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Um Acordo Para Aileen

Um Acordo Para Aileen

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Sinopse

Índice

A jovem Lady Aileen deveria estar se preparando para sua primeira temporada, e era esperado que arrebatasse corações de jovens cavalheiros com sua beleza e graça, mas o falecimento de seu pai, o Conde de Bellmant, Dorian Ballard mudou não somente suas prioridades, como colocou uma grande responsabilidade sobre seus ombros. Damien Silverstone sempre conquistou tudo o que desejou. Nascido em uma família influente e poderosa, ele administra os negócios e a fortuna que ele mesmo ajudou a perpetuar. Apesar de estar sempre bem acompanhado, há uma jovem dama que ele tem admirado de longe, para ele uma ilusão já que sem um título ela provavelmente nunca o consideraria um pretendente adequado. Quando Damien fica sabendo que esta mesma jovem aristocrata precisa se casar o mais rápido possível para evitar que o título do pai vá para um homem sem escrúpulos, ele propõe à ela um acordo, que poderá mudar suas vidas para sempre.

Capítulo 1 Prólogo

Aileen tentava ouvir a conversa, mesmo sabendo que não era nada bonito esconder-se atrás das portas, nesse caso a porta em questão separava o escritório que um dia fora ocupado por seu pai, o Conde Dorian Ballard que havia falecido à poucas semanas, de uma saleta onde ele costumava ter reuniões particulares. A jovem, não bastasse sofrer a dor de perder o pai tão precocemente, presenciava o sofrimento da mãe não somente pelo luto, afinal Dorian fora o amor de sua vida, mas ela tinha outro problema urgente para resolver. O título.

Sendo a única filha do casal, o título teria que ir para algum parente próximo, e Lady Emilly Ballard parecia preocupada com o futuro de ambas, já que um primo de Dorian havia manifestado interesse em ser o próximo Conde de Bellmant. Isso é claro, as deixava à mercê das decisões dele, e como nunca tiveram nenhuma ligação próxima, muito provavelmente ele não se preocuparia com o destino de ambas. Ouvia os sussurros das criadas que a mais tempo trabalhavam para sua família, e o que se dizia a respeito do tal primo, é que era um homem desagradável, perto dos quarenta anos, sem modos refinados como se espera de um conde, de péssimo temperamento, e esbanjador. Aileen mal completara seus dezessete anos e esperava-se que ela tivesse sua primeira temporada, e se bailes e casamento não faziam seus olhos brilharem antes, ela tinha certeza que após a morte do pai provavelmente deveria considerar essa possibilidade.

– Temo que restem poucos dias, milady – ouviu a voz do advogado, o Sr. Michel Benson, um senhor que Aileen tinha a impressão de estar sempre olhando-a de maneira estranha, agindo com demasiada atenção – o Sr. Manor, pelo que sabemos está a caminho de Londres, e encerrando-se o prazo deverá receber o título.

– É impossível que em toda Londres não exista um só homem com padrões dignos para se casar com Aileen! – a garota percebeu o cansaço e preocupação da mãe enquanto a ouvia.

– Jovens aristocratas dentro de suas expectativas sabem da morte de Lorde Ballard milady, e sei que Lady Aileen recebeu alguns para conversar discretamente – o advogado fez uma pausa – nenhum deles a agradou? Porque não me ocorre um motivo pelo qual qualquer um não cairia de joelhos e pediria a mão de sua encantadora filha.

– A maioria fez Aileen considerar ir para um convento à se casar, mas Lorde Cavendish e ela parecem ter afinidade.

– Bem, então parece que temos um pretendente – disse o Sr. Benson tranquilamente.

– Eu achei que tínhamos. O rapaz simplesmente não à procurou mais – Lady Ballard disse impaciente, e sem entender o que estava acontecendo.

– Não à procurou? – perguntou ele analisando a situação – Nem uma mensagem? Da última vez que o vi, ele parecia muito feliz enquanto deixava sua residência.

– Nenhum sinal dele – ela suspirou, e em seguida sentou-se em uma poltrona, dedos cruzados sobre o colo – receio que todos os prazos estão se esgotando. Mesmo que Aileen tivesse um pretendente hoje, teríamos apenas alguns dias para o casamento.

– Uma semana para ser preciso, milady – lembrou Benson, servindo-se de um pouco de chá, e pensativo continuou – a senhora sabe, eu estive ao lado do Conde por boa parte de minha vida. Tenho por Lady Aileen um grande afeto.

