Dedicara a minha vida a ele, ao Tiago, e ao império vinícola que juntos construímos. Sacrifiquei as minhas próprias ambições pelo nosso sonho. Mas a vida tinha outros planos: um diagnóstico de leucemia mieloide aguda, em estado avançado. E, enquanto eu enfrentava a morte, o Tiago estava ocupado a construir uma 'nova história' com a Carolina, a gestora de marketing. Ele tornou-se frio, distante. As provocações dela eram diárias, as mensagens de intimidade deles invadiam o meu telefone. Quando o confrontei com o nosso caso, ele protegeu-a abertamente, chamando-me 'dramática', acusando-me de inventar. A dor do corpo era nada comparada à dor da sua traição e desprezo. Caí de joelhos, perguntando: "E se eu estivesse a morrer, Tiago?". A resposta? Um desprezo gelado, "Isabela, estás a ser dramática para chamar a atenção.". Foi então que decidi: morreria sozinha. Vendi as joias, comprei o meu jazigo com vista para o rio e apaguei cada vestígio da minha vida contigo. A última entrada no meu diário foi a minha condenação mais íntima: "Se eu nunca te tivesse conhecido, Tiago, talvez não doesse tanto morrer.". Mas a minha partida não seria o fim, seria apenas o começo do teu inferno particular.