O início da minha queda, foi quando meu marido perdeu o emprego, apenas com a minha renda, alguns confortos tiveram que ser cortados. Paramos de viajar, começamos a economizar, e as vezes a evitar sair com o carro. Marcos estava sempre em busca de emprego, mais a profissão dele acabou sendo engolida pela praticidade da internet, e ele não conseguia nada na sua área, e quando aparecia uma vaga em outra área pagava muito pouco. Ele acabou entrando em depressão. Parou de sair de casa, até mesmo para levar as crianças para escola, se sentia envergonhado com as cobranças constantes da escola. Alguns meses se passaram, e eu me desdobrava entre trabalhar fora, e cuidar da casa, das crianças e dele. Até que um dia ele simplesmente, saiu e me deixou uma carta. Na carta dizia:
-" Meu amor, não aguento ser maís um peso na sua vida, e das crianças. A cada dia me sinto mais inútil, sei que você e forte, e vai conseguir da conta das conta e das crianças sem mim. Te peço perdão pela minha fraqueza. PS.: Sempre vou te amar"
Me senti completamente decepcionada, sozinha, fraca. Como o homem que dizia me amar, que eu me entreguei, meu amigo, meu parceiro pode me abandonar com nossos dois filhos em uma situação como essa. Eu segurei o choro o máximo que pude, para não preocupar as crianças, eles já estavam passando por muitas mudanças em uma período muito curto de tempo.
Na hora de dormir, Ana perguntou:
Ana - Mamãe, aonde o papai está?
Ele arrumou um emprego?
Eu me controlei para não chorar, respirei fundo e disse:
Clara - Seu pai foi cuidar dos seus avós, eles estão doentes, e ele vai ficar com eles por tempo, para ajudar!
Luís murmurando e fazendo beicinho rapidamente disse, já se aconchegando no edredom.
Luís - Poxa... Porque eles não vieram ficar aqui, mamãe, estou com saudades deles e agora vou ficar do papai também.
Clara - Bons sonhos filhos
Só consegui dizer isso, e sai do quarto deles, já com lágrimas nos olhos, eu ainda não acreditava no que o Marcos teve coragem de fazer. Deitei na cama, e não consegui dormir, chorei a noite toda, tudo que estava acontecendo, mais a falta que o Marcos estava fazendo, e imaginar como eu continuaria ali, sozinha, todas essas coisas fervilhando na minha cabeça como era sábado às crianças não teriam aula, liguei para minha mãe, e pedi para que ficassem com eles, chegando lá. Expliquei toda situação aos meus pais. Eles ficaram extremamente preocupados em como eu estava e chateado com Marcos Eles concordaram em me ajudar cuidando das crianças, para eu ir trabalhar, já que Marcos havia ido embora. Pensar nisso, me doía como uma faca sendo cravada no meu peito.
Da casa dos meus pais fui trabalhar, e foi um dia tranquilo, a noite cheguei e as crianças já estavam dormindo, minha mãe falou para deixa-los, já que domingo eu também iria trabalhar. Quando cheguei em casa, eu fui ligar a luz, e nada acendia, a luz tinha sido cortada, e a água também.
Dormi chorando, envergonhada com a situação. No domingo fui trabalhar, eu trabalhava em uma loja de roupas de grife, em um shopping fino da minha cidade. E quando estava trabalhando, entrou uma cliente muito bonita, elegante, e e percebi que ela ficou me olhando, e pediu para ser atendida por mim.