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Atrapalhado amor

Atrapalhado amor

5.0
5 Capítulo
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Sinopse

Índice

Bruna Rodrigues, uma jovem linda, divertida, amiga e bem doidinha. Quando ela sai de casa a procura de um novo emprego em um escritório que acaba de inaugurar na cidade, ela não imagina, mas sua vida dará uma reviravolta inimaginável até mesmo para a sua mente maluca e criativa. Lucas Campos, não imaginava que encontraria uma menina tão maluca naquela hora da manhã, muito menos que a ajudaria tomar um "rumo" na vida. Bruna não esperava em ir parar em um lugar daqueles que Lucas a levou, muito menos em trabalhar lá, mas a vida não está fácil para ela, e agora, o que fazer? Aceitar um serviço em um lugar inusitado, ou morar embaixo de uma ponte? Venham dar muita risada com essa turminha, e se apaixonar na mesma proporção. Obs 1: livro não revisado. Obs 2: essa história é totalmente fictícia, e criada por mim, qualquer semelhança com alguma história real ou que você tenha visto, é mera coincidência. Obs 3: plágio é crime e eu não bato muito bem da bola, evite perder até às calcinhas/cuecas em um processo desnecessário por sua falta de criatividade.

Capítulo 1 01

— Luciaaaaaaaa — grito batendo na porta. — saia já desse banheiro ou eu derrubo essa porta.

— Cala a boca, estou no meu momento. — grita de volta.

— Teu momento é o caralho, se você não sair desse banheiro agora eu vou perder minha entrevista e se eu perder minha entrevista eu te mato. "M" com "A" "MA" "T" com "O" "TO". Mato. — soletro.

— Você não mata nem sua fome. — diz saindo enrolada em uma toalha.

— Nem você, nós duas vamos morrer de fome daqui a pouco se continuarmos sem emprego.

— Vamos não amor, tu sabia que ovo está sendo um dos alimentos mais vendidos ultimamente? — pergunta.

— E o que tem isso com nossa situação? — franzo a testa.

— Tudo uai. — fala séria. — você bota e eu vendo.

— Eu vou botar um tapa na tua cara, sua galinha nanica. — digo batendo a porta, mas escuto ela rindo como hiena no cio, se é que hiena rir quando está no cio, mas se acontecer deve ser idêntica à risada de Lúcia.

Tomo um banho rápido e corro para me arrumar, coloco uma saia preta justa que vai até acima do joelho e uma blusa social branca que roubei do guarda-roupa de Lúcia. Hoje é meu grande dia em uma entrevista de emprego numa empresa que abriu agora aqui na cidade. Nada pode dar errado.

Eu e Lúcia pagamos aluguel e faculdade, mês passado conseguimos mal pagar o aluguel deixando a mensalidade da faculdade atrasada.

É aquela coisa né? Melhor um nome sujo do que morar embaixo da ponte. Nunca morei, mas acredito ser o "Ó do borogodó" e se você não sabe o que significa "borogodó" eu quis dizer que deve ser péssimo, horrível, inimaginável. Em fim, do que estava falando mesmo? Ah!? Da entrevista, pois bem! Preciso conseguir esse emprego para pagar o próximo aluguel e me ajeitar na faculdade, apesar de preferir um teto eu também não quero um nome sujo, além de que quero um dia me formar em... Sei lá, já mudei tanto de curso naquela instituição que quando vou lá perguntar sobre o meu boleto ou qualquer outra coisa o povo já vem me falando quais cursos estão disponíveis.

