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A Redenção do Ogro

A Redenção do Ogro

5.0
101 Capítulo
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Sinopse

Índice

Camila, aprendeu desde cedo que quando amamos inocentemente, nos tornamos vulneráveis. Por isso ela não acredita no amor! Uma submissa masoquista que vive o momento de forma mais intensa que possa existir. Bernardo dedicou a sua vida para ser o orgulho de seus pais. Ele só queria provar para eles, que ele podia ser tão bom quanto seu irmão. Um dominador, sadomasoquista, torturador e calculista. Quando duas alma feridas se encontram, elas se reconhecem e se completam. Mais para se completarem de verdade... Elas precisam se readaptar! Será que Bernardo e Camila, estão prontos para isso? Será que eles conseguem passar por cima dos obstáculos e serem felizes? Só o tempo e a vida dirá... Uma história que fala sobre recomeços e mudanças!!! Cheia de altos e baixos, e emocionante O terceiro livro da série BDSM. *** Não é necessário ler os dois primeiros livros, mais para um bom entendimento, leia... *Esse livro contém gatilhos, cenas de sexo explícitas de bdsm. S e não gosta de livros assim, nem comece a ler.

Capítulo 1 PRÓLOGO - PRIMEIRA PARTE

PRIMEIRA PARTE

Madame Lavoisier

Batem na minha porta. Estou no meu escritório revisando alguns contratos. Quem pode ser?

Estou mergulhada em novos contratos de serviço. Pedi para não ser incomodada.

-Entre...

-Senhora me desculpe, mas Patrick está aí fora e precisa falar com a senhora?

-O meu chefe de segurança?

-Sim Senhora ...

-Essa hora da manhã? É urgente Márcia, porque eu preciso revisar esses contratos o mais rápido possível.

-Ele disse que sim...

Eu suspiro. Só falta uma das meninas terem fugido. Há tempos que isso não acontece...

-Pode deixar ele entrar...

Patrick é meu chefe de segurança há algum tempo já. Ele me acompanha sempre quando tenho que fazer uma visita a um abrigo ou orfanato.

-Madame...

-Oi Patrick, alguém fugiu?

-Não Senhora, aqui no internato está tudo sob controle... Só queria falar com a senhora sobre uma menina que encontrei ontem. Eu realmente estou preocupado...

Ele se senta na minha frente. Ele deve regular uns trinta anos, é bem moreno e o cabelo cortado em estilo militar.

Espero que ele continue.

-A encontrei na Avenida Paulista fazendo ponto, numa daquelas ruas...

-Uma prostituta? -levanto uma sobrancelha.

Dificilmente eu recruto meninas maiores de dezoito anos. Sempre a faixa etária fica entre 16 aos 19 anos... Não mais que isso. Se passar desta fase, elas geralmente já estão viciadas seja no estilo de vida que vivem, ou drogas e álcool. Por isso, prefiro recrutar meninas recém saídas de orfanatos e às vezes internatos. Acontece dos próprios pais pedirem uma vaga para as suas filhas, mas esses casos são raros. Mesmo a maioria tendo problemas psicológicos, conseguimos contornar todos eles.

Mas uma garota de programa? Nunca recrutei nenhuma, porque a maioria não aceitaria meus termos e já são viciadas, seja no dinheiro fácil, seja em sexo ou drogas.

-Ela não está na rua há muito tempo, segundo minhas primeiras investigações. Ela chegou a cinco meses. Divide um apartamento com mais cinco, numa favela famosa aqui no centro. E madame... Ela não tem nem dezoito anos...

-Menor?

- Sim... Pelo que pude apurar com as informações que ela me deu, ela fugiu de casa e foi morar nas ruas. Como tem que pagar aluguel e comer, começou a se prostituir.

Ele pega uma pasta e põe na minha mesa.

Eu abro e vejo uma cópia de RG. Camila Coelho, 16 anos, filha de Margarida Coelho. Sem pai conhecido. Nasceu em Santa Catarina.

A menina é linda, loira de cabelos lisos e olhos azuis... Uma boneca... Começo a compreender porque Patrick se interessou em ajudar esta menina.

-Essa investigação você fez por conta própria?

-Sim, eu precisava convencer a Senhora. Sei que ela não tem o perfil de suas meninas.

-Como a conheceu?

-Eu passava por lá e ela estava num dos pontos. Me ofereceu um programa.

-Quanto ela cobrou Patrick?

