Veronica é uma italiana de sangue quente, inteligente e com garra, sexy e bonita. Vive acostumada com sua vida sozinha depois de sair do orfanato onde viveu por quase metade de sua infância, mesmo que seja apaixonada por livros de romance, não se imagina casando ou tendo um relacionamento duradouro com alguém. O único romance que se permite viver é nos livros que ama e que a rodeiam em seu trabalho, ela tem altas expectativas, não quer um amor passageiro. Almeja aventuras, magia e sonhos. Mas quando se vê obrigada a tirar férias encontra algo muito diferente e interessante após ter uma conversa com uma certa velhinha que mais parece uma fada madrinha.

Capítulo 1 Prólogo - Veronica

— Férias? — Perguntei arrumando o óculos sobre meu nariz, sabendo que meu rosto transmitia tristeza e decepção.

Eu não quero férias, isso é um absurdo com minha pessoa, o que eu vou ficar fazendo na minha casa?

— Sim Veronica. — Sr. Antonieto diz passando a mão em sua barba grisalha. — Você trabalha aqui desde os dezoitos anos e não pense que eu não sei das maneiras absurdas que você fazia para me driblar e se livrar das férias.

— Mas é que eu não preciso Sr. Antonieto. — Juntei as mãos em frente ao rosto.

— Oras! Mas é claro que precisa, é muito esforçada e só fica com o nariz enfiado nos livros. Deveria aproveitar mais a vida menina.

Faço uma careta formando um bico em meus lábios, o que eu poderia viver? Já fiz muitas coisas e nada no momento me parece ser assustador ou aventureiro o bastante para que eu o faça.

Gosto de adrenalina, gosto do vento sobre meus cabelos, e se não tenho o que fazer, então leio livros que é quase a mesma coisa de viver essas aventuras.

— Mas Sr. Antonieto... Você sabe que eu amo ficar aqui para ler.

— Veronica sinto muito, mas não posso permitir isso, entende? Uma funcionária que a mais de cinco anos foge das férias, posso sair muito prejudicado menina.

— Ninguém precisa saber! — Disse eufórica. — Só... Não me faça ficar em casa e ter que pagar o valor total dos livros, aqui eu ainda leio de graça ou tenho desconto.

— Como eu já disse, você estuda aqui desde os dezoito anos menina, agora já está a beira dos vinte e cinco. Precisa ser mais jovem, eu sei que você é muito aventureira e muito bem vi uma foto de você pulando de paraquedas, então vá! Tire férias e saia da minha empresa pelos próximos três meses.

Ele se levanta e começa a empurrar minha cadeira, fazendo com que as rodinhas se arrastem pelo chão.

— Mas o que farei durante esse tempo? — Perguntei segurando os braços da cadeira.

— Vá tirar um tempo com sua família. — Ele abre a porta. — Ou com seus amigos.

E então a porta se bateu em frente a meu rosto, estava no meio da recepção parada sentada numa cadeira de rodinhas, olhos esbugalhados e óculos caídos.

Eu não tenho família e muito menos amigos.

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