Uma Segunda Chance, Um Beijo de Amor Verdadeiro
A chuva na Rodovia dos Bandeirantes batia com força no nosso para-brisa, assim como meu estômago se revirava com aquela dor aguda e familiar.
Marcos dirigia, os nós dos dedos brancos de tensão, até que o celular dele brilhou com o nome 'Bela'.
Meu marido, o eterno cachorrinho leal dela, sumiu num piscar de olhos.
"Lena, chama um Uber. A Bela precisa de mim", ele declarou, me abandonando doente e sozinha naquela estrada escura.
Era a nona vez que Marcos escolhia a ex-namorada em vez de mim, sua esposa.
O 'nono adeus' de uma aposta cruel que Isabela orquestrou anos atrás: "Nove vezes, Lena. Nove. E então você vai embora."
Cada incidente abria uma ferida mais profunda: o jantar do nosso aniversário, minha cirurgia de emergência, o velório da minha avó.
Eu era apenas o seu estepe conveniente, seu 'prêmio de consolação', um peão no jogo doentio deles.
Dias depois, após um acidente de elevador que me deixou em pedaços e hospitalizada, Marcos amparava Isabela, seu pavor era apenas por ela.
Finalmente, enxerguei com uma clareza assustadora: ele nunca me amou de verdade.
Meu casamento foi uma mentira meticulosamente construída, orquestrada por Isabela desde a faculdade.
Meu amor por ele, aquela esperança tola e teimosa, finalmente se esgotou, deixando apenas um vazio doloroso.
Mas o jogo tinha acabado.
Eu já havia assinado os papéis do divórcio que ele, por descuido, nem notou, pronta para a minha liberdade.
Quando Isabela, mais tarde, armou uma armadilha cruel para me humilhar publicamente, me acusando de agressão, um estranho misterioso interveio, mudando tudo.
Este era o fim de um pesadelo e o começo da minha verdadeira vida.