-Trinta reais por um boquete e 50,00 por penetração sem tocar nela. Ela não gosta de ser tocada.

Eu levanto uma sobrancelha pra ele. Como assim não gosta de ser tocada?

-Isso nem é o mais estranho...

Faço sinal com a mão para que ele continue.

-Ela tem marcas nas coxas senhora, como se prendesse correntes até se machucar...

Então a menina gosta de sentir dor? Ou é católica e gosta de se penitenciar pelos seus pecados?

-Ela só tem dezesseis anos. Você ficou com ela, Patrick?

-Não... Paguei para conversar com ela por uma hora. Dei o meu cartão a ela, caso ela aceitasse fazer uma entrevista com a senhora.

-Você ofereceu ajuda, sem me consultar antes?

-Senhora, me desculpe... Mas eu sabia que a senhora ia se interessar pelo caso.

Eu olho para a foto do RG dela novamente.

Uma prostituta!

16 anos

E linda...

Eu não posso fingir que não estou vendo isso... Eu não posso simplesmente deixar essa menina na rua se prostituindo.

-Ela tem algum vício, Patrick?

-Pelo tempo que ela ficou comigo não demonstrou nenhum. E pela minha investigação, não fiquei sabendo de nada.

-Ela te ligou?

-Ainda não...

-Você vai me levar até ela hoje... Vamos ver o que ela tem a me dizer...

-Ela é arredia Senhora...

-Percebo, alguém com 16 anos que não gosta de ser tocada. Só pode ter algum trauma. Você sabe porque ela fugiu de casa?

-Ela saiu de Santa Catarina. Não deu tempo ainda de eu investigar sobre isso. Sei que fugiu porque uma das meninas que divide o apartamento com ela, disse. Mas não sabe o motivo.

-As outras meninas sabem que ela é menor?

-Não, elas acham que ela tem dezoito. O que a Senhora acha sobre as marcas na coxa?

-Existem pessoas que são viciadas em dor. Usam cilícios para sentir a dor o tempo todo ou se penitenciar. Já peguei alguns casos desses aqui... O bdsm costuma ajudar bastante essas meninas... Mas não sei se é esse o caso... Como são as marcas?

-De elos, como se fosse uma corrente... Roxas e profundas, quase ultrapassando a pele. Algumas mais antigas que outras.

Coitada dessa menina... Eu preciso conversar com ela.

-Continue investigando Patrick, e hoje a noite você vai me levar até a rua que a achou...

-Sim Senhora!

****************

-É aquela, Senhora...

Estamos na esquina com o carro parado do outro lado da rua.

Ela chega com um vestido vermelho colado no corpo e bem curto. Sandálias muito altas. Aquela cabeleira loira chamativa toda ondulada solta, batom vermelho que dá pra ver de longe, provavelmente está com uma maquiagem bem carregada para camuflar sua idade. Bem magrinha, talvez esteja abaixo do seu peso. Ela é realmente linda e chama bastante atenção de longe.

Eu a observo um pouco e vejo ela se escorar num poste, jogar o cabelo para o lado e olhar o celular.

-Cadê as marcas da coxa que disse, Patrick...

Com aquele vestido tinha que está aparecendo.

-Talvez ela tenha passado maquiagem ou está de meia. -Ele fala.

-Ligue o carro e vá até ela... Peça um programa novamente e depois dirija até aquele hotel da esquina... Acho um bom lugar para conversarmos.

-Sim Senhora!

Ele liga o carro e vai em direção a ela. Abaixa o vidro e ela logo olha para dentro.

-Quer companhia senhor?

Ela diz com uma voz de anjo?

Quando ela reconhece Patrick, ela fica sem graça...

-Ahhh é você?

-Sim Camila, quero mais uma hora de seu tempo.

Ela olha para um lado, olha para o outro. Passa a língua no dente.

Menina desconfiada.

Principalmente porque Patrick falou de mim para ela. Provavelmente ela deve está achando que eu sou um cafetão.

-Vai ser mais caro dessa vez... Porque eu não gosto muito de jogar conversa fora.

-Tudo bem... Entra...

-Não quer saber quanto?

-Não... Eu pago o valor que você disser...

O rosto dela se ilumina. Abre a porta e entra ao lado dele.

-Vamos conversar sobre o que dessa vez? A Economia do país? -Ela diz sarcástica...

-Quero te apresentar uma pessoa.

