A dor na minha lateral era um lembrete constante do que eu fiz: doei meu rim para Lucas, o amor da minha vida. Mal sabia eu que, ao acordar da cirurgia, meu mundo desabaria. Com a memória fragilizada pelo acidente, ele não me reconheceu. Ao seu lado, estava Patrícia, a modelo que sua família sempre adorou. "Quem é você?", ele perguntou, com os olhos vazios. Fui humilhada e expulsa do hospital pela mãe dele, enquanto Patrícia sorria vitoriosamente. Dois dias depois, Patrícia invadiu 'nossa' casa, me insultando e, premeditadamente, "tropeçou" , culpando-me por sua queda. A mãe de Lucas surgiu, me acusou de selvageria e me deu um tapa no rosto, derrubando-me. Lucas chegou e, acreditando nas mentiras delas, me agrediu com um tapa e me jogou na rua, chamando-me de "empregada demitida". "Nunca mais se atreva a tocar em mim ou na minha noiva!" Ele apagou cada vestígio meu na casa, jogando minhas coisas na calçada, enquanto eu estava fraca e com a cirurgia recente. Meu amor, Lucas, que prometeu o mundo, me tratou como lixo. Naquele dia, perdi tudo: meu lar, meu amor e minha dignidade. No fundo do poço, um médico que participou da minha cirurgia, Gabriel, me encontrou. Ele, um quase estranho, fez uma proposta inusitada: "Case-se comigo". Era uma saída, a única tábua de salvação em meio à minha desgraça.