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Um CEO em minha vida

Um CEO em minha vida

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Sinopse

Índice

Ele tem um passado sombrio.  Ela é dona de um coração nobre. Ele não é um herói. A família de ambos possuem segredos que podem fazer o simples acaso se tornar destino. Ambos possuem histórias de vida diferentes, e carregam seus fardos no íntimo dos seus corações.   Ele faz parte de uma organização que dizima criminosos, um caçador que adora matar suas presas sem temer às consequências. O desejo de vingança acorrenta o seu coração nas sombras, até conhecê-la.  É possível um coração preso a escuridão ser capturado pela luz? Sua alma ser requisitada para amar?  O destino havia se alinhado para que dois corações encontrassem o verdadeiro amor.  Em meio aos desencontros da vida, Kristal e Dominic descobrirá e viverá o AMOR, às REVELAÇÕES, TRAMAS e os PERIGOS que terá em seus destinos. O intenso e apaixonante romance possuí uma perigosa teia de segredos por trás da vida do CEO.   Será que esse amor vencerá ao real perigo que virá em sua direção? 

Capítulo 1 PRÓLOGO

|| Dominic Ford ||

28 anos atrás...

O vento uivava ferozmente naquela noite, o galho da árvore arranhava o vidro da janela causando um pequenino medo no garotinho de quatro anos, através do vidro a luz da lua prateada clareava todo o quarto.

O pequeno garoto resolveu sentar-se na cama, coçou olhinhos suavemente e arrastou o corpinho para baixo até seus pequenos pés tocarem o chão de madeira fria. Sentido falta da sua pantufa de coelhinho ele correu os olhos por cada parte do quarto, mas não encontrou.

Ele queria a sua mãe, despertar com o galho batendo e arranhando o vidro da janela o fez ficar assustado. As paredes do quarto estavam pintadas em um azul-celeste, era a cor dos olhos do garotinho e sua mãe tinha um amor inexplicável pela aquela cor. Ela adorava mergulhar naquele mar oceânico que transbordava amor com grandiosa serenidade ao fita-la.

As paredes tinham desenhos de coelhinhos, passarinhos e nuvens a pedido do menino, e na estante tinha todos os seus brinquedos bem guardados. O pequeno olhar celeste, olhou para o lado do seu travesseiro e procurou pelo seu coelhinho de pelúcia. Assim que o avistou agarrou a pelúcia pela pontuda orelha e o abraçou. Desencostando-se da cama seguiu em meio a escuridão em direção a porta.

Fechou os olhinhos com a claridade do corredor, estava tudo silencioso, mas as luzes do extenso corredor estavam acesas.

— Mamãe está acordada, esperando o papai novamente. — comentou baixinho.

Os jarros, e os quadros eram admirados pelos olhos do garotinho, e o tapete fofinho o fazia andar arrastando os pés. Apesar de ver todo o dia a decoração da casa, ele sempre olhava com admiração cada peça que brilhava em seus olhos. Talvez a prata ou o dourado o fascinasse ao ponto de olhar com tanta devoção para algo tão simples, mas que reluzia com fulgor.

O garotinho na medida que andava arrasta o coelhinho pelo chão de uma maneira inocente e costumeira. Ainda que possuísse apenas quatro aninhos era um garotinho alto e muito inteligente.

Ao chegar no quarto da sua mãe ele empurrou a porta que estava entreaberta e a observou mexendo no Tablet. As batidas do seu coração desenfrearam ao vê-la. Apesar de ser um garotinho amoroso era inexplicável o tamanho do amor que Dominic sentia pela sua mãe.

O vento soprou para dentro do quarto através da sacada, fazendo as cortinas de linho balançarem suavemente. A noite estava fria. O céu escuro possuía nuvens negras e pesadas de chuva. Uma violenta tempestade se aproximava.

— Mãe...— a chamou.

Os olhos castanhos da mãe o fitou e um lindo sorriso surgiu na mesma hora.

— Meu amor, porque está acordado? — o chamou com doçura. — Se aproxime, querido.

Não pensou duas vezes para correr em direção a sua mamãe.

— O galho da árvore arranhava a janela e acabei acordando. — a cabecinha estava encostada no peito da mãe e ali ele escutava o som que ele tanto amava, as batidas do coração.— O que está fazendo? — perguntou curioso e fitou o ‘tablet’ que estava nas mãos da sua mãe.

— Estava conversando com a titia Cindy. E ela disse assim: manda beijinhos para o Nink. — falou enquanto fazia um carinho nos cabelos cumpridos do filho e o encheu de beijos em torno das bochechas.

