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O Gladiador Domado

O Gladiador Domado

5.0
3 Capítulo
62 Leituras
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Sinopse

Índice

Kalissa Felsted nunca se sentiu capaz de ser ela mesma. Como uma princesa que em breve teria que se casar com um rei que não ama, ela prevê a sua vida sendo destruída aos poucos. Ela só não esperava se sentir extremamente atraída pelo atraente e irresistível Matthew Rolfe, o gladiador que deseja se vingar de seu futuro marido. A princesa se vê encurralada entre o seu dever e o prazer, caindo em um mundo de tentações onde jamais pensou que estaria. Depois de Matthew, sua vida nunca mais foi a mesma.

Capítulo 1 O Fardo De Sangue

A arena estava repleta de pessoas eufóricas esperando que os gladiadores adentrassem e começassem a se matar. Confesso que nunca havia visto algo assim antes, apesar de nunca ter tido a mínima vontade de presenciar dois homens ou mais lutando até a morte para saciar a diversão das pessoas presentes neste momento.

Agradeço papai infinitamente por não ter feito uma dessas no nosso país, e que eu não fosse sempre obrigada a assistir tamanha violência. Mas lá se vai o meu desejo.

Aparentemente o meu futuro marido era fascinado por essas baboseiras sanguinárias e eu teria que comparecer sempre para assistir a esse massacre como uma boa e honrosa futura rainha. Isso era ridículo.

Hoje seria o dia que meus pais e eu viemos oficializar o compromisso com o rei Geoffrey para fortalecer a aliança dos reinos, típico de toda princesa. Infelizmente, o patriarcado reinava nesse continente e uma mulher governando sozinha se tornaria um motivo de piada para os outros. O que era um absurdo, mas eu devia aceitar ou seria decapitada em praça pública.

Geoffrey era um homem alto de vinte e seis anos, cabelos loiros e olhos castanhos. Ele era um rei que nunca ouviu um não, além de sanguinário e prepotente, sua diversão era ver o sofrimento dos outros. Há quem diz que a arena é o seu maior prazer. Ser sua esposa seria uma tortura, mas eu não podia dizer não.

As mortes por decapitação no seu país aumentaram desde que Geoffrey assumiu o trono, ouvi dizer que a maioria dos decapitados apenas fizeram críticas sobre a sua forma de governar, e, foram assim que tiveram as suas cabeças cortadas. Isso me enojava. Terei que passar a vida toda presa a um homem que nem ao menos consegue ouvir uma crítica sobre o seu reinado, isso me fazia embrulhar o estômago.

— Está quase começando — Comenta. Estávamos na parte real da arquibancada. Meus pais, ele e eu. Todos sentados em cadeiras macias e confortáveis.

— Não vejo a hora — Papai mente, ele detestava esse tipo de diversão.

— O primeiro gladiador é o melhor que temos. — Continuou, virando o seu rosto para nos olhar. — Ele é o mais ágil e forte, nunca conseguiu ser derrotado e já lutou muitas vezes. — Ele perecia orgulhoso. — Diga-me, princesa Kalissa, você gosta desse tipo de jogo? — Questiona, fazendo-me querer vomitar. Papai me olha implorando com os olhos, mas eu não vou dizer que gosto de algo tão cruel para agradar a um rei mimado.

— Não, eu detesto. — Sorri forçadamente. Ele arqueou as sobrancelhas.

— E o que você gosta? Maquiar? Sapatinhos rosas? — Perguntou de forma sarcástica.

Maldito fardo de sangue!

Ser uma princesa nunca pareceu ser um fardo tão grande como agora. Com certeza esse estava sendo o pior momento de toda a minha vida. Todos irão presenciar o anunciamento de que eu serei a noiva desse monstro.

— Não, majestade. Eu apenas não gosto de nada que envolva matar alguém para a minha diversão. — O olhei, desafiadora. Ele fez uma careta, aparentemente debochando da minha resposta.

— É uma pena. — Diz, somente. Ele voltou a olhar para a arena que estava aos gritos pedindo para abrirem os portões. Olho para minha mãe que apenas segurou as minhas mãos. Ela sabia o quanto isso estava sendo difícil, e sabia onde estavam me colocando, mas infelizmente não tinham outra escolha.

