A notícia explodiu, espatifando meu sucesso como estilista revelação. "ESCÂNDALO NA MODA: SOFIA REIS ACUSADA DE ROUBAR DESIGNS E VENDÊ-LOS NO MERCADO NEGRO." Meu nome, antes sinônimo de criatividade, virou sinônimo de "fraude" e "criminosa" em manchetes cruéis. De repente, minhas contas foram bloqueadas, contratos cancelados e a indústria que me aplaudia virou as costas. Cada clique na internet era uma facada, uma nova onda de ódio vinda de estranhos que, até ontem, elogiavam meu trabalho. Em meio ao caos, descobri que estava grávida do meu noivo, Bruno, que não atendia minhas ligações. "Emocionalmente instável e com tendências mitomaníacas", dizia um laudo médico falso vazado à imprensa. Fui à casa dos pais de Bruno, buscando ajuda, mas a porta se fechou na minha cara com desprezo. Então, veio o golpe final: mensagens de Bruno e minha assistente, Larissa, revelaram a traição. "Quero que ela suma do mapa. Quero a marca dela, o nome dela, tudo." A ambição e a inveja deles tinham me destruído, mas eu não me renderia. Decidi desaparecer, não por eles, mas por mim e pelo pequeno ser que crescia dentro de mim. Vendi tudo o que me restava e comprei uma passagem de ônibus só de ida para o interior.