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scr
meu padrasto odeia ser olhado nos olhos - como se enxergar sua própria podridão o queimasse por dentro. Eu, por outro lado, agradeço por não ver
ntro do prazo que lhe dei. - Sua voz é fria, sem
rige um olhar que não seja de desprezo. Eu, na verdade, ne
ntativa de dignidade. A dor arde, mas não é nova. Já não me assusto. Aprendi a fugir em pensamento. Fecho os olhos e me vejo sob um céu azul, onde nuvens s
ho, nem palavras. Só brutalidade. Como se eu fosse culpada de algo. Como se ele precisasse de
s limites. Aquela cena... aquela cena maldita... ela não sai da minha cabeça. Ainda assim, me agarro à coragem da rainha Ester - minha inspiração. Ela enfr
lagos escuros que nos cercam? Eu não sei. Nunca ultrapass
e ainda assim, sob os gritos do meu padrasto que obriga meus irmãos, ainda crianças, a domar a natureza co
são frias, cortam minha pele até o osso. O vento que entra pelas janelas é a única coisa que me lem
tos. Ele e Lucas são gêmeos. Têm olhos cor de caramelo co
ra está ruim... e o demônio está possesso. - Kauã fala baixo, como se n
a. São prisioneiros. Somos todos. Mas eles ainda têm uma chan
ecisam fugir, o mais longe possível. E só voltem quando souberem q
ora, acorrentada há mais de oito anos, mal consigo andar. Meus tornozelos são feridas abertas.
sensível, enquanto Lucas, com seus doze anos, é puro cálculo. Foi ele quem, aos sete anos, en
cava por eles. Hoje, são
s irmãos são órfãos acolhidos por um bom samaritano chamado Geraldo. Mas ninguém sabe de mim.
jeitavam seu amor. Aqui viveram por quase trinta anos, até que uma doenç
e em dia, tudo se mistura. Nunca soube quando Geraldo se infiltrou em nossas vidas. Mamãe vendia receitas caseir
i há dez anos.
o com a liberdade deles. A minha? Já não conto com ela. Sei que, assim que fugirem,
o livres... é o que me faz aguentar

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