No dia do meu 25º aniversário, o sol entrava suavemente pela janela do meu apartamento. O meu marido, Pedro, saiu da casa de banho, com uma toalha à volta da cintura, e desejou-me "Feliz aniversário, amor" . Parecia uma cena de perfeita normalidade, de felicidade conjugal. Mas não era. Horas antes, o Pedro, o homem que eu amava, tinha-me atropelado com o seu Porsche, na companhia da minha irmã, Clara, que sorria vitoriosamente ao seu lado. Eu vi-os, senti o impacto brutal, a dor avassaladora, e depois a escuridão. Quando abri os olhos de novo, estava de volta àquela manhã, sem dor, sem sangue. Tinha voltado no tempo. A imagem do rosto frio de Pedro e do sorriso cruel de Clara gravada na minha mente. Era o meu dia de aniversário, mas eu era uma mulher morta-viva, assombrada pelo que aconteceu. Como puderam as duas pessoas em quem mais confiava querer-me morta? A pergunta ecoava na minha cabeça, a dor era imensa, a traição insuportável. Porquê? O que os levou a tal ato? Desta vez, o destino não me enganará. Eu sei o final da história. E desta vez, serei eu a escrever o meu próprio futuro, pronta para descobrir a verdade e reescrever a minha segunda chance. Eles pensam que o plano deles vai funcionar. Mal sabem que eu voltei dos mortos.