Eu, João Pedro, o violeiro, vivia uma vida serena na fazenda, ao lado da minha amada Clara, a mulher por quem compunha todas as minhas canções. Até que a tragédia me atingiu: Clara "morreu" num acidente. Eu desabei, a viola emudeceu, tentei acabar com a própria vida repetidamente. Mas a dor do luto se tornou um terror gélido quando ouvi uma voz assustadoramente familiar na casa grande. Não era um fantasma. Era Clara, viva, porém personificando sua irmã gêmea idêntica, Carolina. Ela estava traçando um plano macabro com o pai, o Coronel, para me abandonar e se unir a Ricardo, cunhado dela, visando um herdeiro para a fazenda. A mulher por quem eu quase morri me humilhou publicamente, me acusou falsamente de crimes que não cometi. Fui condenado a trabalhos forçados num garimpo infernal, deixado para morrer por ela. Como a mulher que eu amava, que me via sofrer à beira da loucura, pôde me trair de forma tão fria e calculada? Para quê? Um herdeiro? Minha vida virou lixo por um plano distorcido e egoísta dela. No fundo do abismo, quando tudo parecia perdido, uma mão estendida me ofereceu uma chance de recomeço: o casamento com Sofia. Eu aceitei. Deixei o sertão, as lembranças e a mulher que me destruiu para trás, em busca de paz na Bahia. Mas será que o passado, e ela, realmente me deixariam em paz, ou voltariam para assombrar minha nova vida?