Eu estava grávida de oito meses, sonhando com a nossa família, quando o teto do centro comercial desabou. Fiquei presa, gritando pelo meu marido, Marcos, um bombeiro que prometeu me amar e proteger. Ele chegou. O meu coração saltou de alívio. Mas ele não veio para mim. Escolheu salvar o gato de outra mulher, Clara, numa área de "baixo risco", enquanto eu estava sob toneladas de betão. Outros me resgataram, mas já era tarde. O nosso bebé não sobreviveu. No hospital, Marcos apareceu com a Clara, trazendo papéis de divórcio e me chamando de "cruel" por estar devastada. A minha sogra iniciou uma campanha de vilipêndio, acusando-me de ser "dramática" e "egoísta" por lamentar a perda do meu filho e a traição. A Clara, como uma viúva em luto ensaiado, ofereceu-me condolências falsas, saboreando a sua vitória. Como pôde? Como pôde o meu marido, a minha Rocha, abandonar-me à morte e ao luto para salvar um animal e uma mulher que, segundo ele, era apenas uma "amiga"? A dor da perda era insuportável, mas o vazio deixado pela traição dele era ainda mais dilacerante. Ele alegou "julgamento profissional", mas eu sabia que era uma escolha. Uma escolha consciente e deliberada. Eu não seria a vítima silenciosa e amarga. Contratei uma advogada, Lúcia, conhecida pela sua implacabilidade. A farsa do meu marido de "herói" seria exposta, não por rumores, mas por provas irrefutáveis. Havia uma gravação. E ela selaria o destino dele.