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A Thousand Years

A Thousand Years

5.0
5 Capítulo
76 Leituras
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Sinopse

Índice

A vida de Lavínia sempre foi chata e monótona, até o dia em que ela conheceu Charlote, então tudo mudou. Será que Lavínia terá forças para enfrentar tudo e todos e viver esse amor?

Capítulo 1 UM - Será

Imagine uma vida não muito engraçada, na verdade emocionalmente eu estava um pouco de saco cheio da minha. Sei que não deveria estar reclamando, agora estou empregada, e até gosto do meu novo trabalho. Trabalhar com adultos é totalmente o oposto de trabalhar com crianças, mas sinto falta do carinho, respeito e o amor incondicional que eles dão, ah, e dos abraços é claro!

Eu estava pensando o que fazer da minha vida, Felipe, o ultimo cara com quem eu fiquei, ainda não entendia o porquê que eu havia terminado. Mas sabe, uma vez que você descobre que o irmão do seu melhor amigo é apaixonado por outra, e essa outra resolve fazer uma declaração de amor publicamente, não seria eu a ficar no meio de um casal que realmente se ama.

"Mas você nem deu uma oportunidade para nós” – ele dizia na mensagem de texto.

Nunca fiz o tipo de pessoa egoísta, mas sabe, esse foi o gesto mais altruísta da minha vida. Então depois que eu decidi dar oportunidade para um casal verdadeiramente apaixonados, passei a entender o que é um sentimento puro.

"Fe, não precisa, você sempre quis ficar com ela, não era segredo para ninguém. Sei que quando duas pessoas realmente se gostam, elas DEVEM ficar juntas. Vocês nasceram um para o outro. ” – Falei por fim no sms (pasmem, ainda vivíamos na era do sms).

"Obrigado. ” – Disse ele por fim, mas ainda fiquei com a impressão de que ele queria falar mais.

Respirei fundo, guardei o celular na mochila e pensei 'as vezes o amor não é para mim afinal de contas'. Então fui para casa

Meu trabalho era coisa simples, madrugar, fazer as pessoas se sentirem bem ao se abrirem (porque é isso que elas realmente precisam) e coloca-las para se movimentarem um pouco. Afinal um pouco de atividade física faz bem para todo mundo.

Era 24 de dezembro de 2012, quatro dias depois do meu aniversário, que foi muito bom na verdade, apenas os amigos mais próximos vieram me visitar, o que me faz sentir que escolhi os certos, e ouso dizer que posso conta-los nos dedos. Na verdade, hoje eu estava bem irritada, e inconformada. Era véspera de natal e eu estava indo trabalhar, QUE ABSURDO! Enquanto minha supervisora, que havia me mandado ir trabalhar, estava na praia tomando caipirinha.

Tudo bem, meus alunos também iriam trabalhar, o que me consolava de fato, mas quando se trabalha em um hospital você aprende que aqueles que se dedicam a cuidar dos outros não sabem o que é sábado, domingo, feriados ou até mesmo véspera de feriados. O que é triste, uma vez que me faz pensar duas vezes antes de reclamar, mas no fundo eu os admiro, pois sei que essa seria uma rotina que EU não aguentaria.

Eu adoro trabalhar no hospital, meus alunos aprenderam com a vida que ficar reclamando não resolve as coisas, logo eles aprenderam a ter um humor bem diferenciado sobre a vida. Eu diria que vou trabalhar mais pela diversão do que obrigação, pois apesar de ter que madrugar para estar lá, eu saio daquele lugar bem revigorada.

Um dos meus setores favoritos é o berçário, adoro ver aqueles anjinhos, eles são tão lindos! Em sua maioria das vezes em que vou lá os bebes estão dormindo, o que dá uma sensação de paz. E as pessoas que trabalham lá são maravilhosas, apesar de eu não conhecer todas.

Com o passar do tempo eu percebi que a função que eu exerço não é uma das mais favoritas das pessoas, logo, você precisa aprender a ser um pouco persuasivo. Aí que está! as vezes eu penso que deveria ter feito publicidade ou marketing, pois posso ser convincente, ou chantagista, dependendo do ponto de vista.

Eu precisava que o programa tivesse adesão e o berçário era um dos setores onde eu mais tinha colaboradores. Uma vez que se é mulher, você acaba entendo que as mulheres querem muita coisa na vida, mas quando uma mulher está estressada e você não tem muito a oferecer, você oferece duas coisas irrecusáveis a ela: 1 – CHOCOLATE (o que devido ao meu salário estava fora de cogitação) e 2 – MASSAGEM (algo realmente difícil de se recusar). Em uma das outras empresas a qual eu presto serviço, eu tenho que ser uma massoterapeuta, mas para ser isso eu tenho que atingir uma certa quantidade de massagens. E vai por mim, o setor do berçário tem muita mulher trabalhando.

Eu e as colaboradoras do setor temos um acordo, se elas participarem de todas as aulas, elas terão massagem no fim do mês. Nada mais justo e todo mundo ganha!

Véspera de feriado, e tudo o que eu quero é ir para minha casa. Pensei comigo. Mas ao começar a dar aula no berçário eu vejo um rosto diferente, alguém que nunca havia feito aula antes. Confesso que no momento foi um choque, mas não posso demonstrar esse tipo de coisa. Confesso 2: fiquei feliz por mais uma pessoa estar participando.

Quando terminei minha aula eu juntei minhas coisas e fui fazer a lista de presença, enquanto anotava a caneta quem havia ou não participado da aula Nayara se aproximou de mim e eu já havia começado a rir antes mesmo dela abrir a boca.

- Você não vai esquecer da minha massagem? Eu fiz suas aulas todos os dias esse mês! – O mais engraçado é que quase todas as aulas ela vinha me perguntar.

- Não vou esquecer Nayara, afinal já é na semana que vem! – o que é justo é justo, e pela persistência da Nayara eu vi que não tinha pra onde correr.

- Eu vou te cobrar viu?! – “Eu sei"! Pensei.

- Nayara? – Eu não tenho mais a quem perguntar...

- Oi? – Ela olhou para mim com aquela carinha de criança dela, que me fazia perguntar quantos ela tinha. ]

- Quem era aquela moça dentro da UTI que participou junto com a Andrea hoje?

- Charlote! Por que? – Não sei ao certo, mas acho que a curiosidade da minha pergunta a Nayara e sua pergunta em retribuição vão além da minha inocência.

- Porque eu preciso anotar a presença dela, e não sabia o nome dela. – Que por um acaso é o mesmo da minha prima. – Algum problema?

- Não! Nenhum, curiosidade mesmo. – OK. Sorri para ela, e ela saiu.

Bom, fiz meu último setor e fui embora, queria ir para casa dormir, afinal hoje o dia rendeu. Mas o mais engraçado é que a imagem daquela moça não me saiu da cabeça.

- Deixa isso pra lá Lavínia! – Disse a mim mesma. Então segui meu rumo.

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