img Contos Na Estrada - Volume 01: Brasilia  /  Capítulo 4 Madrugada na Estrada | 80.00%
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Histórico

Capítulo 4 Madrugada na Estrada

Palavras: 991    |    Lançado em: 03/05/2025

r dos pneus no asfalto ainda morno, traçando uma linha reta entre o passado que deixei para trás e o desconhecido que me aguardava à frente. O balan

ontos tremeluzentes que, aos poucos, iam desenhando o contorno de uma cidade que, por tantos anos, existiu para mim apenas como símbolo, uma

s. Brasília sempre me pareceu mais conceito do que lugar. Uma utopia arquitetônica. Um plano de cidade idealizada, nascido de uma prancheta e do sonho de um

a chegada dos que ousam atravessar suas fronteiras. A Catedral de Brasília, com suas colunas brancas erguidas ao céu, parecia feita para acolher tanto a fé quanto a dúvida. Ao longe, o Palácio da Alvorad

cas. O vento seco penetrava pelas frestas da janela, trazendo consigo o cheiro de terra úmida de irrigação, resquícios de eucalipto e o perfu

tão suave que parecia estar vindo de dentro de mim. Era como se Brasília tivesse sua própria trilha sonora, íntima e discreta, feita para aqueles que decidem escutá-la com aten

penas existia. Não pedia nada. Não explicava. Apenas se mostrava, paciente, como quem espera s

um gesto familiar a quem viaja com frequência. Quando desci, o asfalto áspero sob minhas botas me deu uma estranha, quase absurda, sensação de pertencimento. Co

opostas. Despedidas contidas, reencontros silenciosos. Vozes abafadas, malas deslizando pelo piso em unís

ava ali. Inteiro. Desa

el. Brasília me recebeu sob um céu limpo, onde as estrelas pareciam mais distantes do que em qualquer outro lugar, e m

ciam de cor. Eu, por outro lado, fiquei parado. Sentindo o ar seco da madrugada tocar meu rosto como um

quentes do interior recortavam a escuridão como um farol doméstico. E lá dentro, o cheiro inconfundível d

, Brasília ainda dormia. Mas dentro de mim, algo havia acordado. Algo antigo. Algo novo. Algo que não se ex

m gesto silencioso de acolhimento. Um primeiro pequ

s, esperanças e uma história que precisava ser reescrita. Mas, ao contrário dele, eu não trazia raiva no peito nem se

eria descobrir se era possível ser diferente. Se era possível reinvent

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