Há quatro anos, meu nome era Luana, uma promessa no futebol, com pernas que eram minha vida, minha carreira, meu futuro. Até que, em um lance decisivo, ouvi meu joelho estalar e a dor que senti não foi só física. Foi a dor de um sonho partido, de uma carreira construída com suor que virou pó, e a desgraça não veio sozinha. Meu namorado, Felipe, me descartou no hospital, chamando-me de "aleijada", e dias depois o vi nas redes sociais com Bruna, minha melhor amiga e influencer digital. Eu estava no fundo do poço, afundada em dívidas e desespero, quando Ricardo, o presidente do "Estrela da Vila", surgiu como meu salvador, prometendo ajuda e um propósito. Ele me cobriu de gentilezas, casou comigo e me deu a esperança de uma família com a notícia da gravidez. Eu pensei que finalmente havia encontrado a paz, a felicidade. Até aquela noite. Caminhando pela casa escura, ouvi a voz de Ricardo no telefone, um sussurro urgente que virou meu mundo do avesso. "Bruna, meu amor... eu fiz tudo isso por você. Desde o começo. A lesão dela abriu o caminho. O casamento foi um passo necessário. E essa criança... essa criança é a nossa garantia. A garantia da sua felicidade." Um plano monstruoso se desvendou: minha lesão não foi acidente, o casamento era fachada, e meu filho uma ferramenta para a obsessão dele por Bruna. Eu era a peça de sacrifício, meu corpo, minha dor, meu filho... tudo usado para satisfazer o desejo deles. Uma fúria fria me tomou e, sem chorar ou gritar, peguei meu celular e enviei uma mensagem: "Preciso de ajuda. É uma questão de vida ou morte."