vez e, de súbito, agarrou-se ao tronco da árvore com força, gemendo, tonta. O maldito bode ainda estava à sua espera, escavacando a terra com impaciência enquanto a jovem dama tentava a todo o custo se manter segura.

Lisbeth se perguntava o que lhe fez de mal, mas não conseguia encontrar um bom motivo para explicar a perseguição que sucedeu desde o celeiro até aquela maldita árvore, onde — por alguma força divina — conseguiu subir.

A última coisa que queria era, com certeza, ter que lidar com o bode. Lisbeth teve um trabalho árduo para conseguir se livrar do animal. Com suas pernas curtas e saia comprida não conseguia correr muito rápido, e por sorte ou azar, o bode já não era tão forte quanto mais novo, o que a permitiu uma fuga bem sucedida. No entanto, não planejava ficar presa na árvore.

— Socorro — ela gritou mais uma vez.

Kent costumava ser um lugar onde as famílias procuram seu devido descanso depois de uma longa e turbulenta temporada em Londres — não que a própria Lisbeth soubesse bem o que era isso — e para o azar de Lisbeth, as terras ao sul da Mary Hall eram ensurdecedoramente silenciosas. Mais uma vez, pensou Lisbeth, só um milagre conseguiria tirá-la de tal situação. E Deus, ela estava a ponto de despencar da árvore. Seus olhos pesavam e o corpo suplicava por descanso. Se não fosse o bode, pularia para o chão. Mas não iria fazer isso. Ela tinha esperanças de que alguém passaria por lá e a salvaria da desafortunada circunstância. Talvez demorasse um ou dois dias, talvez seus irmãos reparassem em seu repentino sumisso e mandariam um grupo de resgate para buscá-la.

Lisbeth virou a cabeça para o lado, pondo-a sobre o ombro e lançou o braço na direção do galho oposto ao que segurava. Seu vestido estava preso num galho. Era o que a mantinha vestida, visto que, por causa do incidente, teve que subir de qualquer modo na árvore. Um rasgo lateral decretou que estava com azar; ela tentou segurar a parte de cima, mas qualquer um que se aventurasse por ali, perceberia seu desconforto.

E tudo por causa do bode!

— Madito — ela tentou alcançar o galho no qual a ponta do vestido prendeu. Estava quase nua, percebia, as pernas de fora, o corpete apertando os seios por cima da chemise. Se não tivesse vestida com a chemise, que por sinal era quase transparente, poderia dizer que todos os esforços que sua mãe teve em manter as fofocas sobre sua honra ter sido tirada caíram por terra. Sem dúvidas uma jovem lady não deveria se comportar como uma garota qualquer. E a situação em que se encontrava não era nada elegante. Lisbeth estirou a língua, observando o bode, que deu uma cabeçada no tronco da árvore. — Vai me pagar caro. — Ela voltou a segurar o tronco com as duas mãos, apertou as pernas e sentiu o vento fresco da tarde soprar as longas madeixas cor de terra. A fita azul que segurava seu cabelo voou para longe. — Socorro! — Gritou mais uma vez.

Maldito seja o bode.

Tudo começou pela manhã, quando visitou uma velha amiga. Um de seus irmãos, o lorde Coutier, a acompanhou a contragosto. Enquanto as ladies colocavam a conversa em dia, seu irmão começara a planejar sua fuga sorrateira, deixando somente um cavalariço dorminhoco e o cocheiro gorducho que se queixava de dor de barriga. Num breve passeio pelo jardim, Lisbeth avistou o bode, que batia a cabeça repentidamente numa carroça cheia de feno. Os chifres retorcidos do animal estavam presos na madeira, ou assim imaginara ela, porque, assim que a viu, ele correu em disparada na sua direção. Lisbeth conseguiu correr e na tentativa de se livrar do terrível bode, jogou os sapatos na sua direção. Quando percebeu, estava londe demais da propriedade dos Hargrove, e para piorar, o bode voltou a persegui-la.

Já desesperançada, tentou trocar de posição. Talvez fizesse quatro horas que estava daquele jeito. Suas costas doíam, as pernas pareciam pesadas e os braços já não tinham tanta força. Ela não duraria por muito tempo ali, principalmente porque nunca lhe disseram o que fazer caso um bode louco quisesse atacá-la. E então, quando subiu os olhos além dos galhos ramificados, ela viu a visão mais gloriosa — ao menos na situação em que se encontrava. Um homem montado no cavalo, bom… a sombra dele. O cavaleiro estava no topo de um monte. Se berrasse um pouco mais alto, poderia chamar sua atenção — não é todo dia que se encontra uma mulher presa numa árvore.

— Socorro! Socorro! — Gritou Lisbeth. O desespero era crescente dentro de seu peito. O homem não pareceu perceber, então ela se remexeu, chacoalhou os galhos de um modo nada elegante e enfim teve a atenção de seu herói. Ele cavalgou apressadamente em sua direção. — Graças à Deus! — Respirou aliviada.

