a Nar
ma cafeteria, das sete às quatorze, e à noite danço numa boate como stripper. Pode soar contraditório, rosto de
ndonar. Já trabalhava na cafeteria desde os dezoito; depois do acidente precisei arrumar o segundo emprego pra pagar remédio, cuidadora e as contas que começaram a chegar. A ciru
, descanso o corpo; a mente não para. Não tenho fé no sentido religioso e também não crio falsas es
sde o primeiro dia. Sou virgem. Meu limite é inegociável. Se alguém invade o espaço, eu corro. A máscara me dá anonimato e control
ma - eu digo direto se al
só um beijo - ele
ondo curto, firme. - Aqui eu danç
manhã e, sem saber, me ajudam a respirar. Atendo, sorrio, monto bandejas, limpo mesa
dia, A
de sempre - respondo, e é ve
dadora, nego qualquer luxo. Às vezes penso nas portas que eu não abri por pressa de colocar comida na mesa. Amigos dizem pra eu
Eu cuido dela e, quando volto cansada, sinto o cheiro do sabonete barato dela e lembro porque luto. Às vezes a vejo dormir
ece de sonhar - ela
o. - Só guardei o sonho numa
ste. Aprendi a medir a distância com o corpo e com a palavra. Não sou vítima; sou profissional.
poupança bonita: é combustível. E mesmo assim, às vezes, bater no zero apertado é normal. Ainda assim, não deixo a humil
ieza de quem calcula cada passo. Vou juntando centavo por centavo.
a Lu, quando a gente se encontra no vest
orrindo. - Mas agora eu mereço paga
um sorvete, uma mensagem da minha mãe dizendo que sente orgulho, um cli
i fazer o quê? - perguntou a Lu,
faço a tal vida que eu escrevi nas
o agradece a folga. Escuto música, escrevo ideias soltas numa agenda barata, sonho pequeno: voltar à faculdade, termi
speito pelo meu trabalho e pelos meus limites. Quero que a pessoa ao meu lado entenda que dançar à
o: cansaço, raiva, limite, cálculo e um cuidado enorme pela minha mãe. E é esse cuidado que me move. Trabalho, guardo, corro, digo não. Quando a cirurgia acontecer e, quem sabe, a