Há um ano, Sofia casou-se com Ricardo, um arquiteto famoso. Ele parecia o marido perfeito, com uma ternura surpreendente, chamando-a "meu anjo". Sofia sentia-se segura, feliz, e grávida de cinco meses, acreditando que o amor deles era único. Mas um dia, ao arrumar o estúdio, Sofia encontrou um caderno de esboços antigo. Estava cheio de desenhos de uma mulher incrivelmente parecida com ela. Na contracapa: "Para Elisa (a música), para a minha Lúcia." O mundo de Sofia desabou. Ela era apenas uma substituta. A dor era física, esmagadora. Secretamente, fez um aborto, o fardo de um filho nascido de uma mentira insuportável. A traição continuou; Lúcia a provocá-la abertamente, Ricardo cego à verdade. Num clímax devastador, após uma queda forçada por Lúcia, Ricardo priorizou a ex-amante. Ele ignorou Sofia e assinou o divórcio sem sequer ler. Como pôde ser tão cega? O "meu anjo" era uma farsa. O vazio no seu ventre, um eco da mentira vivida. A humilhação de ser mera peça num jogo sádico. Ela sentia-se apagada, inexistente. O desprezo e a necessidade de se salvar eram a sua única guia. Determinada a quebrar este ciclo cruel, Sofia preparou silenciosamente a partida. Deixou os papéis do divórcio e o relatório do aborto. Uma verdade devastadora para um homem que se recusou a ver. Pronta para uma nova vida, longe daquele pesadelo, em busca de liberdade e da sua verdadeira identidade no Brasil.