das espelhadas dos arranha-céus. O calor abafado do dia começava finalmente a ceder lugar a uma brisa mais amena que soprava do mar, t

a maior parte dos seus dias. O átrio moderno, com seu piso de granito polido e decoração minimalista, pareceu por

a mochila sobre o ombro. Dentro dela, catálogos, amostras e um tablet com relatórios de vendas – as ferramentas do seu ofício como representante comercial. E

desesperado de provar o seu valor, era algo que ele guardava para s

rava – um carro tão discreto e confiável quanto ele próprio tentava parecer –

e com os carros mais comuns que circulavam pela avenida. As luzes diurnas de LED, acesas mesmo com a luz do entardecer, conferiam-lhe um olhar predatório, e o

que fez o coração de Rafael tropeçar no peito. Era a figura sentida a

l Mont

l retorcido e borracha queimada, desde o peso inerte do corpo de Gabriel em seus

em, um titã do mundo dos negócios, estaria fazendo al

algo dado errado? Alguma complicação médica? Ou talvez, pe

m um clique suave e Gabriel Montenegro desceu do veículo. Ele se moveu com uma rigidez q

e vitalidade. Havia, no entanto, algo diferente em seus olhos azuis penetrantes – uma serenidade que Rafael nã

os sobre o peito, e fixou o olhar em Rafael. Não havia sorriso, nem qualqu

e aquele olhar pudesse ver através da sua ca

estranhamente em seus ouvidos. O barulho do tráfego pareceu diminuir, o m

o calmo, mas que carregava um peso inegável. Não er

oando quase automática, um reflexo da diferença abissal

zando seu rosto por uma fração de segundo antes de se

carregada de uma intensidade que pegou Rafael desprevenido. - Você me salvou naq

como Gabriel, era desconcertante. Ele instintivamente recuou um passo,

ualquer pessoa fari

os de Gabriel, talvez de ceticis

e hoje. E pessoas que agem corretamente, especialmente sob pressã

ez com uma mistura de esperança e incredulidade

rar o significado por trás das palavras

sa - gaguejou ligeiramente, sentindo a n

por isso que estou aqui. Sua motivação não foi o ganho, foi o instinto. A coragem

os perscrutando o rosto de

chance de usar essa coragem, essa integridade

s ecoavam as suas próprias ambições secretas, os sonhos que ele nutria em

a. Seria possível? Ou seria apenas algum tipo de gest

ntou, esforçando-se para manter a voz firme, para não de

sorriso que não chegava a ser caloroso, mas que

s muito o que conver

após a intensidade do momento anter

não. Estava

G-63 com um gesto da cabeça. O tom era um convite, mas ha

prestes a entrar em um território desconh

iro rico de couro Nappa cobrindo os assentos, o brilho discreto da fibra de carbono no painel, a vas

couro macio moldar-se ao seu corpo, e senti

isolou quase completamente os ruídos da rua, e ligou o motor novamente. O

tou a marcha e o SUV começou a

guntas não ditas. Rafael olhava pela janela, observand

s vistos de dentro daquela fortaleza de luxo. Ele podia sentir o olhar de Ga

ue tipo de 'oportunidade' ele pod

entos. Talvez estivesse revivendo os momentos do acidente, a

salvara. Ou talvez estivesse simplesmente planejando suas próximas palavras, e

iú, o G-63 movendo-se com uma agilidade surpreendente

estaurante cuja fachada discreta, quase escondida atrás de uma vegetação exu

das Ca

a elite da cidade que preferia discrição ao invés

abriel. Rafael saiu logo em seguida, sentindo-se um pouco desl

uminação suave e uma música ambiente quase imperceptível. O arom

os fundos, em um canto reserv

ás e uma salada leve, Rafael pediu um suco de laranja, sentindo-se pouco à vont

toalha de mesa imaculada, enquanto Gabriel o

ndo, como se reunisse forças pa

em que nossos caminhos se cruzaram - começou ele, a voz baixa, mas cla

hos, surpreso pela

ndo? D

pausa, escolhe

es naquele dia. Pessoas em quem eu confiava, ou achava que confiava, mostraram suas verdadeiras cores. Sent

rdido por um instante

strada secundária. E então... o pneu estourou. Perdi o controle

os, mas a sensação de impotência, o terror, a resi

ecendo na janela quebrada, a determinação em seus

cauteloso, a ver segundas intenções em cada gesto. Fui traído por amigos, por

ael novamente, e desta vez havia

eto estranho... você não quebrou apenas a janela do carro. Você abriu uma fresta nesses mu

a. A história de Gabriel, embora vinda de um mun

ntos universais. Sentiu uma pontada de empatia pelo homem à sua

Não foi fácil. Você não deixou nome, não quis reconheci

ceu naquela noite não foi apenas um acidente e um r

e para a frente, a intensid

amento, entenda bem. O que você fez não tem preço. Mas como..

Um projeto que busca identificar e investir em talentos reais, pesso

s como

ssa confiar ao meu lado. Gente com

em sua garganta. Aquilo era mu

ra participar de algo significativo, ao lad

as um representante comercial. Nã

- Caráter, não. Você tem o que não se pode ensinar. Visão, cor

Em um mundo cheio de espectad

, deixando as pal

so nas ferragens. Alguns talvez tenham diminuído a velocidade, curios

entou o perigo. Você não pensou

quem você é do que qualquer

ãos, lembrando-se dos cortes, da sensação

o impacto do que fizera, não apenas

projeto? O que o senhor esperaria de mim?

ratégico voltando aos seus olhos, agora mistu

portunidades a talentos que o sistema ignora. Usar meus rec

cê ao meu

gado qualquer, ma

pectiva diferente, alguém

ssa, talvez, aprende

ar entre eles. Rafael sentiu u

s ousados de um rapaz vindo de um bairro simples, que sempre olhou para

empre o incentivara a buscar mais, mas isso? Isso era um

us pais, em

ometeu a si mesmo que não se contentaria

sentir a hesit

sse ele, a voz mais suave. - Pense com calma

ue a propos

e Rafael. - Seja qual for a sua escolha, você já mudou a mi

e de senhor, quero que você

ado. Ele deixou algumas notas sobre a mesa, mais do que su

você amanhã para formalizar a proposta p

eceu selar não um acordo, mas o iní

ra de poder e controle com que havia entrado, mas agora ele via algo ma

anja intocado à sua frente, o burburinho discreto d

possível estava no a

e suas limitações, agora parecia um

a

o ag