-Own gato! Eu não faço ménage...

Ele ri e diz:

-Lembra da proposta que te fiz ontem?

-Eu te disse que não estou interessado num novo cafetão.

-E eu te disse que não sou um cafetão.

-A bastante tempo que eu sei que ninguém faz nada pra ninguém, sem ganhar algo em troca.

-Mas eu vou ganhar algo em troca.

Falei pela primeira vez, denunciando minha presença no banco de trás. Ela dá um grito e diz:

-Porra... Inferno, que susto que tu me deu...

Patrick liga a luz do carro e ela me olha.

-Ela que é a cafetina?

-Camila, só escute o que ela tem a te dizer... Depois você tira suas próprias conclusões...

Ela bufa e não fala mais nada.

Ele nos leva para o Hotel que havia falado, e estaciona no estacionamento.

-Vocês não são assassinos não né?

-Não querida. Eu me chamo Madame Lavoisier, sou diretora de um internato de moças. Patrick é meu segurança. Enfim, você tem o perfil do meu internato e gostaria de te fazer uma proposta.

-Quer vender meu corpo para os magnatas bilionários? É a mesma coisa que prostituição.

-Você não é obrigada a nada lá. Se no final do curso não quiser se casar e nem se dedicar a alguém, você sempre tem a opção de virar uma governanta que fala duas línguas e que foi formada para cuidar de uma casa e organizar eventos como ninguém. Você explicou a ela Patrick?

-Sim senhora. Falei sobre o internato, falei como são as coisas lá...

-Mas eu não acreditei... Ninguém faz isso de graça...

-Não é de graça querida! Toda menina que preparo eu recebo uma boa grana para fazer isso. E se caso optar não ir por esse caminho, encare como uma bolsa de estudo, que pagará quando estiver trabalhando e ganhando o seu dinheiro.

-Mesmo assim eu não estou interessada.

Ela tenta abrir a porta e o Patrick não deixa travando todas elas.

-Me deixa ir embora, Patrick...

-Ouça o que ela tem para te dizer...

-Não...

-Você tem apenas 16 anos. Filha de Margarida Coelho. Saiu de Santa Catarina fugida... Esqueci de algum detalhe?

Falo para ela calmamente.

Ela fica branca e começa a surtar e bater no braço do Patrick.

-Você me investigou seu merdinha! Eu tinha que saber que era muito estranho, um homem como você, de roupa cara pegar uma prostituta na paulista. Seu desgraçado!

-Se acalme! -falo com o meu tom de dominante e na mesma hora ela para e me olha.-Você está segura! Eu não sei o que fizeram com você da onde veio! Mas eu não sou igual a essas pessoas. Eu quero te ajudar. Eu posso conseguir com que fique conosco até seus dezoito anos. Você não vai precisar se prostituir e nem voltar para a sua antiga casa. Depois que passar esse tempo, se quiser ir embora pode ir.Eu não vou te deixar nas ruas de São Paulo correndo risco de vida Camila.

-O que vai ganhar com isso?

-Consciência tranquila? Por a cabeça no travesseiro e saber que eu fiz de tudo para ajudar uma menina. Eu sei que sofreu algo grave para sair fugida de seu estado. Eu não sei o que é, mas estou disposta a te ajudar.

Ela dá um suspiro de frustração, se rendendo a tudo que disse.

-Você me dá a sua palavra, que não serei obrigada a ficar depois que eu atingir a maioridade?

-Dou... Como também te prometo não contar a sua família, que você está comigo.

-E se eu não aceitar?

-Eu vou ser obrigada a te denunciar ao conselho tutelar. Não posso deixar uma menina de 16 anos se prostituir nas ruas de São Paulo. Sinto muito!

Ela respira fundo, olha com ódio para mim e depois para o Patrick

-Você está me chantageando para ir com você. Tirando meu direito de ir e vir.

-Meninas de dezesseis anos não têm direito de ir e vir. Provavelmente você não foi emancipada, ou estou errada?

Ela começa a respirar com dificuldade.

-Patrick, vamos para o Internato.

-Não... E minhas coisas? Tenho coisas que preciso pegar.

-Patrick quando nos deixar lá ele vai buscar suas coisas. Camila , confie em mim, você está segura. Ninguém vai te obrigar a nada. Eu prometo...

-Eu só acredito, vendo!

Ela cruza os braços e não fala mais nada.

Prevejo problemas, grandes problemas…

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