Um garçom se aproximou e entregou um cardápio para nós dois, então saiu novamente para que pudéssemos escolher com calma o que iríamos comer.
- Ouvi dizer que a lagosta daqui é incrível - eu falei, olhando para a opção no menu. - Uma pena que meu salário inteiro da semana não pagaria essa coisa.
- Você pode comer o que quiser hoje, meu amor - Nate respondeu, sorrindo. - Sei que gosta de muitas coisas, então escolha à vontade.
- Esse é o melhor presente que você poderia me dar hoje!
Ele riu enquanto eu acenava para o garçom, chamando-o de volta para anotar meus pedidos. Pedi minha refeição recheada a frutos do mar, começando com camarões acompanhados de um molho verde que parecia delicioso. Como prato principal, eu obviamente optei pela lagosta e pedi uma salada tropical para complementar a refeição. Já na sobremesa, fui mais simples e pedi um bolo de laranja com cobertura de chocolate, apenas para encerrar a noite bem. Nate decidiu pedir o mesmo e escolheu um vinho caro, o que apenas me deu ainda mais certeza do caminho que aquela noite estava seguindo.
Nós conversamos sobre tantas coisas durante aquele jantar, planos para o fim da faculdade, o que queríamos para as nossas carreiras, qual empresa iríamos tentar primeiro – eu queria Scott Industries, ele queria abrir uma parceria com alguns dos riquinhos da nossa classe. Apenas no fim do jantar, quando já terminávamos a sobremesa, que o assunto foi para um lado mais concreto, puxando para a família.
- Meus pais queriam ter muitos filhos, pelo menos cinco, mas depois do terceiro ficou complicado. O médico precisou fazer uma histerectomia de emergência na minha mãe - ele contou, um pouco desanimado. - Paul quase cresceu sem conhecer a nossa mãe.
- Isso é muito triste - busquei pela mão dele e enlacei nossos dedos para lhe passar um conforto. - A minha tia passou por algo parecido, mas o último bebê nunca veio ao mundo antes que isso acontecesse.
- Aborto espontâneo?
Assenti lentamente e senti Nate dar um aperto gentil em meus dedos, retribuindo o carinho que lhe dei antes.
- Espero que a nossa sorte seja melhor que a deles - ele disse, sorrindo.
Eu também sorri e pensei em algo para responder, mas os fogos de 4 de julho começaram e nos distraíram. Sempre apreciei o respeito que eles tinham por aquela data, era tão grande e importante para os americanos que não tinha uma forma de não acabar igual a eles. Vários clientes do restaurante se aproximaram das paredes de vidro para apreciar o show de luzes no céu e nós também fomos, foi quando eu fiquei completamente imersa em algo que não era meu namorado, o que era justamente o que ele precisava.
Não percebi quando Nate se ajoelhou ao meu lado, não vi ele pegando a caixinha vermelha em seu bolso e a abrindo, não vi quando ele abriu seu sorriso ansioso pela primeira vez naquele momento, desejando que eu olhasse logo. Se eu soubesse antes, teria me virado, teria observado cada movimento dele até que começasse a dizer as palavras que eu esperava ouvir.
Uma senhora, já idosa, foi a primeira a se virar e sua exclamação de surpresa fez todos olharem, inclusive eu.
- Minha bela Dahlia - ele começou, os olhos marejados de emoção. - A flor mais linda do jardim da vida, você gostaria de ser minha esposa?
Meus olhos caíram no lindo anel de ouro branco com pedras azuis rodeando um pequeno diamante. A coisa mais singela e, mesmo assim, linda que eu já vi na minha vida. Minha respiração estava presa e eu também estava prestes a chorar quando acenei que sim com a cabeça, incapaz de formular qualquer resposta coerente.
O restaurante foi tomado pelos aplausos de todos que viram aquela cena e recebemos felicitações de muitos estranhos, mais do que eu posso me lembrar. A alegria de Nate naquela noite era a coisa mais contagiante do mundo e o anel de noivado na minha mão esquerda era um adereço perfeito para o meu visual da noite, era como se eu soubesse internamente a cor que deveria usar. O gerente do restaurante nos serviu pessoalmente duas taças de champanhe como forma de parabenização pelo noivado e recebemos uma segunda sobremesa de brinde, o que foi muito bem-vindo para a minha fome de pessoa ansiosa.
Eu me lembro de sorrir como nunca naquela noite, me lembro de começar vários planos em questão de minutos, já imaginando qual seria o meu vestido perfeito, qual buquê combinaria mais, tudo começou a passar como um furacão pela minha cabeça e mal percebi quando Nate pagou a conta, apenas segui ele pelo automático até o carro e me distraí outra vez no caminho para casa, olhando para a aliança o tempo todo.
A felicidade transbordava em meu peito e eu mal conseguia pensar enquanto subíamos as escadas de mãos dadas. Nate apenas ria da minha distração fácil, mas eu sabia que ele estava tão feliz quanto eu. Ele era o amor da minha vida e eu era o dele, mas agora isso seria mais do que oficial, eu teria seu sobrenome e iria carregar seus filhos um dia, seríamos parceiros na carreira e na vida.
- Esse anel realmente combinou com seu visual - Nate comentou quando entramos na casa.
- Eu também achei, ficou um charme - respondi, fazendo pose.
Ele riu e se aproximou, me segurando pela cintura, o olhar malicioso. Meu corpo estremeceu imediatamente com aquele toque.
- Acho que vai combinar ainda mais se você tirar a roupa.