O riso contagiante ecoou pelo quarto. A doçura explícita naquele som fazia o coração da sua mamãe saltitar com tanto amor.

— E o papai? Não chegou ainda? — indagou um tempo depois.

— Ainda não. — As mãos delicadas faziam um afago bem terno no filho, e apesar das escolhas que tivera que fazer, ter Dominic foi a coisa mais certa que ela escolheu.

Sabia que se infiltrar na vida do Alexander foi arriscado. Tomar o lugar da outra espiã que havia sido designada para essa missão fez parte do risco e da escolha impulsionada.

Ela queria a sua própria vingança.

Ao passar por cima de todo o plano que o seu pai havia preparado com tanta luta e cuidado, ela decidiu seguir o ódio e arriscar-se para vingar a morte da sua mãe.

Não imaginava que levaria quatro anos fingindo uma vida que não era sua. E não imaginava que acabaria engravidando fazendo com que os planos traçados se atrasassem.

Independente dos seus erros, o seu coração não se arrependia de ter prosseguido com a gravidez quando tinha aqueles olhinhos a olhando com doçura. Seu coração transbordava de puro amor ao saber que aquele lindo e belo garotinho era o seu filho.

— Mãe... — chamou novamente. — Promete não me deixar? — perguntou um pouco triste.

— Claro que prometo. Mas, porque pergunta?

— É que o papai sempre nos deixa! — falou.

A face triste do garotinho mostrava a saudade que tinha da presença do pai, saudade das brincadeiras e do carinho.

— Eu te amo, filho. Você mora no meu coração e daqui você não vai embora. — levou a mãozinha de Dominic até o peito, a mãozinha do garoto espalmou abertamente quando sentiu as batidas do coração da sua mãe. — O papai está ocupado, mas ele também te ama. — Os olhinhos brilharam com as palavras da sua mãe.

— Mãe, então o amor é forte, seu coração bate fortemente... — disse entusiasmado.

— Sim, querido. O amor pulsa constantemente em nossa alma: E transborda como uma represa. — os olhinhos brilharam ao ouvi-la. — Um dia você conhecerá o verdadeiro amor. E saberá que o coração sempre guiará até a garota que escolher.

— Eu não preciso de garota, mãe. — repuxou os lábios em uma careta. — Eu já tenho o meu verdadeiro amor bem aqui do meu lado.

— Ah, é? — arqueando a sobrancelha sorriu abertamente diante da resposta do seu filho. — Quero ver quando a encontrar, mocinho. Vou te lembrar das suas palavras.

Ficando ereto no colo da sua mãe, levou as mãozinhas até o rosto e fixando o olhar no dela, disse:

— Mãe, não precisa se preocupar. — disse seriamente. — Meu coração é todo seu.

O riso alto de sua mãe explodiu como uma chuva colorida de confete. Repentinamente o riso foi cortado e desmanchado com o forte barulho que a porta da entrada causou. Um raio cortou o céu clareando as sombras da noite.

Um grito que evidenciava ódio, mágoa e rancor ecoou pela casa. Barulho de objetos sendo quebrados no andar de baixo são ouvidos. Evangeline soube naquele momento que algo estava errado.

— Filho, fique aqui. Você me entendeu? — Dominic assistiu sua mãe nervosamente o colocar no colchão da cama, pegar o ‘tablet’ e seguir com ele para o banheiro apressadamente e sair de lá sem o aparelho nas mãos, em seguida a assistiu sair do quarto para ir em direção ao homem que gritava na sala furiosamente.

— EVANGELINE!

O pequeno garoto não entendia o porquê do pai gritar daquela forma com a sua mãe, os gritos causavam medo e levado pela curiosidade ele decidiu ir atrás da sua mãe.

Segurando seu coelhinho, o garotinho desceu da cama e seguiu em direção a porta do quarto, seus passos relutantes eram travados pela batalha de ficar e obedecer ao pedido da sua mãe ou ir ao encontro dela e se refugiar entre os seus braços; para acalmar o medo que sentia novamente. As gemas celestes encararam o grande corredor, os gritos da sala o deixava com muito medo, e foi aquela sensação que o fez soltar o coelhinho no chão e correr em direção a escada. O desespero e medo o acompanhava às escondidas, na espreita.

