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O mercenário e a detetive

O mercenário e a detetive

5.0
41 Capítulo
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Sinopse

Índice

Em um mundo repleto de ação e segredos sobrenaturais, o Major Max, sobrevive de uma explosão devastadora, entre a vida e a morte, algo extraordinário acontece. Ao passar dos anos, tenta reconstruir sua vida enquanto luta para dominar os poderes extraordinários que o tornam tão perigoso quanto único. Assombrado por um passado de traições e perdas, sua jornada o conduz por um caminho de redenção e vingança que desafia sua própria humanidade. A detetive Ruth, destemida e obstinada, segue uma pista sobre uma rede de terroristas responsáveis por ataques mortais. Em sua missão, ela quase paga com a vida, mas é salva por um misterioso homem cujos olhos - intensos e marcantes - a perseguem em suas lembranças. Determinada a descobrir a identidade de seu salvador, Ruth se lança em uma busca cheia de mistérios e perigos, sem saber que o destino a colocará frente a frente com Max. Agora, enquanto segredos obscuros se desenrolam e forças maiores conspiram para destruí-los, Max e Ruth precisam decidir se confiam um no outro - ou se seus próprios passados os condenarão. Entre perseguições, revelações sobrenaturais e uma conexão inegável, suas vidas se entrelaçam em um jogo mortal onde cada escolha pode ser a última.

Capítulo 1 O sacrifício

Maxwell Williams, Major. 2020

O sacrifício

O caos dominou a cena. Meu pelotão permaneceu firme em meio à devastação da guerra. Estamos numa missão: matar todos os nossos inimigos russos.

O barulho ensurdecedor e os tiros ecoaram por toda parte. Sob meu comando, enfrentamos os russos, cada passo calculado para a vitória.

- Vamos avançar com cuidado. - eu disse a eles enquanto eles me seguiam na fila.

Continuamos ladeira abaixo em direção aos russos. À medida que avançamos, notei algo estranho. Nossos inimigos haviam desaparecido. Eles não estavam mais perto de sua base. O que me confundiu ainda mais. Eu sabia que havia outra equipe por aí, a questão era: onde eles estavam?

Eu rapidamente ordenei que eles se escondessem, mantendo todos alertas.

- Abaixem-se, vamos nos esconder por enquanto. - digo a todos, depois me agacho e recarrego minha arma.

Digo isso a Tadeu, um dos soldados.

- Fique de guarda, eu e os outros vamos dar uma olhada. - Tadeu assentiu e ajustou sua arma, virando-se, procurando qualquer movimento do nosso inimigo e protegendo a retaguarda. Se ele ouvisse alguma coisa, Tadeu me alertaria sobre qualquer ameaça.

Essa estranha ausência de inimigos despertou meu instinto de investigar. Então segui em frente com os outros soldados.

- Vamos por ali, e com cuidado. Fiquem alertas. - eu disse a todos.

Continuamos olhando para os lados, empunhando nossas armas. Observando qualquer movimento. Mas estava muito quieto e eu não entendia o que estava acontecendo.

Tentei usar minhas habilidades para ouvir com atenção e ver se havia algo fora do comum.

Quando me concentrei nos sons do lugar. Eu podia ouvir a respiração de todos os meus amigos. Cada batida de seus corações revelava determinação e coragem. À medida que me concentrava mais, ouvi um grito estridente.

- Senhor, proteja-se, há uma bomba chegando. - Olhei para Tadeu e ele apontou à nossa frente. Uma bomba em rota de colisão conosco.

Meus olhos se arregalaram e tentei manter a calma.

Não houve tempo para correr. Tivemos que tentar nos esconder.

Sem hesitar, num ato de puro instinto, puxei meus companheiros para o lado e gritei ordens desesperadas, protegendo-os do impacto iminente.

Uma explosão ofuscante encheu o campo, seguida por um calor avassalador. Fui jogado entre os escombros e os corpos carbonizados dos meus camaradas. A bomba aniquilou todos menos eu, surpreendentemente.

Apesar da visão turva e do zumbido nos ouvidos, lutei para me libertar dos escombros. Ao olhar para um soldado caído, uma mistura de tristeza e determinação encheu meu ser.

- Como ainda estou vivo? - perguntei para mim mesmo, olhando para os destroços que cobriam meus quadris e pernas. Eu estava preso e todos que estavam comigo minutos antes estavam mortos.

Minhas pernas estavam dormentes e meu rosto doía. Tudo estava queimando, eu podia sentir o cheiro forte. A bomba me queimou e meu coração ainda lutava para não morrer.

Eu mal conseguia ver bem. Eu não conseguia ouvir bem e, aos poucos, senti minha respiração ficar mais lenta.

Sozinho, ferido e atordoado, uma torrente de emoções me inundou. Porém, um pensamento ecoou em minha mente: a responsabilidade de viver na memória daqueles que se sacrificaram.

Horas depois, ao recuperar a consciência, ansiava pela morte, meu corpo dilacerado ansiava por um fim. "Não consigo me levantar", lamentei enquanto segurava a pistola que meu pai me dera. A única pistola que permaneceu comigo diante da bomba. Tentei segurá-lo contra o peito. Minhas mãos pareciam fracas. Eu não tinha mais forças. Foi o meu fim.

As horas se passaram e escureceu. Já tinha perdido a conta de quantas vezes desmaiei e acordei novamente. Foi como um pesadelo. O cenário da guerra estava diante de mim e eu não podia fazer nada a respeito.

Na escuridão, um homem se aproximou, rezando pelo fim daquela cena de guerra. Surpreso ao me ver mudar, ele, um russo, me ajudou e me levou para sua humilde casa. Ele improvisou uma maca com pedaços de madeira que encontrou durante a guerra.

- Espere, eu cuidarei de seus ferimentos. - Ele me levou às pressas para sua casa. E fechei os olhos, tentando não pensar na dor.

Após semanas de recuperação, agradeci ao senhor que me ajudou.

- Obrigado por tudo. - Eu não sabia mais o que dizer a ele.

O homem, cujo nome era Olav, sabia que eu era um soldado inglês. Eu seria procurado pelos russos se eles me encontrassem, então ele me ajudou a encontrar um lugar onde, eu poderia dormir sem que ninguém me encontrasse. Aceitei com enorme gratidão e parti disfarçado entre os russos. Vivendo escondido. Lutei para voltar para casa, mas fiquei desanimado ao saber que havia sido declarado morto. Ouvi meu nome ser mencionado em uma reportagem e não tinha motivo para voltar agora.

Enquanto roubava comida e procurava uma saída, a raiva tomou conta de mim. A perda dos meus amigos na guerra, a impossibilidade de voltar para casa – tudo isso me consumiu.

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