Eu estava grávida de sete meses, com a vida que eu e Pedro tínhamos construído a parecer perfeita, aninhada na bolha de felicidade do meu casamento, esperando por uma vida nova e promissora. Até que o chão tremeu. Fiquei presa sob os escombros do meu escritório, gravemente ferida, e enquanto eu lutava desesperadamente pela minha vida e a do nosso bebé, o meu marido, Pedro, fez uma escolha impensável. Ele conduziu quilómetros para resgatar a sua irmã adotiva, Sofia, que estava numa zona de segurança mínima, deixando-me para trás no epicentro do terramoto. Quando os bombeiros finalmente me tiraram da ruína, ensanguentada e traumatizada, a minha dor foi indescritível. Perdi o nosso filho. E a reação dele e da minha sogra não foi de preocupação ou consolo, mas sim de acusação e irritação pela minha demora. Acusaram-me de egoísmo. Sofia, com um arranhão insignificante, chorava lágrimas falsas, fazendo-se de vítima enquanto toda a atenção voltava para ela. Ninguém se importava com a minha perda, apenas com a "tragédia" que eu supostamente causei nas suas vidas perfeitas. Como puderam? Como o homem que jurei amar pôde abandonar-me, levando o seu filho à morte nos meus braços, e ainda assim preocupar-se mais com uma minúscula ferida de Sofia e os sentimentos da "família" dele? E quando, no hospital, ele me ameaçou cortar o meu acesso financeiro, percebi a verdade mais cruel de todas: eu nunca fui a sua prioridade. Nunca fui a sua verdadeira família, apenas um acessório. Mas eles cometeram um erro fatal. Pensaram que uma mulher em luto profundo seria fraca, quebrada. Enganaram-se redondamente. Em vez de sucumbir, levantei-me. Contratei a melhor advogada e decidi expor cada uma das suas mentiras e hipocrisias, incluindo os anos em que ele secretamente financiou a vida luxuosa de Sofia com o NOSSO dinheiro. Esta não seria apenas uma luta por um divórcio, mas pela minha própria dignidade, pela memória do meu filho e por uma justiça implacável. Ele e a sua "família" iriam pagar.