Não demorou muito para retirar o que disse.

Ou Deus a odiava muito, ou hoje ele estava particularmente muito brincalhão.

Seu herói era ninguém mais, ninguém menos que Liam Bennington, o maldito homem que lhe dava nos nervos desde que se entendia por gente. Ele aproximou-se, e ela desejou que caísse do cavalo quando viu o sorriso branquíssimo no rosto odiosamente lindo.

Ah, Deus… ela estava mesmo com muito azar!

— Ora, ora… veja só, se não é cabritinha. — Liam sorriu prazerosamente diante daquela visão.

Elizabeth Taylor não era, nem de longe, uma lady que ousava subir em árvores e, com certeza, não faria tal coisa a menos que estivesse tentando salvar a própria vida. E ela estava em trapos, algo que nunca tinha visto na vida. Se ele estivesse mesmo lúcido, isto é, se o sol não tivesse fritado os neurônios de seu cérebro e estivesse imaginando coisas, Lisbeth estava realmente pendurada numa árvore, aos gritos.

— Precisa de ajuda? — Ele baixou as rédeas na altura da crina de Maximus, de modo que o cavalo ficasse quieto. Liam apontou o queixo na direção da árvore. — É uma bela árvore. Como foi parar aí em cima? — Ela pareceu não ter ouvido o que disse, mas ele sabia, no entanto, que ela nunca iria baixar a guarda o suficiente para dizer que precisava realmente de ajuda. Ele riu. Era bastante divertido, na verdade.

— Está achando engraçado? — Perguntou ela, o tom irritado fez Liam abrir um sorriso ainda maior. Ele percebeu que o tecido do vestido de Lisbeth estava rasgado, de modo que deixava-o visualizar a perna lisa da moça. — O que está olhando? Pervertido! — Ele gargalhou dessa vez. — Pare de rir! — Ordenou ela.

Liam não conseguiria nem se quisesse. Quando a veria numa posição tão desconfortante quanto essa? Pelo que podia lembrar, nunca tinha visto ela de tal forma. Por mais que fosse divertido — isso não podia negar —, ela precisava da sua ajuda. Ele sentiu algo parecido com afeto, talvez compaixão. Apoiando o pé no estribo, passou o outro por cima de Maximus, jogando o peso de seu corpo para o outro pé.

— Eu não preciso da sua ajuda. — Garantiu Lisbeth. — Sei me virar sozinha.

— Claro que sabe — concordou Liam, afinal, um cavalheiro sempre concordava com uma dama, apesar de ela estar pendurada numa árvore — mas não significa que não possa ajudá-la em algo. — Ele aterrissou no chão. A camisa de linho colara ao corpo suado. Lisbeth segurou o tronco com mais força. — Vamos, me diga em que posso ajudá-la. — Pediu ele.

Ele pousou as mãos nos quadris e olhou para cima, os olhos azuis vibraram ao passar pelo decote perversamente deleitante de sua inimiga mais antiga. Ele tinha que admitir. Lisbeth se tornara uma jovem encantadora. Não que fosse feia; de fato nunca foi digna de receber algo como isso, não, definitivamente não. Ele percebeu, no entanto, que nunca reparara em como já estava crescida. Apostava até que todos os outros homens que tiveram o privilégio de olhá-la se encantaram com tamanha beleza:

Olhos castanhos suaves, cílios espessos e longos, corpo esbelto e pele branca. Liam com certeza se sentia atraído por ela, ou talvez fosse somente sua libido clamando por um pouco de diversão.

— O bode — disse ela, vencida. Liam despertou de seus pensamentos e a fitou com curiosidade.

— O bode? — Ele reparou que havia um bode em pé perto da árvore. — O que tem ele? — Perguntou.

— Tire-o daí. O maldito me perseguiu até aqui.

Liam assentiu e fez o que Lisbeth lhe pediu. Ele afastou o bode, que insistia em ficar no lugar. Liam, então, começou a empurrá-lo com o pé, e o bode, por sua vez, virou na sua direção, para acertar uma cabeçada, mas o cavalheiro conseguiu segurar seus chifres. Lisbeth gemeu em cima da árvore.

— Béeee — bodejou o animal. Liam o puxou pelos chifres. Quando finalmente estavam a uma distância da árvore, tirou sua camisa e a usou como corda, prendendo a manga na pata traseira e a outra num tronco partido de uma árvore morta.

— Prontinho, Lili — gritou Liam. — E você — ele olhou para o bode. — Trate de ficar aí.

Liam correu de volta para debaixo da árvore em que Lisbeth se encontrava. Ela virou a cara e fechou os olhos quando o viu sem camisa. Ele franziu a testa, estranhando a recusa da jovem.

