Baixar App hot
Início / Romance / De Repente Pai
De Repente Pai

De Repente Pai

5.0
70 Capítulo
382.3K Leituras
Ler agora

Sinopse

Índice

Sinopse: De Repente Pai é uma história de aprendizado, amor, superação e entrega. Veremos o quanto a vida de um homem pode mudar, quando ele se torna pai. Como o amor pode transformar e as bênçãos que essa transformação nos traz, quando deixamos para trás as mágoas do passado e buscamos naqueles que nos amam e nos aceitam, uma maneira de ser feliz. A vida é feita de escolhas; só nos resta saber o que e como escolher e, no final! Você colherá os frutos destas escolhas, sejam eles bons ou ruins. Veremos também a história de uma garota, que já passou por muita coisa na vida. Mas que o destino ainda tem algumas surpresas para lhes apresentar. Afinal, os mistérios que a vida nos reserva ninguém sabe, as voltas que o mundo dá são incontáveis e o que o destino escreveu para nós apenas Deus sabe. Só nos resta estar preparados para as surpresas, sejam elas boas ou ruins. Afinal, Deus sempre escreve certo, nós é que desviamos ao longo do caminho e o que para nós é doloroso e absurdo, para ele é apenas uma forma de nos preparar para o que está por vir.

Capítulo 1 Surpresa

Capítulo 01

Bryan O'Connell

— BRYAN! Você precisa vir aqui fora! — Grita Caio por sobre o som que toca alto dentro de casa.

Levanto a cerveja para ele e contínuo a acariciar as coxas da loira safada que está sentada em minha perna já louca para ser muito bem fodida.

— BRYAN, PORRA!

Caralho!

Que merda está acontecendo nessa porra de porta?

Não ouvi ninguém chamar nessa boceta!

Também, com essa música não dá para ouvir caralho de nada. Eu vou matar Caio se ele estiver com frescura para meu lado, mesmo quando estou prestes a foder essa loira.

Me levanto deixando a loira peituda reclamando por não continuar o que estava fazendo. Calma aí que o papai aqui volta já.

— Qual é a merda Caio?

— Eu é que pergunto cara? — Ele se afasta para o lado e posso ver uma senhora, de cabelos grisalhos com duas crianças de aproximadamente uns... Sei lá, cinco anos talvez, em pé ao seu lado.

A senhora olha para mim e olha para as crianças que coloca as mãos nos ouvidos, devido ao som, que está estrondando no ambiente.

Faço sinal para Caio sair da frente e fecho a porta atrás de mim ainda olhando para senhora.

Eu não tenho vizinhos, então não tem nada a ver com som alto. Qual será a merda?

— Algum problema, senhora? — Pergunto, pois, apesar de ter bebido, ainda não estou bêbado e não vou tratar mal uma senhora e duas crianças.

— Infelizmente sim meu rapaz. — Ela parece nervosa, mas também decidida. — Eu não posso cuidar deles. A mãe deles se foi e fiquei com a responsabilidade de os trazer até você.

Oi! Espere aí, vamos com calma que essa eu não entendi e posso assegurar que bêbado ainda não estou.

— O que eu tenho com isso? — Pergunto, pois, até onde eu sei possuo um clube e não um orfanato.

— Eles não têm mais ninguém. Eu sou só a babá, se pudesse eu juro que ficaria com eles. Mas não posso e o último pedido dela foi para traze-los até você.

E eu por um acaso tenho o que com isso! Se tenho condições financeiras? Bom, condições financeiras sim. Porém o resto... eu não tenho mesmo. O que essa mulher louca está pensando que sou!

— Onde está o pai deles? — Pergunto serrando os olhos e vejo por minha visão periférica Caio abrindo e fechando a boca, olhando de mim para as crianças como se eu fosse algum retardado que não soubesse que a soma de dois mais dois são quatro.

Que porra está acontecendo aqui?!

— Meu querido, o pai deles é você. Bryan Williams O’Connell. — Ela fala meu nome completo e isso me causa um arrepio, meus olhos se arregalando em choque, espantado com o que acabei de ouvir. Eu... o quê?

— Oi! Como é que é? —Acho que não ouvi direito. Tenho certeza que não ouvi.

— Filho, não tenho tempo para explicar. O táxi está me esperando, preciso seguir de volta para o aeroporto, ou perderei meu voo, e não posso perde-lo. Mas, saiba que esses são sim, seus filhos. Thomas e Theodore.

Engulo em seco, pois nem sei o que dizer. Como assim, eu? Pai? Está doida Dona! Eu devo ter enchido a cara e está vivendo um pesadelo. Alguém me belisca, ou melhor, joga um balde de água fria em minha cara, para que eu acorde dessa alucinação. Deus não pode está pregando essa peça em mim.

Sem ligar para minha cara, a mulher continua falando.

