O prazo para pagar a fiança do meu irmão Miguel esgotava-se. Cinquenta mil euros, na conta conjunta, precisavam da assinatura do meu marido Tiago. Ele prometera, era a nossa única esperança. Quando finalmente atendi, Tiago foi ríspido. Ouvi Lara, a sócia, chorar e agradecer-lhe. "Usei os cinquenta mil euros para a caução dela", ele confessou sem remorsos. O dinheiro do meu irmão. Miguel ficou preso. Tiago trouxe Lara para casa, chamando-a de "inocente", meu irmão de "delinquente". Eu o expulsei, exigindo o divórcio. Em vingança, ele congelou minhas contas e me difamou, com a família dele a compactuar. Estava sozinha. A minha "felicidade" era uma mentira. Ele escolhera uma criminosa e um negócio falido em vez de mim, da minha família. Para eles, eu era mera substituta. A dor virou raiva gelada. Miguel, da prisão, revelou um segredo: a casa da avó em Sintra, um plano de fuga. "Vende-a, Sofia. Tira-me daqui... livra-te dele!" Com a aguerrida Dra. Almeida, a guerra começou. Ele me subestimou. Agora, eu não tinha mais nada a perder. Isso, tornava-me imparável.