Está me julgando né? Porém, eu só tenho vinte e dois anos, deveria ser proibido ter que escolher o que quer ser para o resto da vida quando se é tão jovem e idiota. Mas em fim, ultimamente estou cursando direito, se eu já aprendi sobre todas as leis? Claro que não, eu mais durmo na sala do que qualquer coisa, mas eu sei que posso te processar por julgar a minha atitude... Ou acredito que posso. Do que estou falando mesmo? Nem sei mais, eu sou assim, começo a falar e não paro mais, isso porque vocês ainda não me viram nervosa… Ai meu Deus, pulo de susto, tem um boi no meu quarto. Ah! Não, respiro aliviada, é só minha barriga engolindo as tripas, lembrei que fui dormir sem jantar ontem.

— Tem algo para comer aqui? — pergunto ao ver a Lúcia coar o café.

— Tem, eu. — diz dando uma piscadela.

— Dispenso. — respondo colocando café no copo.

— Não sabe o que está perdendo. — rebola a bunda.

— Vagaba. — sorrio.

— Falou a pessoa que tem o nome de atriz pornô.

— Seu rabo que tem nome de atriz pornô. — falo irritada indo em direção a porta com meu copo de café, este, com certeza, melhor que muita gente.

— Boa sorte! — grita rindo.

Eu ainda não me apresentei né? Satisfação, me chamo Bruna, sou paraense e um pouquinho biruta, só um pouquinho. Mas em fim, continuando... No colegial um colega assistiu ao filme da Bruna Surfistinha e um dia me chamou por esse nome, por eu na época ter pernas grossas e bunda grande, não que minha bunda seja enorme, mas dá despertar alguns sentimentos nos homens, se é que você entende o que quero dizer com sentimentos. Eu fiquei com raiva e o maldito apelido pegou. Deixa eu falar uma coisa para vocês, nunca, em hipótese alguma, demonstrem raiva por qualquer apelido que te colocarem, engole a raiva e finge que nada aconteceu, porque se você demonstrar meu bem, eu sinto muito. Nunca mais você se livra do apelido. Digo isso por experiência própria.

Aí vocês dizem, mas Bruna, porque você contou para Lúcia? A maldita me conhece desde que nasci, viramos melhores amigas desde que abrimos os olhos pela primeira vez e nunca mais nos desgrudamos. Então é lógico que ela estava lá no dia do apelido, e é lógico que ela riu com os outros. E é lógico que dei um soco no olho dela... Mentira, não dei, mas fiquei com muita vontade então isso conta.

— Aaaaaaai que raiva. — exclamo ao quase ser atropelada por um ciclista e minha blusa que não é minha blusa ser melada com o maldito café que peguei antes de sair.

— Moça, você está bem? — o cara tem a audácia de me perguntar.

— Você está me vendo com cara de quem está bem? — ele se assusta, mas estou muito irritada nesse momento. — Eu estou quase indo para o olho da rua se não pagar o aluguel no próximo mês, com a faculdade atrasada, estou com fome porque moro com uma idiota que me deixa irritada na hora que acordo e não consegui tomar café, e só eu posso chama-la de idiota. — aponto o dedo ameaçadoramente. — e agora, quando estou indo para possivelmente a única oportunidade que tenho de conseguir um emprego, um ciclista estúpido quase me atropela e me deixa parecendo uma porca gorda e suja, além de que ainda vou ter que me espremer em um ônibus lotado cheio de gente fedorenta para ir pro meu destino. — termino quase gritando.

— Você não é gorda. — ele diz passando os olhos por meu corpo.

— Mas estou suja. — surto.

— Só um pouquinho. — tenta amenizar.

— Olha só aqui meu filho, você fez a merda, deveria ao menos pedir desculpas. — digo e me viro indo para o ponto de ônibus.

— Ei, espera. — ele chama.

— O QUE FOI? — grito.

— No tempo que você ficou aqui gritando comigo, seu ônibus passou. — aponta para o ônibus que vai fazendo o retorno muito longe de onde eu estou.

— A não, a não. — falo quase chorando.

— Moça? — o ciclista idiota pergunta.

— Eu vou matar você. — falo entre dentes.

— Eu só queria te perguntar se você não quer que eu te leve. — ele fala envergonhado.

