Há três anos, Sofia, a cantora de fado de ouro do Porto, vivia um romance ardente com Diogo, o magnata implacável de Lisboa. Eu acreditava cegamente que ele era o amor da minha vida. Numa noite, enquanto me preparava para uma surpresa, ouvi-o. Cada palavra foi uma facada: a nossa relação, os beijos, as promessas, tudo não passava de uma encenação. Um plano cruel para destruir a minha família, usando as minhas gravações mais íntimas como arma contra o meu irmão, Tiago. O meu mundo desabou. Fiquei presa na teia das suas mentiras, assistindo a cenas de um teatro doentio: uma noiva que me queria comprar, um "acidente" de barco planeado para me assustar (mas onde ele me salvou), e um ataque violento no clube, que ele permitiu. Ele era um monstro, sim, mas um monstro com quem eu partilhara três anos da minha vida. Porque me salvaria depois de planear a minha destruição? Que tipo de jogo doentio era este? A humilhação era insuportável, mas a confusão sobre os seus atos dilacerava-me. Mas o labirinto dele não me prenderia mais. Percebendo a sua possessão, e após a chocante revelação sobre a verdade acerca do meu irmão, Tiago – que, afinal, sempre me amou – a decisão floresceu: eu cortaria todos os laços. Planeei a minha fuga meticulosamente, apaguei cada vestígio digital do pesadelo, e embarquei para o Porto, rumo à liberdade e a um novo começo.