— Aqui nessa mala tem tudo que eles podem precisar por enquanto, mas ainda essa semana as coisas deles estarão chegando. Aí dentro tem uma carta deixada pela mãe das crianças, explicando algumas coisas, além de uma procuração. Por um milagre usando suas últimas forças, ela conseguiu tomar algumas medidas para deixar eles amparados. Eles não dão trabalho, já sabem tomar banho sozinhos e só precisam de orientação e disciplina, tenho certeza que você logo irá se adaptar, assim como eles. Agora eu preciso mesmo ir. Fiquem com Deus!

Olho para Caio que está tão perdido quanto eu. Não é alucinação. É real.

A senhora está quase chorando e ainda não sei o que fazer, nem o que dizer. Eu não posso ser pai. Eu não nasci para ser pai.

— Lilian — As crianças a chamam e ainda estou mudo sem entender nada do que está acontecendo à minha frente.

— Amorzinhos, esse é o papai de vocês. Ele vai cuidar de tudo a partir de agora. Lembre-se, a mamãe de onde estiver, vai estar olhando por vocês.

Papai, eu!?

E dizendo isso ela entrega uma mala para Caio, o que imagino ser devido a minha falta de reação e então se vai.

Só quando ela entra no táxi é que me permito dá um passo à frente e chamar por ela, só que aí, ela já se foi.

— Que. Porra. Você. Fez? — As palavras saem da boca de Caio, todas pontuadas e eu só sei que não fiz nada. Nada mesmo. Nunca trepei sem camisinha. Tenho o maior cuidado para algo assim nunca acontecer.

— O tio falou palavra feia. — Fala O.... meu Deus! Como vou saber quem é quem? O que eu faço agora?

Fodeu!

— Isso está errado. Tem alguma coisa errada aqui. — Digo para Caio enquanto seguro meus cabelos puxando-os para trás sentindo o coro cabeludo arder.

— Acho que você enfiou o pau desencapado em alguém por aí.

— Cala a boca seu idiota. Não fala merda e você sabe que isso nunca aconteceu.

— Cara, certo ou errado, se aconteceu ou não, isso não vêm ao caso nesse momento, não podemos deixar duas crianças jogadas na rua.

— É claro que não seu sabichão. Está pensando que sou o quê? Mas, que tem coisa errada, ah, isso tem, cara. Essas crianças não podem ser minhas. Eu nunca "fodi sem camisinha". — Falo baixo para que só Caio possa me ouvir.

— Se você parar e olhar bem para eles, não vai ser isso que você irá pensar. São a sua cara quando você era criança. Até o corte do cabelo.

Olho para os dois à minha frente que me olham abismados, encarando-me com seus olhos tristes e.... Puta que pariu!

— Cara, para tirar qualquer dúvida acho que você vai precisar de um exame de DNA. Mas antes, acho melhor entrarmos, aqui fora está ficando frio e não sei se é bom para eles.

Imagino onde vou colocar eles para dormir pois a casa está cheia, a não ser meu quarto, tenho certeza que os demais estão todos ocupados e puta que pariu mais uma vez! Duas crianças em um antro de perdição! Porra! Por que nasci tão fodido?

— Vou subir com eles. De um jeito nessa bagunça. — Falo para Caio pegando a tal mala.

— Encerrar a festa? A galera vai surtar. — Foda! Que se lasquem.

— Faça o que quiser, se vira. Não tenho mais clima para isso.

Seguro a mala e chamo o T1 e T2 que me seguem tampando os ouvidos com as mãozinhas, andando um tanto quanto assustados, quase grudados nas minhas pernas.

As pessoas me olham, mas finjo não os ver, sigo escada cima passando pelo grande corredor, onde fica os inúmeros quartos; encontrando alguns casais pelos corredores, quase se comendo e praticamente grito com esses putos.

A alguns minutos atrás eu estaria pouco me fodendo se tudo isso virasse uma orgia, só que agora tem duas crianças aqui, merda. Que porra que aconteceu? Como duas crianças, que eu nunca tive ideia que existiam, podem cair assim na porta da minha casa? Isso só pode estar errado. Muito errado.

— Vão para os quartos seus idiotas. — Berro apressando o passo para que os meninos vejam o mínimo possível dessa bagunça. Caralho, além de peito até pau tem para fora. Essas porras não sabem irem para um quarto não. Vendo de fora minha casa está mais parecendo um puteiro.

Posso ser um escroto, mas sei os limites entre certo e errado. Crianças não devem ver certas coisas, isso pode influenciar e muito no seu futuro, meu Deus, espero não os traumatizar.

Pegando outro lance de escada para a cobertura onde fica meu quarto, puxo uma chave do meu bolso abrindo a porta e então dou passagem para os dois entrarem fechando-a e, em seguida, abafando o barulho de som alto que vem lá de baixo.

— Esse aqui é meu quarto. Por hoje vocês ficam aqui comigo. — Murmuro indo colocar a mala em um canto.

— Vai nos mandar embora? — T1 pergunta, fazendo biquinho, ou será T2? Seus olhos brilham com lágrimas. — Porque você não quer a gente?