Atrás da porta, Aileen sentiu as mãos geladas, não queria ouvir aquelas palavras, não daquele homem. Por um momento imaginou-se esposa de um homem que era mais velho do que seu pai, muito pálido, com uma calvície proeminente, e muito magro, do tipo que julgava que soprasse um vento mais forte poderia carregá-lo. Sem falar que tinha quase certeza que ele salivava quando olhava para ela. Definitivamente não se casaria com ele. A ideia do convento mais uma vez parecia interessante, diante de tal possibilidade.

– Já conversamos sobre isso, Sr. Benson – Lady Ballard falou com rispidez, ela mesma não gostava da ideia de ver a filha casada com um homem tão mais velho - não creio que seja uma boa ideia, e com todo respeito que tenho pelo senhor, minha filha não aceitará esse arranjo.

Benson tirou os óculos pequeno e fino por um instante, limpando-o com seu lenço enquanto ganhava tempo antes de responder à Condessa. Pensava em que possibilidades elas ainda tinham, afinal havia se encarregado de afastar cada um dos homens que considerou casar-se com a jovem lady. Sabia que não era o tipo de homem que uma senhorita na posição de Lady Aileen consideraria para um casamento, tinha plena consciência de sua falta de atributos como beleza, porte, charme e o encanto que as moças na idade dela procuravam em um cavalheiro. Mas também sabia, que quanto mais os dias se passassem, menores seriam as chances que um homem nos padrões de Lady Ballard propusesse casamento a Aileen. Pouco se importava com o título, o que queria realmente era casar-se com Aileen, a perspectiva de fazê-la sua esposa dava a ele um prazer secreto, de refestelar-se na beleza intocada da jovem lady.

– Estou certo que Lady Aileen sabe dos riscos que ela e milady correm se o primo de Lorde Ballard assumir o Condado – disse ele pensativo – creio que entre ser privada de seus recursos, e um casamento arranjado, ela não faria restrições ao meu pedido.

– Ainda temos alguns dias…. – apesar de aflita, Emilly falou com convicção.

– Claro, milady – ele assentiu, certo que na metade dessa mesma semana teria a benção da Condessa para se casar com Aileen – eu não tenho dúvidas que a pequena reunião em minha casa hoje pode ajudar Lady Aileen a encontrar um pretendente.

Emilly pensou em quanto seria impróprio comparecer àquele evento. Era uma viúva recente, e os boatos sobre a situação da casa Bellmant espalhavam-se a uma velocidade espantosa. Sua presença, levando consigo Aileen evidentemente só confirmaria o quanto estava desesperada para arrumar um casamento para a filha. Não era assim que havia planejado. Aileen deveria ir a sua primeira temporada, e encantar os melhores partidos de Londres, e não casar-se as pressas com sabe-se Deus quem. Estava começando a pensar que diante das circunstancias um casamento arranjado com Michel Benson não seria de todo ruim, mas estava certa de que a filha não o aceitaria.

Lady Aileen ouviu sua mãe confirmando a presença no jantar daquela noite na casa do Sr. Benson, e logo depois ele se despediu, deixando Emilly perdida em seus próprios pensamentos. Ela demorou-se ainda alguns minutos no escritório antes de ouvi-la sair e fechar a porta. Respirou fundo, não tinha ideia se sua mãe estava pensando em alguma outra solução, mas não poderia simplesmente ficar parada e deixar que coubesse a ela resolver sozinha essa situação. Casar-se com o Sr. Benson era uma ideia totalmente descartada por ela, aquele homem ela não aceitaria.

Abriu a porta devagar olhando ao seu redor, tudo estava no mesmo lugar onde seu pai havia deixado. A presença do homem que para elas sempre tinha um sorriso carinhoso e gestos cuidadosos, mas que perante a sociedade causava a impressão de autoridade, seriedade. Ainda não conseguia entender como em um dia ele estava ali dizendo o quanto gostaria de dificultar a vida de seus pretendentes durante a temporada, e sorrir quando ela o abraçava ternamente. Conteve o choro. Não havia tempo para chorar. Não deixaria que um homem qualquer se apoderasse do lugar que um dia pertencera ao seu amado pai. Tinham uma semana, e estava decidida que até o final daqueles sete dias tentaria encontrar uma maneira de contornar aquela situação. Estava disposta a aceitar um casamento arranjado, mas jamais com o Sr. Benson.

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