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"No Limite da Sedução e do Medo"

"No Limite da Sedução e do Medo"

5.0
5 Capítulo
18 Leituras
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Sinopse

Índice

Selene sempre foi uma mulher racional, desconfiada de tudo o que fugia à lógica. Mas, após herdar a antiga casa de sua tia, ela começa a perceber que o local guarda mais segredos do que imaginava. A casa é envolta em mistério, com corredores silenciosos e uma biblioteca cheia de livros antigos, entre eles, um que contém um ritual de invocação. Curiosa e buscando algo para preencher o vazio de sua vida, Selene realiza o ritual descrito no livro, sem acreditar realmente no que estava fazendo. No entanto, o que começa como uma brincadeira logo se transforma em um pesadelo. Ao invocar um demônio, Selene desperta Astaroth, um ser poderoso do além. Porém, em vez de atacá-la, como ela esperava, o demônio se vê atraído por ela. A paixão de Astaroth por Selene não é apenas física, mas uma obsessão que transcende o desejo. Com sua chegada, a realidade de Selene começa a se distorcer. O demônio a seduz com promessas de prazer e poder, mas ao mesmo tempo a arrasta para um mundo onde o medo e o desejo caminham juntos. Enquanto ele se aproxima, Selene se vê dividida entre a tentação de se entregar à paixão proibida e o medo do preço que terá que pagar por essa ligação com um ser do outro lado. À medida que os dias passam, ela começa a questionar sua própria humanidade, à medida que se afasta do que sempre conheceu e se entrega cada vez mais a Astaroth. Mas com cada toque e beijo, ela também percebe que seu destino está selado: o demônio não a deixará escapar tão facilmente. A obsessão de Astaroth é mais profunda do que ela poderia imaginar, e Selene se vê presa em uma rede de sedução e terror, onde os limites entre o amor e a possessão se tornam cada vez mais tênues. "No Limite da Sedução e do Medo" é uma história de paixão, mistério e terror sobrenatural, onde o desejo e o perigo se encontram, e a protagonista luta para manter sua alma intacta, mesmo quando o inferno inteiro parece querer tomá-la para si.

Capítulo 1 O Chamado da Escuridão

Selene estava sozinha naquela noite. A tempestade lá fora rugia, fazendo a antiga casa de sua tia ranger sob os ventos fortes. O som da chuva batendo contra as janelas parecia distante, como se o próprio tempo estivesse se distorcendo. Havia algo de inquietante no ar, algo que ela não conseguia explicar. Desde que herdara a casa, algo estranho parecia assombrá-la. Não era só a solidão; era como se a casa tivesse uma vida própria, um segredo que a observava.

Sentada na grande poltrona da biblioteca, ela examinava os livros antigos, procurando algo que quebrasse a monotonia do dia. Seus olhos pararam em um volume empoeirado, que estava um pouco mais afastado dos outros, quase como se estivesse escondido. Era um livro grande, com capa de couro escuro e letras douradas quase apagadas pelo tempo. O título dizia: "Os Mistérios do Além".

Selene franziu a testa. A curiosidade venceu o receio. Ela puxou o livro da prateleira, e um arrepio percorreu sua espinha quando sentiu o peso do objeto em suas mãos. Era pesado, mais do que deveria ser para um livro. Com um suspiro, ela se acomodou na poltrona, a luz da vela ao seu lado dançando, criando sombras misteriosas nas paredes.

Ela abriu a primeira página, e logo os olhos se fixaram em uma seção com o título: "Rituais de Invocação".

"Rituais... sério?" Selene riu para si mesma, achando aquilo ridículo, mas algo em seu interior sentia uma excitação inexplicável. Ela não acreditava nessas coisas, mas por alguma razão, o conteúdo daquele livro parecia atraí-la de uma maneira estranha.

Com o livro aberto em suas mãos, ela começou a ler em voz baixa:

"Para aqueles que buscam o além, invocar o que está além deste mundo é um caminho perigoso e sombrio. Somente os corajosos, ou os tolos, arriscam-se a tal destinação... A seguir, um ritual para invocar os antigos."

