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Histórico

Capítulo 2 O Primeiro Passo em Paris

Palavras: 2851    |    Lançado em: 31/05/2025

, imponente e desgastado pelo tempo. Rafael Delgado desceu com cautela, sentindo o peso da mala de couro em uma mão e uma pasta surr

afé fresco e o perfume doce e inebriante das flores vendidas nas barracas da estação. O barulho da multidão era um murmúrio constante - convers

entre o passado glorioso e o presente incerto. Rafael nunca imaginara pisar ali, naquela cidade que até pouco temp

estos. A pele morena, o rosto marcado pela herança latino-americana, faziam-no sentir-se, por um instante, deslocado naque

heiro do pão fresco vindo das padarias e o som distante de uma acordeonista tocando uma valsa francesa criavam um cenário quase ci

ma certa melancolia nos olhos - talvez a herança recente da guerra ainda pairasse sobre eles. Vendedores ambulantes ofereciam

nos muros, o murmúrio do Sena que ele não podia ver, mas sabia próximo. Pensava nas histórias que sua mãe lhe contara sobre

os da beleza parisiense ou a força das mulheres que cruzavam aquelas ruas em busca de liberdade e identi

ta era aberta. Sentiu uma pontada de solidão ao entrar e pedir um café au lait. O aroma quente do ca

circulava apressado entre as mesas, equilibrando bandejas com taças de vinho e pratos de que

uma voz suave e curiosa o

jovem, cabelos castanhos claros presos em um c

eu com o francês que aprendera aos pouc

conversa fluiu naturalmente, e por um breve momento, Rafael sentiu-se menos estrangeir

ebia seu café -. Alguns aparecem de imediato, outros s

regavam mais do que uma simples observação - era

s graves preenchendo o ar com um eco quase solene. Rafael olhou para cima, para a silhueta

eirada. Dentro, figuras esculpidas em madeira e telas coloridas capturavam cenas da vida parisiense e da natureza

ra cumprimentá-lo. Seu nome era Madame Lefevre, e logo perceberam uma afinidade em suas histórias - ela t

a força necessária para reconstruir uma vida em uma cidade marcada por cicatrizes invisíveis.

e proteger. As gotas formavam pequenos círculos nos paralelepípedos, e o som da chuv

nada que o levaria por vielas escuras e salões ilum

janela e olhou para as luzes difusas da rua abaixo. A carta da mãe repou

ntimentos e planos. O peso do passado e a promessa do futuro se entrelaçavam, c

Paris parecia lhe sussurrar segredos - segre

el D

e: 2

tina (descendência latina,

anguloso, com uma cicatriz fina na sobrancelha esquerda - lembrança de uma briga na juventude. Veste-se com elegância simples, quase auste

a pouco, mas suas palavras são ponderadas e carregam peso. Possui um senso agudo de justiça, e uma vontade qu

prio lugar entre duas culturas. Carrega uma melancolia latente, mas também uma esperança firme. S

a, habilidade em desenho (talvez uma herança da mãe artista), e um talento natural para o

gu

e: 2

: Buen

laros e olhos verdes intensos. Tem um sorriso aberto e uma ri

l. Apesar de ser amigo desde a infância, tem um jeito mais leve e descontraído, semp

me que ele se perca demais em lembranças e fantasmas. É

ar para assumir os negócios da famí

mplicado com uma jovem do bairro, que po

ai

e: 2

Paris,

e simples, olhos azuis brilhantes e expressivos. Trajes modestos, mas de b

ca, especialmente jazz. É curiosa e aberta, com uma sabedo

viver uma vida mais livre, dedicada à arte e à escrita. É

s familiares, além de lidar com a precariedade financeira da juventude

me L

e: 6

em:

da intensa. Cabelos grisalhos presos em coque impecável, olhos castanhos que parecem penetrar

ora para Rafael. Traz em si a força e a resiliência dos que viveram tempos

como ela, carregam feridas invisíveis. Tem um passado marcado pela resistência c

mente, lutando para aceitar que o mundo mudou e que a juventude p

nvés do navio, última

lmas. No convés quase vazio, Rafael e Miguel estavam sentados lado a lado, co

fazer isso, Rafa? - Miguel pe

. Não posso continuar vivendo entre d

e não acendia. - É uma loucura deixar tudo para trás

. - Não encontrar nada é uma possibilidade. Mas não tentar,

cando a ternura do momento. - Então vai lá,

o medo que não precisavam verbalizar. Naquele instante, a amizad

re - No café

da acordeonista que tocava no canto do salão. Rafael sent

ela perguntou, ajeitando

stou tentando entender est

- Paris tem esse efeito em quem chega. E

intrigado.

nela, onde a chuva começava

com um brilho nos olhos -. Algumas belas, outra

um convite para confiar, para dividir

ha de sonhos que luta contra os pesadelos da realidade. Mas você,

mples, mas carregado de significado. Era o

e Lefevre - No

o os poloneses dançarem no ar pesado de tinta e madeira. Rafael observava a

ação no olhar - disse ela,

postas - respondeu

postas vêm, mas nem sempre como esperamos

dela, marcadas pelo

u ela -. Muitos fantasmas ficaram par

também um alívio. - Eu preciso entend

ela, com um olhar firme -. E saiba que, às v

onversa na madrugad

da rua. Rafael estava sentado na beira da cama, mexendo nas cartas antigas que trouxera da América L

está viva? - Miguel pergun

olhando para as c

reditar que sim. Essa espera

arro na janela, sem

ão quiser se

a viver com isso - Rafael resp

e perder por isso? - Mig

u, olhos brilha

essário se perder

o parque Buttes-Cha

vam sob os pés dos dois enquanto caminhavam por uma trilha pouco movimentada. O

rguntou, apontando para o c

r para mim - ele respondeu, folh

do-se em um banco

algum dia. Arte é uma

lado dela, sentindo

e quer fazer c

u para o cé

órias que ninguém mais ousa c

por um instante, o

agem para isso. E às vez

rilho doce e vul

ame Lefevre - Encont

iscutindo com fervor sobre Sartre e Camus. Rafael encontrava-

minha juventude - ela diss

eguir em frente? -

omos, mesmo que doa. E a fé nas pessoas. Naqu

ça, sentindo a verda

que vou encont

pegou sua mão,

eiro necessário. Mas

e instalou, e o barulho a

estar aqui -

olhos cheios

está sozinh

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