Dominic encarou a cumprida escada e lembrou que nunca descerá sozinho, sempre tinha a sua mãe para o carregar no colo. A pequena mãozinha segurou no primeiro-cabo de aço, e ao descer o primeiro degrau sentiu os seus pequenos pés tocarem no branco frio do degrau. A medida que descia os olhinhos ativos via cada ação que sucedia, seu pai alterado acusando sua mãe. Além dos dois, havia mais duas pessoas na porta vestidos de pretos fazendo a vigilância da entrada. A sala estava destruída. Vidros e objetos de valor se encontravam aos pedaços.

Seus passos frearam no meio da escada, quando viu o exato momento em que o seu pai sacou a arma e apontou para a sua mãe. O momento estava tão confuso na sua cabecinha, não entendia nada, mas sentia medo. Muito medo. Sentia que sua mamãe estava em perigo.

— Existe outra forma de resolvermos isso. — tentou ser pacífica.

A expressão indecifrável que se misturava com as lágrimas de ódio no rosto do pai, fazia o pequeno garotinho tremer interiormente.

— Como pôde Evangeline? Você sabia no que estava se metendo? Tinha ciência dos riscos? Você me enganou! — gritou enfurecido.

Dominic ouviu sua mãe responder em um idioma desconhecido, os pequenos olhinhos já derramaram lágrimas silenciosas. Fechou os olhos duas vezes fortemente na tentativa de acordar daquele pesadelo, mas ao olhar a expressão do rosto do seu pai, Dominic temeu. Para ele, seu pai era o monstro que a tia Cindy contava nas histórias de dormir. Era a representação do vilão das historinhas que roubava alegria e deixava a tristeza para os heróis do livro. Fechou os olhinhos novamente pedindo para ser apenas um pesadelo.

— Mãe...! — gritou choroso, observando o que estava preste acontecer.

O olhar de Evangeline buscou pelo grito do filho e encontrou o pequeno descendo a escada. E foi ali, naqueles instantes que ela percebeu que a vida do seu bem mais precioso também estava em risco.

— Você não precisa fazer isso. Nos deixe ir. — clamou em desespero.

Inútil era a súplica. Ela havia sido entregue e com as provas a acusando, não restava saída. O bolo se formou em sua garganta, seu olhar pousou no seu filho. Ambos mantiveram o contato. Mãe e filho. Um momento gravado no destino e na memória do tempo. Alexander falava em russo, ordenando que Evangeline ficasse de joelho. Ela sabia que ali era o fim e o que havia sucedido para a descobrirem foi devido a um traidor, em quem confiava muito.

— Não! — respondeu em russo e não tirou os olhos do seu garotinho. Dominic ameaçou ir ao seu encontro, mas foi impedido ao ouvi-la:

— Vai ficar tudo bem, filho. Eu te amo.

Ela não se ajoelharia e não pisaria em cima da sua dignidade e honra. O peso da morte pesava no cômodo e a tensão melancólica se intensificava com a chuva que caia.

Sem cerimônia na ação, o gatilho foi puxado. O ruído do tiro cortou o ar com violência. Dominic observou o corpo da mãe cair no chão e uma grande macha vermelha começar a crescer no tapete branco da sala, então ele correu até ela e balançou o corpo sem vida.

— Mã-e... — falou entre soluços. Balançou repetidamente o corpo da mãe — Mãe... fala comigo…

As pequenas mãozinhas foram em direção ao coração para sentir se havia batidas. Mas não sentido nada colocou a pequena cabecinha em cima do peito para tentar ouvir.

— Não bate... mãe está sem som. — Os olhinhos pequenos fitaram o pequeno buraco ao lado esquerdo do peito da mãe e o vermelho que marcava a pele clara.

O vestido soltinho da cor lilás que chegava no meio das pernas havia subido um pouco quando o corpo foi ao chão.

— Peguem o garoto e façam o que bem entender. — ouviu o seu pai dizer.

Dominic se viu sendo arrastado para longe da mãe, e além de gritar ele se esperneava para se soltar. Sua visão turva devido às lágrimas e a chuva não o deixava ver com exatidão a frente da majestosa casa em que morava.

— Mãe...! Mã-e... Não me deixe ir... você prometeu não me abandonar.— a voz infantil ecoava aos choros do lado de fora, enquanto era levado de forma hostil até o carro.

No escuro do carro o pequeno garoto

decidiu voltar para aquele quarto escuro para se esconder. Onde o galho batia e arranhava o vidro da janela, e só sobrava o escuro e os gritos daquela noite.

Apenas os gritos ecoavam nas memórias bloqueadas.

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