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O Casamento ...

O Casamento ...

5.0
39 Capítulo
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Sinopse

Índice

Olívia Santiago tinha grandes sonhos de se casar e viver um conto de fadas, mas foi deixada no altar grávida. Anos depois, ela reencontra o homem que quebrou seu coração e percebe que ele não é mais o mesmo. Desolada, ela encontra conforto em seu amigo de longa data, o médico Pablo Miller, que a ama em silêncio. Determinada a seguir em frente, Olívia segue para seu ponto de paz como cerimonialista, mas acaba tendo que planejar o casamento do pai de seu filho com sua melhor amiga da época do colégio. Com orgulho engolido, ela decide seguir em frente e criar um final feliz para os noivos, mesmo que isso signifique enfrentar seus próprios demônios. Esta é uma história sobre o amor, a superação e a força de seguir em frente, mesmo quando tudo parece perdido.

Capítulo 1 Nascimento de Olívia

Samuel é um homem de sucesso no auge dos seus 40 anos, um belo empresário que, por onde passa, não deixa de ser notado. Como diz aquele ditado, há pessoas que tudo que tocam vira ouro, e com ele não é diferente. Seus projetos sempre foram muito bem recebidos no mercado. Com uma rede de roupas de grife, ele leva seus desenhos e projetos já prontos para os melhores estilistas do país.

Ele é casado com a única mulher que foi capaz de despertar o amor naquele homem. Apesar de se envolver com muitas mulheres, nenhuma delas foi capaz de ir além da cama com ele.

Cecília e Samuel se conheceram na faculdade, ficaram algumas vezes, se formaram e cada um seguiu seu caminho. Acontece que Samuel nunca esqueceu o beijo dela. Procurou notícias por amigos em comum, mas nunca soube do seu paradeiro. Até que, numa bela tarde, reencontra-a em uma das suas lojas, provando alguns vestidos. Desde então, aqueles olhos verdes se cruzaram com os dela, e estão juntos há 5 anos. Ela tem uma linda menina, fruto do primeiro relacionamento de Cecília.

Seu antigo namorado a abandonou ao descobrir da gravidez, mas Samuel não se importou. Ele cuida da pequena menina como se fosse sua e proibiu qualquer pessoa que conviva próximo a eles de comentar que ela não é sua filha biológica.

Cecília descobriu sua segunda gravidez quando a pequena Samantha completou 5 anos. Agora, no começo do ano, está prestes a dar à luz seu sonhado menino.

Sua amada esposa está no quarto terminando de se arrumar. Hoje eles iam jantar para comemorar o sonhado nascimento do seu filho homem. Ele sempre quis ter filhos e, por ser seu primeiro filho, ele quer que seja um menino. Mas sabemos que não é a nossa vontade, e sim a vontade de Deus.

O jantar foi tranquilo até que Cecília sente um pequeno desconforto.

— Amor, não se desespere, mas... — ela fala, apertando as suas mãos.

— Meu Deus! Meu filho vai nascer! — ele fala com certo desespero. Num movimento rápido, ele se coloca de pé, pega sua esposa no colo, chamando a atenção de todos ao redor. — Calma, amor, estou aqui com você — diz, apertando-a contra seu peito. Logo, coloca-a no carro e acelera.

— Eu sei, por favor, dirija devagar. Não queremos que nosso menino nasça no meio do trânsito, não é? — fala, contraindo-se no banco, tentando controlar sua respiração.

Samuel passa a mão na barriga, sentindo como está dura. Apesar de ter acompanhado cada passo da primeira gravidez de Cecília, ele está nervoso e, ao mesmo tempo, numa felicidade que não cabe em seu peito, por seu menino que está para nascer.

O que eles não sabem é que a ultrassonografia deu erro, e naquela clínica, após horas tentando um parto normal, tiveram que correr para fazer uma cesárea. A gravidez sempre foi muito tranquila, Cecília sempre cuidou de sua alimentação, fez exercícios físicos e tomou todas as vitaminas que a médica passou. Mas mesmo assim, o parto foi complicado, e para não afetar a saúde dela, tiveram que retirar seu útero logo após o nascimento.

Apesar de todo o susto, Cecília estava bem. O médico faz todos os procedimentos com agilidade.

— Parabéns, mamãe. Sua filha nasceu muito saudável — diz o médico que estava de plantão, entregando a pequena para Cecília.

— Filha? — ela fala com dificuldades. O médico coloca a pequena em seu peito. — Eu não estava esperando um menino? — questiona Cecília, entre lágrimas.

Nesse instante, a médica que acompanhou a gestação de Cecília entra.

— Como pode isso doutora? — Fala Samuel um pouco distante, não conseguindo disfarçar o desapontamento em ser uma menina.

— Sinto muito, esses erros são raros de acontecer, mas acontecem...

— Claro, com médicos incompetentes deve acontecer muito! — ele diz com sarcasmo.

Sua voz estava em um tom mais elevado. O médico interrompe a explicação de sua companheira de profissão, percebendo o nervosismo dela. Retirando-o do quarto, a enfermeira pega a bebê e vai fazer os primeiros exames e dar o primeiro banho.