— Você não acha mesmo que vou para minha entrevista de bicicleta né? — falo de modo um pouco arrogante.

— É que, o outro ônibus vai demorar um pouco a passar.

Ele não acha mesmo que vou montar na garupa de sua bicicleta que quase me atropelou né?... Eu montei na garupa da bicicleta que quase me atropelou. Ai Jesus! É o fim. É.O.Fim.

— Eei, vê se não me mata. — grito ao vê-lo cortando um carro no sinal.

— Eu sei o que estou fazendo. — grita de volta.

— Não é o que parece. — digo irritada.

— Você quer chegar a tempo ou não, quer?

— Quero chegar principalmente viva. — falo ao quase cair da bicicleta o abraçando no processo.

— Se apertar mais eu me fundo a você. — me zoa.

— Cala a boca — fico confusa ao perceber que eu nem ao menos sei o nome da criatura que está me carregando pelas ruas de Marabá a ponto de me matar. — Qual o teu nome mesmo? — pergunto aborrecida com meu descuido.

— Lucas, e o seu? — indaga curioso.

— Bruna. — falo ainda indignada por não termos feito as apresentações antes.

— Chegamos Bruna. — informa ao pararmos em frente ao grande prédio de advocacia que inaugurou em Marabá. Estou tentando conseguir a vaga de secretaria de um dos advogados, hoje vou ser entrevistada pelo dito cujo e estou com os dedos tão cruzados que chega a doer. Preciso tanto desse emprego que nem sei o que fazer se por ventura eu não conseguir.

— Obrigada pela carona! — falo com sinceridade, apesar do contra tempo eu sei que Lucas foi gentil ao me trazer.

— Não há de que. — ele responde com um sorriso. — Está nervosa? — pergunta.

— Demais da conta. — sou sincera.

— Vai dar tudo certo, confie no seu potencial. — me anima.

— Meu potencial ultimamente está mais baixo que um chinelo. — falo ao me lembrar das três entrevistas anteriores das quais não passei.

— Ei, vai com calma. Você não pode se colocar para baixo assim, eu vejo que você é uma pessoa muito esperta e inteligente, vai se sair bem. — sorrio um pouco.

— Obrigada! — pisco e começo a andar em direção a entrada do prédio.

— Confie no seu potencial. — ele grita, eu me viro sem acreditar que o cara que acabei de conhecer, quase me atropelou, me deu uma carona, está agora me encorajando a confiar em mim mesma. Alguém esbarra em mim e percebo que estou na porta atrapalhando a passagem. Sorrio para Lucas e adentro o prédio.

O lugar é nada menos que absurdamente chique, tudo muito elegante, e olha que estou só na recepção. A moça de penteado elegante e roupa social me pergunta sobre o que estou fazendo ali, no momento que lhe informo que sou uma das candidatas a secretária do doutor Martins ela me direciona ao quarto andar do prédio e volta a seus afazeres. Chego no meu andar e me deparo a um ambiente estilo escritório de Christian Grey, uma moça magra, alta e com uma roupa que deixa a minha manchada de café no chinelo me recepciona. Informa que o doutor Martins está me esperando e me conduz até a porta, ela da três batidinhas na mesma e abre anunciando minha entrada. Dou um sorrisinho para ela e sigo até a sala do meu futuro, com fé em Deus e em todos os santos, chefe.

Eu já falei para vocês que tenho um asar dos diabos? Pois, tenho. Ando com segurança para a sala do doutor Martins, mas ao passar pela porta minha bolsa se engancha no trinco, vou puxar a maldita bolsa e meu salto desliza no piso me fazendo cair nem um pouco como Anastácia Steele, mas sim com toda a humilhação possível, de pernas para o ar na frente do doutor que de Grey não tem nada. O cara é um senhor de uns bons sessenta anos, com barriga avantajada e está nesse momento olhando para o meu fundo com calcinha vermelha enquanto eu tento com o resto de dignidade possível ajeitar minha saia e, ao mesmo tempo, me levantar do chão. Alguém me enterra, alguém me enterra, alguém me enterraaaa.