— Vamos cabritinha — ele disse — Não tenho o dia todo.

— Sua camisa. — Ela disse. — Já é estranho demais estar desacompanhada com um homem… e você… ah, meu Deus… — ela fitou o peito largo de Liam, uma gota de suor desceu.

— Vamos. — Insistiu. — Se não quiser que eu suba até aí e a tire do meu jeito. — Contou ele. Ela balançou a cabeça. Liam colocou a língua entre os lábios e começou a escalar a árvore.

— Está louco? — Perguntou ela. — Saia daqui! — Ela cobriu as pernas desajeitadamente com o tecido do vestido. — Se alguém nos ver… por favor, desça. — Mandou ela. Liam fez que não.

Estava se divertindo muito no resgate da pobre donzela. Ele segurou um galho com força, apoiou o pé, lançou o braço e pegou o tronco com firmeza, depois repetiu o processo até alcançar metade do caminho. Maximus bufou. Liam olhou para ele. Foi o bastante para Lisbeth acertar um chute na sua cabeça.

— Cabeça dura! — Xingou ela. Ele caiu no chão, soltando palavrões que ela nunca tinha escutado. — Pedi para não subir. Bem feito.

— Eu poderia muito bem deixá-la plantada aí — avisou ele, cruzando os braços com irritação. — Aviso-lhe que, da próxima vez que me chutar, vai pagar caro.

Ele voltou a escalar o tronco da árvore. Lisbeth amarrou um biquinho nos lábios e gemeu, passando uma perna pelo tronco em que se apoiava. Seu peito subia e descia; o medo de se estabacar no chão era a única coisa que a impedia de pular de lá. Liam conseguiu chegar à sua altura, agarrou-se a um galho e pegou sua cintura. Seus dedos agarraram-lhe com força.

— Meu vestido está preso. Se não soltá-lo irei… — ela ficou corada. A simples menção parecia um pecado. Ele assentiu e ela agarrou o outro galho com força. Liam esticou o braço e conseguiu tirar o vestido do galho quebrado ao qual prendera. — Não me solte. — Disse ela.

— Confie em mim — ele sussurrou — Não a soltaria nem se quisesse. Passe um braço por meu pescoço. — Ele mandou. Ela fez que não. — Logo. — Ordenou ele. Ela revirou os olhos, agarrou seu pescoço e soltou o galho. — Não! — Gritou ele.

Já era tarde demais. A única coisa que os mantinham pendurados foi solta, e Liam não aguentaria por muito tempo. Sua mão deslizou pelo tronco. Se Lisbeth não estivesse agarrada ao seu pescoço, despencaria no chão. Ele franziu a testa, tomado pela dor. A madeira áspera cortou sua mão. A única coisa que conseguia pensar era em livrar Lisbeth da queda, por isso, ele a agarrou, soltando o galho, e caíram no chão. A dor lancinante se espalhou por suas costas, mas a grama alta aliviou o impacto.

— Merda. — Ele sussurrou. Uma pontada entre as costelas quase o fez gritar. Com os braços abertos, Lisbeth o segurava firmemente. Quando abriu os olhos, se deparou com a visão mais linda que já vira: Lisbeth estava em cima dele, e a única coisa que o fez acreditar que ainda estava vivo, foi o pau, que pulava, pulsante, na ceroula.

— Ai — ela reclamou. — Acho que torci o tornozelo. — Ela apoiou o cotovelo na barriga dele. Liam teve que aguentar a dor. Que homem seria se não aguentasse o peso de uma mulher em cima de si após uma queda?

— Acho que quebrei alguma coisa. — Com uma careta, ele tentou se sentar, mas então, percebeu que Lisbeth estava corada. Ele podia ver facilmente o vão de seus seios, e se ela inclinasse mais, poderia ter mais que isso. — Venha. — Ele disse, se apoiando nos braços. — Deixe-me ver, cabritinha. — A voz ofegante parecia afogada. Lisbeth não questionou e esticando a perna para que ele pudesse conferir, fechou os olhos. — Não é como se eu fosse trepar com você. — Disse ele.

— Não diga isso — ela repreendeu-o — Sua mãe não lhe deu modos? — Ele ergueu uma sobrancelha, se divertindo com a vergonha da moça e disse:

— A deixei no bordel. — Lisbeth empurrou seu peito de leve. — Ai. — Era para ter sido uma brincadeira, mas doeu de verdade.

Maximus se aproximou.

— Obrigada. — Ela agradeceu. Liam avaliou seu tornozelo, depois, levantou os olhos e encontrou os de Lisbeth, tão brilhantes quanto o fogo dançante de uma vela.

— Não torceu — ele disse, segurando o local de leve. Sua mão roçou lentamente pela pele lisa e macia. — Mas não o force muito. E por sinal, de nada. — Seus lábios distenderam num sorriso suave.

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