A notícia do acidente de carro de Pedro explodiu como uma bomba, bem no auge dos preparativos para a semana de moda. Meu ateliê, normalmente um santuário de criatividade, mergulhou no caos, e eu, Maria Clara, a rainha inabalável, me vi gerenciando não só uma crise de imagem, mas também um casamento que para o público era perfeito, mas para mim, um mero contrato. O problema maior chegou não na ambulância, mas num carro de luxo discreto: Pedro, mancando um pouco, e ao lado dele, uma garota. Jovem, bonita de um jeito comum, vestindo um uniforme de fisioterapeuta barato e com um olhar... um olhar que não era de funcionária, mas de alguém que se sentia em casa. Ela me olhou com uma mistura de pena e desafio, como se eu fosse um obstáculo. "Clara, esta é a Sofia. Ela me salvou", Pedro disse, um pouco sem graça. Mas Sofia o interrompeu, sua voz doce, mas com audácia impressionante: "Foi o destino, não foi, Pedro? Eu senti que precisava estar lá." Naquele momento, eu soube. Aquela garota ingênua, que agia como se a casa fosse dela e tentava se meter nos meus negócios, declarou guerra. Mas ela não sabia que eu não reajo, eu planejo. E eu, a fundadora de um império, a mulher que ditava tendências, estava prestes a mostrar a ela que não havia menor chance de vencer essa guerra. Você acha que sabe o que é poder e estratégia?