Há alguns anos atrás a nossa família caiu em um golpe, deixando o nosso reino quase miserável, mas papai conseguiu fazer um acordo com o rei de Kroalt, me prometendo para ser a rainha do seu filho, permitindo-o ter poder em nosso reino também. Apesar de não querer isso, eu era uma princesa e devia honrar com o meu título e salvar Khramed da miséria, mesmo que isso custasse a minha liberdade.

Mas afinal, eu nunca a tive mesmo.

Os gritos se intensificaram quando o portão foi aberto, todos gritavam coisas que eu era incapaz de ouvir. Vejo o rei Geoffrey abrir um sorriso lateral, observando os portões assim como os outros. Vejo e homens fortes com espadas em suas mãos caminhando até o meio da arena, fazendo pose e gritando junto com as pessoas na arquibancada. Todos eles usavam a mesma armadura azul.

— Esses três lutarão com o meu campeão — Geoffrey informa, fazendo-me arregalar os olhos.

Ele estava maluco?

— Três contra um!? — Pergunto, perplexa. Ele se vira novamente para mim.

— Ele já está acostumado, meu doce. — Piscou, fazendo a minha vontade de vomitar ficar mais forte.

— Rolfe!

— Rolfe! — Enfim pude deduzir o que as pessoas da arquibancadas estavam dizendo, “Rolfe”. Eu não fazia ideia do que era isso, mas eles não paravam de gritar.

E então, o outro portão foi aberto, revelando um homem alto e forte caminhando pacientemente até o meio da arena. Ao contrário dos outros, ele não fazia poses e gritava para se mostrar forte e capaz… não, ele apenas caminhava com passos fundos carregando uma espada grande em suas mãos. Ele não estava usando um Elmo como os outros e a sua armadura era vermelha.

Mesmo de longe, pude admirar a sua beleza. Ele era realmente muito bonito, os seus cabelos eram escuros; maxilar marcado; músculos desenhados em seu corpo. Não consegui ver o seu rosto com nitidez por estar no alto, mas ele era muito bonito o observando daqui.

Ele parou de caminhar e ficou quieto, enquanto os outros pediam para que gritassem os nomes deles.

— Meus súditos! — O rei se levantou, dando um grito alto fazendo todos se calarem e prestarem atenção em nós. — Hoje não teremos apenas uma luta épica, mas também uma comemoração! — Ninguém ousava dizer alguma coisa.

Olho para baixo encontrando os olhos do homem de cabelos escuros, sinto uma arrepio em meu corpo quando o vejo também olhando para mim, analisando-me de cima a baixo.

— Eu vós apresento a minha futura rainha, A princesa Kalissa de Khramed! — Ergueu as suas mãos para mim, fazendo-me desviar os olhos do homem á baixo.

Eu queria cuspir nelas, mas se eu o fizesse, estaria comentando um suicídio, então seguro suas mãos e me levanto, suspirando fundo por ter a atenção de todos.

Volto a olhar para baixo, encontrando novamente o olhar do homem que fez o meu corpo se arrepiar. Ele me olhava sem demonstrar alguma reação, mas mesmo assim não desviava os seus olhos dos meus.

O observei arquear uma sobrancelha enquanto seus olhos passeavam pelos meus. Engulo um seco.

Céus, como alguém poderia ser tão atraente?

Naquele momento, eu não ouvia nada do que Geoffrey estava dizendo, foi como se tudo e todos tivessem sido calados e congelados, deixando apenas eu hipnotizada pelos seus olhos vagando pelos meus. Mordo os lábios, e então assisto um pequeno sorriso se formar em sua face. Um puxão me trouxe a realidade. Olho para Geoffrey mudando a minha expressão radicalmente. Ele me olhava esperando alguma resposta, assim como os meus pais.

— Perdão? — Perguntei, sem entender. Ele revirou os olhos, segurou os meus ombros fortemente me virando para o olhar.

— Princesa, teria a honra de se tornar a minha esposa? — Disse mais alto, engulo um seco arregalando os olhos.

Já estávamos noivos, ele não precisava perguntar isso em público, na verdade, eu não esperava por isso.

Olho para os meus pais que torciam para que eu não cometesse um erro, mas como eu poderia? Nasci e fui criada apenas para governar ao lado de um homem que eu jamais amaria, sofrendo por essa tortura eternamente até o dia da minha morte. Mas era pelo meu povo, pelo meu título, e pelo legado da minha coroa… Tranco os olhos fortemente, sentindo o amargo da palavra sair pela minha boca.

— Sim. — As palavras saíram entre suspiros.

E esse era o meu fardo de sangue.

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