Algum tempo depois, Cecília já estava sem os efeitos da anestesia. Conseguiu se sentar com dificuldades. Samuel entra em silêncio, sem conseguir encarar os olhos da mulher que ama. Logo entra a enfermeira, trazendo a pequena e entregando-a para Cecília.

— Meu amor, como você é linda. Sua irmãzinha vai adorar te conhecer! — diz Cecília emocionada.

— Como será o nome dessa princesa? — pergunta a enfermeira.

Os olhos de Cecília se encontram com os de Samuel, que desvia no mesmo instante.

— Olívia, ela vai se chamar Olívia — diz Cecília, depositando um leve beijo em sua testa.

Ao perceber que ele demonstrou tanto descontentamento por ser uma menina, ela aperta com delicadeza a pequena nos seus braços.

— Saiba que você não é obrigado a ficar aqui! Pode ir embora, tem pessoas suficientes para me ajudar! — ela fala, visivelmente decepcionada com Samuel.

— Desculpa. — Diz ele, olhando para o chão, virando a fechadura da porta e saindo.

Cecília, naquele momento, chora, sentindo que todos esses anos não significaram nada para ele.

Samuel sai da clínica bravo consigo mesmo, socando o volante. Ele volta para casa, entra no quarto que prepararam por tantos meses pensando em seu filho Davi, que agora ele não sabe como amar essa doce menina.

A noite foi longa para ele; sua cabeça parecia que não desligava os pensamentos, sem dormir e frustrado com a reação que teve. Pegando o celular, com uma decisão tomada, ele fez algumas ligações.

A noite caiu novamente. Cecília receberia alta amanhã. Samuel tomou um banho, fez sua higiene pessoal e saiu para a clínica. Ele veio ficar com ela, ajudou-a no banho, a vestir sua roupa, penteou seu cabelo, deixando-o como ela sempre gostou. Fez tudo em silêncio. Quando sua esposa dormiu, Samuel chegou perto do berço onde estava Olívia e, com os dedos trêmulos, acariciou seu pequeno rosto.

— Oi, pequena. Desculpa te decepcionar, mas eu sou seu pai. — Falou baixinho, sentindo algo estranho no peito ao olhar nos grandes olhos verdes, assim como os dele.

A pequena ameaçou chorar, ele a pegou no colo, todo sem jeito, com medo de machucar, colocou-a em seu peito e começou a cantar baixinho para ninguém escutar. Poucos minutos encolhida em seus braços, ela dormiu tranquilamente, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo com aquele coração.

— Durma bem, filha. — Ele falou, dando um pequeno beijo nela e a colocando no berço novamente. Deu uma última olhada para sua amada esposa, beijou seus lábios quase sem tocá-los e saiu do quarto.

Na manhã seguinte, Cecília recebeu alta. Esses dois dias ela não trocou sequer uma única palavra com ele, sem conseguir disfarçar o quanto sua reação a machucou. Nem sabe ela o quanto ele estava arrependido. Quando ela caía no sono, ele pegava a pequena e demonstrava todo aquele sentimento que surgiu em seu peito, pelas lágrimas derramadas.

Todo o caminho foi um silêncio insuportável. Samuel queria pedir perdão, mas ele conhece a mulher que tem; esse não era o momento deles conversarem.

Chegando na grande casa, eles entram. Samuel acompanha em passos curtos, andando lado a lado com ela. Cecília entra no quarto que era para ser do seu filho Davi e se emociona com o que vê.

— Meu Deus! Que lindo, amor... — Ela fala entre as lágrimas, emocionada por estar além do que ela pensou que poderia deixar.

— Me perdoa, sei que não sou merecedor do seu perdão. Lhe fiz se sentir mal no momento em que mais precisava de tranquilidade e apoio. — Ele encara os seus olhos, pegando Olívia nos seus braços. — Eu errei e me arrependi amargamente no momento em que fechei aquela porta, mas sabia que não poderia voltar atrás, não após ter te deixado sozinha. Se quiser me xingar, gritar, quebrar a minha cara como muitas vezes disse que faria se eu lhe machucasse, estou aqui e recebo cada tapa, pois sei que mereço.

Samuel se ajoelha, sentindo medo de perder a mulher que ama. Cecília, mesmo com a dor que estava sentindo da operação, tenta abaixar, mas não consegue, soltando um pequeno gemido de dor. Ele levanta no mesmo instante, coloca a pequena no seu lindo berço e pega com maior cuidado a sua esposa no colo.

— Te amo. Você me deu o melhor presente de todo o mundo. Não tem ideia do quanto serei grato a você por ele! Eu prometo, amor, que vou proteger nossas filhas de todo o perigo e, se um dia precisar dar minha vida a elas, assim farei.

Cecília encosta a cabeça no seu peito. Ela queria gritar tudo que ensaiou quando viu ele sair, mas se calou. Respirando aliviada, sorriu, pois aquele homem que a conquistou por sua bondade e honestidade estavam diante dos seus olhos, arrependido como nunca havia visto.

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