ÍTU
s dos seus dedos ficarem brancas. Por sorte, sua casa não ficava
avia poucos carros transitando pelas ruas, o que tornava o caminho ainda mais cur
ra após chamá-la de mentirosa e ela não sabia se isso era bom ou ruim, tê-lo ao seu lado, calado, por tanto tempo.
estar, ofereceu carona para casa e, ao que tudo indicava, a salvara de um possível sequestro ou coisa pior. Parec
ra criança, se já era um agressor de mulheres e crianças antes de surgir na vida da sua mãe. Ele foi bom nos primeiros anos. Foi um bom pai, no início. A mimava, chamava-a de prince
ão reais. Eles existem e infelizmente na maioria das vezes os conhecemos de perto. Às vezes os chamamos por pai
asca. Sara sabe como é sentir-se vazia por dentro, oca. Não tem sonhos ou esperanças de um futuro melhor para si mesma;
por si mesma. Não tinha forças para lutar por si mesma. Havia dias em que acordava e rezava em pensamento por um dia em que não mais acordaria, um dia em que
temia qualquer aproximação ou toque, sentia o coração disparar apenas ao ouvir uma piadinha de conotação sexual, mas sempre er
pessoas que fizeram a diferença na sua vida. Pessoas de bem que a ajuSaram, sem nem ao menos conhecê-la
preciso dar a sua vida por isso. Essa era a sua única esperança, uma vid
dez andares caindo aos pedaços em que morava. Não tinha vergonha de morar naquele muquifo. T
rrengues morando ali, mas ao final do dia, não importava o quão cansada ou infeliz estivesse, era grata por ter um lu
to rapidamente. Esticou a mão para abrir a porta e parou o movimento no ar, notand
virou-se para ele. Neil
do mais uma vez e repetiu, sentindo os nervos relaxando aos poucos ao
u falta de sua bolsa. Procurou-a sobre o banco, nervosa, querendo abrigar-se no seu refúgio lo
le, esticando a bolsa para ela.
a analisar o prédio dela. Voltou a fitá-la e sua expressão parecia ainda mais
isse. - Olho
precisava observá-la entrar no prédio, mas desistiu. Não o co
dos até a portaria desabitada e imunda, pensando no quanto aquela noite fora es
eno com um sorriso mínimo e entrou no prédio, fechando a porta atrás de si, sem olhar para
hegar ao quinto andar, retirou a chave da bolsa e abriu a porta. Ignorou o cheiro de mofo que provinha das
ento que ela colocou a cabeça na janela, ele a olhou. Sara não havia
conseguiu reprimir o sorriso ao sentir-se protegida daquela forma. Quando aceno
gundos e, pouco tempo depois, de
rria quando abriu a porta do único quarto do apartamento e
cama e um pequeno criado mudo, onde ela g
ar a menina. Martina acordou aos poucos, olhando em
ssurrou. - Aca
ejou, cobrindo a boca com uma das mãos. Ajeitou o bebê na
cinco
o dormi - disse calçando as sandálias
ha e a cercou com almofadas. Andou silenciosamente até a
ia na sala e observou Sara com os olhos co
? - perguntou rep
orrindo e Martina arregalou os ol
seguiu, Sara! Isso é maravilhoso! - exclamou
Há tempos que não recebia uma notí
tar-se na cadeira que ocupava anteriormente e parou na sua frente, fitan
rém, deixou de fora a parte em que passou mal e recebeu ajuda de um estranho.
Alguém que ela ainda não saberia dizer se gostava o
rilhoso. Ela tendia a romantizar as coisas e Sara sabia que não era bem assim. Precisava, tinha a necessidade de encarar e viver a vida de frente, de man
os e os engravatados, descreveu até as bebidas que eram vendidas ali e como o cheiro forte delas a deixava enjoada. Falou o quanto pôde, tentand
Sara começou a narrar até a fragilida
pe se atrapalhei sua noite - abriu a porta
ndo viu que Sara parecia prestes a desculpar-se novamente, levantou uma das mãos, interrompendo-a. - Nem c
ue às vezes acho que estou abus
trabalhar e Helena não pode ficar sozinha. Eu não trabalho, não tenho ocupações além da minha casa e marido e tenho todas as noites livres enquanto ele trabalha. Mas, mais que isso, mais
jou as mãos da amiga e a puxou pa
tado. Sara não precisava listar os motivos pelo
janelas e seguiu até o banheiro. Enquanto sentia a água morna escorrer por suas costas, le
cozinha, que também iluminava a sala de estar e seguiu a
ndo estava confortável, puxou a menina para o próprio peito. Helena, a
que devolveu um meio sorriso sonolento e banguela e encostou a cabecinha em seu peito.
rimeiro, conseguiu um emprego. Finalmente poderia respirar um pouco ali
havia el
ção a ele, sentia-se vulnerável e protegida ao
beleza quase impossível do seu rosto e o quanto ele ficava
algum dia e antes que pudesse pensar se realment