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Entre o Toque e o Desprezo

Entre o Toque e o Desprezo

5.0
5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Na faculdade, ela era apenas a sombra dele. A menina dos olhos baixos, da paixão silenciosa e dos sonhos guardados em diários que nunca seriam lidos. Ele, o tipo de homem que carrega cicatrizes nos ombros e orgulho na boca. Ferido pelo abandono do primeiro amor, tornou-se frio - e inalcançável. Anos depois, o destino a empurra direto para seus braços. Ou melhor, para os papéis frios de um casamento arranjado, selado pelo último pedido da avó dele. Não havia amor. Havia dívida. Havia silêncio. E noites em que ela se entregava por inteiro... enquanto ele apenas estava presente. Três anos depois, o passado bate à porta com um perfume antigo e um sorriso ensaiado: o primeiro amor retorna, agora de olho no homem poderoso que ele se tornou - um dos CEOs mais ricos do país. Ela quer uma chave. E ele, burro de alma, acredita. Ele parte. Pede o divórcio. E deixa a esposa para trás como se ela fosse um capítulo irrelevante em sua biografia. Mas o destino não aceita rascunhos. Dias depois, ela descobre que está grávida. E foge. Foge com o coração em pedaços e um filho no ventre. Foge antes que ele perceba o que perdeu. Só que verdades não ficam enterradas por muito tempo. Ele descobre. Descobre que foi enganado, que seu "grande amor" só voltou por dinheiro. E descobre, tarde demais, que a mulher certa sempre esteve sob o mesmo teto - com as mãos frias, os olhos quentes e o corpo entregue a um homem que nunca soube amá-la. Agora, ele precisa de outra chave: a que abre a porta que ela trancou antes de ir embora. E dessa vez, não será tão fácil virar o trinco.

Capítulo 1 Antes Que Ele Me Visse

Ponto de vista: Isadora

Meu nome é Isadora Martins, e por muito tempo fui apenas uma espectadora da própria vida. Filha única de um empresário falido e de uma pianista que nunca saiu do conservatório, cresci entre livros empoeirados e silêncio. Meu mundo era feito de palavras que ninguém lia - exceto eu.

Quando entrei na faculdade de Letras, com uma bolsa que mal cobria o transporte, achei que as palavras me salvariam. Mas foi lá que eu o vi pela primeira vez.

Rafael Duarte.

Aluno de Economia, arrogante sem esforço, com um passado que andava grudado nele como sombra. Bonito demais. Rico demais. Quebrado demais. Ele era o tipo de homem que olhava o mundo de cima, como se já tivesse perdido demais para se importar com qualquer coisa aqui embaixo. Inclusive comigo. Principalmente comigo.

Eu via ele toda semana no pátio, rindo com os amigos, encostado no capô de carros que eu nem sabia o nome. Nunca me notou. Nem quando esbarrei sem querer. Nem quando deixei cair meus livros na escada da biblioteca e ele passou direto. Mas eu anotava tudo. Cada fala. Cada gesto. Meu amor era covarde e calado.

Amar Rafael era como amar uma tempestade: você sabe que vai te destruir, mas ainda assim espera que a chuva te lave por dentro. Eu o amava com culpa. Com vergonha. Com a certeza de que ele jamais olharia pra mim. Mas o mundo tem suas ironias. E a maior delas estava prestes a me encontrar.

Na faculdade, eu me tornei invisível por escolha. Aprendi que doía menos quando você não espera ser vista. E mesmo assim, havia dias em que eu me pegava imaginando como seria se ele olhasse. Só uma vez. Só para confirmar que eu não era uma sombra.

Mas Rafael tinha olhos apenas para Letícia. A tal ex-namorada. Aquela que usava salto como se nascesse com ele nos pés. A que falava com voz baixa e sempre andava como se o mundo fosse dela. E era. Até o dia que jogou Rafael fora como quem se desfaz de um acessório fora de moda.

Eu não soube da história toda, só os fragmentos. Mas o suficiente para saber que ela o quebrou. E um homem quebrado não vê beleza em fragmentos alheios. Só em quem já o partiu antes.

Eu me formei. Ele também. Nos vimos uma vez na formatura - ele passou reto. Me vesti bonita. Usei um vestido azul claro. Achei que, talvez, quem sabe, ele me veria. Mas Rafael era cego para mim.

Três anos se passaram. Trabalhei como revisora em uma editora pequena. Fiz cursos. Continuei escrevendo em diários que ninguém lia. Até que meu pai ficou doente. Até que as dívidas bateram à porta. Até que minha mãe, cansada e magra, me pediu ajuda com lágrimas silenciosas nos olhos.

Foi nesse cenário que o telefone tocou.

- Isadora Martins? - disse uma voz feminina, formal. - Aqui é Cecília, secretária da senhora Beatriz Duarte. Gostaríamos de conversar com você pessoalmente sobre um assunto... delicado.

Meu coração pulou uma batida. Duarte. Não podia ser.

Mas era. Era a avó dele. E ela queria que eu me casasse com Rafael

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