Engulo em seco pois não é isso. Eu.... Eu não sei o que é ser pai, não nasci para ser pai, nem sei se realmente sou pai deles. Deus! Que bagunça do caralho!

— Olha, eu nem sei se sou mesmo o pai de vocês.

— A Lilian disse que você é. Você tem o olho igual o meu e do Thedy. — Ah, então esse é o Thomas! Olho bem para ele e para sua xerox procurando alguma coisa que possa identifica-los, mas é trabalho perdido. Nunca vi nada tão igual. Parece até que estou de porre vendo em dose dupla. Será que bati a cabeça?

— Vamos fazer assim. Vamos dormir e amanhã vamos descobrir se essa história é mesmo verdade. Qual o nome da mãe de vocês?

— Thalita Collins Peterson

Peterson! Peterson! Não conheço nenhuma Peterson. Pelo menos não que eu me lembre. Se eles forem mesmo meus filhos eu conheci essa mulher a.... o quê? Uns 6 anos atrás? Caramba! Já tive tantas mulheres que não sei o nome nem da metade. Eu nunca liguei para saber o nome de nenhuma. Nunca me interessei em nomes até porque nunca ligaria e nem ligo para nenhuma delas. É apenas uma transa e nada mais.

— O que aconteceu com a mãe de vocês?

— A Lilian disse que ela morreu. Um homem mal bateu no carro dela.

— Meu Deus! Eu.... Eu sinto muito. — Vendo suas carinhas de choro os puxos para meus braços me ajoelhando a sua frente ficando um pouco mais baixo da altura dos mesmos. — Olha, vai ficar tudo bem. Não chorem. — Ah, não. Choro não.

Eles deitam suas cabeças em meus ombros e começam a fungar.

— A mamãe falava que o papai estava viajando. Porque você viajava tanto?

— Eu, é, eu não sei. — O que eu vou falar? Que nunca soube de filho nenhum! — Em que sua mãe trabalhava? — Mudo o foco da questão.

— Ela cuidava dos dodóis.

— Ela era médica? — Eles confirmam com a cabeça balançando seus fios loiros.

— Olha, minha cabeça está... — dando voltas, confusa, perdida... — Eu preciso pensar em tudo isso, está bem? Também preciso ler a tal carta que sua mãe deixou. Vamos ajeitar a cama para vocês dormirem.

— Podemos ver a festa?

Quê!! Está doido moleque?

— Oh, mocinho. Devagar aí. A festa que você viu lá em baixo é apenas para adultos, vocês são duas crianças. Não vão descer até que toda aquela bagunça tenha acabado.

— E o que tem demais nisso? — Mas olha só esse pivete atrevido!

— Muita coisa mocinho. Agora vamos tirar essa roupa e colocar um pijama.

— Vai dormir conosco. A mamãe quando estava em casa contava uma historinha para a gente dormir. A Lilian também.

— História! — Que tipo de historinha eu posso contar? A do lobo mau que comeu a chapeuzinho? Minha versão não é para criança.

Passando minhas mãos mais uma vez em meus cabelos vou até a mala colocando-a sobre o sofá a abrindo para ver se tem algum pijama dentro dela. Enquanto procuro vou tentando descobrir alguma informação que possa me ajudar a esclarecer de onde essas duas pérolas saíram.

— Onde vocês moravam crianças?

— Em Nova York, com a mamãe e a Lilian.

Certo, eu vou muito a Nova York. Mas ainda não consigo me lembrar dessa tal de Thalita.

Encontro os pijamas colocando-os de lado sobre o sofá e, os meninos já começam a tirar os casacos.

— Vocês jantaram? — Pergunto me lembrando de que se eles acabaram de chega de viagem é bem certo de estarem com fome.

— Comemos lanche no avião.

— Ok. Vou pedir uma pizza. Qual sabor vocês gostam?

— Pepperoni com presunto e muita mussarela. — Eles falam e arregalo os olhos pois esse é meu sabor predileto.

Assustador!? É, eu sei.

— Que tal um banho enquanto peço a pizza. — Eles fazem careta, mas não ligo para isso. Vão tomar banho sim. Nada de porquinhos na minha cama.

No banheiro separo as toalhas enquanto eles tiram o resto das roupas. Ajusto a temperatura da água e ligo o chuveiro ficando fora do boxe para ver se eles sabem mesmo tomar banho sozinhos.

Enquanto os observo ligo para a pizzaria e peço a pizza e um refrigerante, mas lembrando que não sei o sabor que eles gostam, olho para eles e pergunto:

— Qual refrigerante vocês gostam?

— Coca-Cola. — Ambos respondem.

— Certo.

Termino de fazer o pedido avisando em seguida para Caio receber. Deixo claro que se trata da janta dos meninos para garantir que a pizza e o refrigerante não sejam surrupiados no caminho. Com todos aqueles folgados lá em baixo, se bobear é capaz de não chegar nada aqui em cima.

Continuar lendo
img Baixe o aplicativo para ver mais comentários.
Baixar App Lera
icon APP STORE
icon GOOGLE PLAY