Tenho certeza que minha cara está mais vermelha que um tomate bem maduro prestes a estragar e ser jogado fora. Eu me levanto de forma majestosa. E a majestosa que digo é exclamando "ai!" e "ui!" por conta da dor nas costas e no quadril relacionado a queda. Após me recompor ao esticar os braços e colocar as mãos no quadril me inclinando para trás naquela típica pose que fazemos ao tentar consertar as costas eu olho para o doutor como se nada tivesse acontecido. Dou um sorriso que vai de orelha a orelha, e esticando a mão para ele de modo a cumprimenta-lo, falo.

— Bom dia, doutor Martins, é uma enorme satisfação conhecer o senhor. Uau, que lugar maravilhoso, tão elegante quanto é possível ser elegante, as funcionárias também são de tirar o chapéu, o senhor tem um bom gosto. Também pudera! Dessa idade tem mais é que se rodear de gente bonita, não é mesmo? De feio já basta a vida. — vocês se lembram que eu disse que quando estou nervosa eu começo a falar e não consigo parar? Então, esse é um desses momentos, estou parecendo a Milene Pavorô quando fala merda para o Silvio Santos e dispara a falar para ver se ele esquece.

No meu caso o senhor Martins não esqueceu.

☘️

— Ei, e aí? Conseguiu o emprego? — me assusto ao ver o cara que não deve ter mais de trinta anos me encarando.

— O que você está fazendo aqui? — pergunto esquecendo por um momento minha lamentável humilhação.

— Fiquei esperando para saber se havia conseguido. — ele diz dando de ombros.

— Sabe meu potencial? — pergunto. — foi para baixa da égua hoje.

— Como assim? — ele arregala os olhos.

— Mês que vem estarei na rua e burra porque não vou conseguir pagar a faculdade. — falo chateada.

— Você pode conseguir outro serviço. — tenta me animar.

— Com esse já são quatro esse mês. — falo me sentando na calçada. — quatro.

— Espera aí. — diz parecendo que se lembrou de algo. — você topa qualquer emprego? — indaga.

— Se você tiver alguém para matar é só me passar a grana. — digo.

— Eu não sou do tipo que assassina as pessoas, mas é bom saber. — ele rir.

— Porque você me perguntou sobre emprego?

— Porque eu acredito que tenho um para você.

Estou novamente na garupa da bicicleta de Lucas indo sabe Deus para onde. Ele não quis me dizer mais nada sobre o emprego e eu na situação em que me encontro não posso me dar ao luxo de bancar a difícil. Preciso conseguir um dinheiro no mínimo para pagar o aluguel e comprar comida para mim e Lúcia. Desde sempre nós cuidamos uma da outra, se uma está alegre às duas estão, se uma está triste às duas estão, e se uma tem dinheiro então às duas vão ter o que comer e onde morar.

Quando morávamos com nossos pais, no Breu Branco, a gente sempre dividia o dinheiro do lanche na escola, quando decidimos vir para Marabá tentar a sorte com um emprego e um curso de valor escolhemos tudo juntas. Já até pagamos mensalidades de faculdade para a outra, somos mais que amigas, somos irmãs de úteros diferentes. Eu amo Lúcia mais que qualquer coisa e sei que o sentimento dela para comigo, é recíproco.

— Chegamos. — Lucas me tira dos meus devaneios.

— Como assim chegamos? — pergunto confusa.

— É aqui que você vai trabalhar. — aponta para o local que nunca em minha vida, nem nas minhas piores alucinações eu imaginei um dia entrar, muito menos trabalhar.

— Um bordel? — falo não acreditando.

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Mais Novo: Capítulo 5 05   11-13 00:08
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