Eu sempre acreditei que era amaldiçoada. Perdi meus pais em um acidente, sendo criada por parentes que me viam como um fardo. Minha única luz era Sofia, minha melhor amiga, minha irmã de alma. Até que a maldição a encontrou também. Sua morte trágica em um acidente de carro me despedaçou. No dia do funeral, na casa dela, Ricardo, o namorado de Sofia, me encontrou vulnerável. Ele me estuprou. Ali, naquele lugar de luto, ele roubou minha dignidade. A polícia chegou, alertada por um vizinho. Ricardo e seus pais, Helena e Afonso, poderosos e influentes, me pressionaram. Com a acusação pairando no ar, e o peso da influência deles me esmagando, eu fiz o impensável. Olhei para o policial e disse: "Não aconteceu nada. Eu tive um pesadelo." Eu o encobri, protegi meu estuprador. Naquele momento, algo em mim morreu, e algo mais frio e escuro nasceu. A maldição não me seguiria mais. A partir daquele dia, eu seria a maldição.