Selene bufou, pensando que aquilo era apenas ficção. Ela seguiu lendo, mais por curiosidade do que por acreditar em qualquer poder verdadeiro. Mas à medida que continuava, o texto parecia ganhar vida própria, como se o chamasse para algo maior. As palavras do ritual eram acompanhadas de instruções detalhadas. Ela olhou ao redor da sala. A velha biblioteca estava silenciosa, exceto pelo som do vento lá fora.

"Bom, se é para ser uma piada, que seja uma piada interessante", disse para si mesma, com um sorriso sarcástico.

Ela colocou as velas em um círculo ao redor de si, como o livro indicava, e acendeu-as uma a uma. As chamas tremeluziam, criando sombras que dançavam nas paredes, enquanto ela recitava as palavras do livro com uma voz suave, mas firme.

"Eu invoco o que está além deste mundo, o que não pode ser tocado, o que não pode ser visto... Apareça agora."

A cada palavra que saía de seus lábios, o ar na sala parecia se tornar mais denso. Selene sentiu algo estranho, uma sensação de que o próprio espaço ao seu redor estava sendo alterado. Ela parou de falar, sentindo seu coração acelerar. A vela à sua esquerda tremeu mais forte, e um vento gélido percorreu a sala, fazendo a chama se apagar por um segundo. Quando a luz voltou, tudo parecia normal, mas algo estava errado.

"Impossível", murmurou, tentando afastar o medo. "Era só uma brincadeira, nada vai acontecer."

Foi quando ela ouviu. O som suave, grave, como um sussurro... mas não estava vindo de nenhum lugar visível. A voz parecia vir de dentro de sua própria mente, como se algo a estivesse tocando no mais profundo de seu ser.

"Você me despertou, Selene."

Ela se levantou da cadeira, rapidamente, seu corpo tenso. A respiração dela estava ofegante, e os olhos percorriam a sala à sua volta, mas não havia ninguém ali. O ar estava pesado, e ela sentia como se estivesse sendo observada. Seus pés se moveram para trás, como se sua mente dissesse para correr, mas seu corpo não se mexia.

"Quem está aí?" A voz saiu trêmula, mas ela tentou manter a calma. "Isso não pode ser real."

A luz das velas começou a oscilar novamente, mais intensamente desta vez, criando sombras que se alongavam até se confundirem com a escuridão. Então, algo mudou. A sala, que antes parecia comum, começou a se transformar. As sombras ganharam forma, e uma presença, densa e imponente, surgiu à sua frente.

Selene tentou gritar, mas as palavras não saíam. O que ela viu diante dela não era um homem nem uma criatura do mundo que ela conhecia. Era algo mais, um ser de pura escuridão, com olhos que brilhavam com uma intensidade sobrenatural. Seus olhos eram profundos, como se carregassem todo o peso de mil almas perdidas, e ele sorriu para ela, um sorriso que misturava prazer e poder.

"Eu sou Astaroth", a voz dele ecoou na sala, fazendo o chão parecer vibrar. "E você, minha doce Selene, me invocou."

Selene sentiu seu coração disparar, seu corpo inteiro congelado em terror e uma atração inexplicável. Ela tentou dar um passo para trás, mas seus pés pareciam presos ao chão.

"Não... Não era isso o que eu queria", ela sussurrou, sua voz falhando. "O que você é? O que você quer de mim?"

Ele se aproximou dela, com uma calma assustadora. Cada movimento dele parecia carregado de um poder indescritível. O olhar dele, agora mais intenso, parecia devorá-la por dentro.

"Eu não vim para levar, Selene", ele disse, a voz quase doce, mas cheia de uma ameaça velada. "Eu vim para ficar. E agora, você será minha. Com cada suspiro, com cada toque, com cada parte de sua alma."

Selene sentiu o ar ao seu redor se tornar mais quente, sua respiração mais difícil. A presença dele a envolvia como uma neblina densa e quente, e ela sabia, com uma clareza aterradora, que não havia mais volta. O demônio a desejava. E ela... Ela sentia o desejo dele, contra tudo o que sua razão dizia.

"Você não tem escolha, Selene. Agora, você pertence a mim."

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