O meu divórcio foi finalizado no mesmo dia em que o meu pai biológico saiu da prisão. O Pedro, agora meu ex-marido, mal ligou para mim, virando-se para a sua ex-namorada, Catarina, e a mãe doente dela. "Podes apanhar um táxi para casa", disse, antes de arrancar. Com o certificado de divórcio na mão e o coração em pedaços, levei o meu pai para um pequeno apartamento alugado. Mas a humilhação não parou aí. A minha ex-sogra, Sofia, não só me insultou, chamando o meu pai de assassino, como usou a sua influência para me impedir de arranjar um emprego, condenando-me ao desespero. Forcei-me a aceitar um trabalho num bar decadente, apenas para ver o Pedro e a Catarina juntos, felizes, enquanto eu servia bebidas. A Catarina aproximou-se, sorrindo docemente, e sussurrou: "Sabes, o Pedro nunca te amou. Ele só se casou contigo por pena." Aquelas palavras foram um soco no estômago, confirmando os meus piores medos e rasgando a última esperança. Eu estava destroçada, sem teto, sem trabalho, e sem qualquer ilusão de amor. Será que era este o meu destino? Afundar-me na miséria e na humilhação? Ou poderia o meu pai, aquele homem que o mundo considerava um criminoso, acender uma centelha de esperança e liderar-me para um novo começo, longe de toda a escuridão que me rodeava? Desta vez, eu não me curvaria.