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O ACOMPANHANTE DE LUXO (Série Brothers Ryder)

O ACOMPANHANTE DE LUXO (Série Brothers Ryder)

5.0
19 Capítulo
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Sinopse

Índice

INST4: @lilithya.autora Kayla é uma mulher de vinte e quatro anos que foi trocada pelo namorado por sua irmã caçula Lydia. Nunca imaginou que Adam faria algo do tipo com ela, mas para sua surpresa um envelope chega pelos correios e para sua infelicidade era o convite de casamento. Ela fica desolada, afinal, ainda era apaixonada por Adam e toda a traição só tinha acontecido há apenas seis meses. Ela não achava que Lydia fosse tão audaciosa, portanto, seu primeiro pensamento era rasgar o convite e fingir que aquele papel nunca fora entregue em sua casa, mas Norah que era sua melhor amiga convenceu Kayla a comparecer no casamento, e mostrar a todos que estava viva, bem, forte e recuperada diante de tudo que lhe acontecido. Kayla que também tinha uma mente muito rebelde, aceita a ideia da amiga, no entanto não queria comparecer sozinha ao casamento. Norah então tem a brilhante ideia de chamar um amigo de seu irmão que era um acompanhante de luxo. O que será que acontecerá neste casamento?

Capítulo 1 CAP 1 - KAYLA

Acordo abrindo os olhos calmamente, mas ainda cansada e como de costume vou direto tomar um banho. Entro no banheiro e começo a me despir. Prendo meu cabelo em um coque alto com um lápis deixando o mesmo um pouco apertada. Entro no box e ligo o registro deixando a água quente escorrer sobre meu corpo e sinto os meus músculos relaxarem.

Minha cabeça estava muito bagunçada, minha saúde mental está uma merd* e meu corpo está tão cansado. Adam parece querer tomar conta de todos os meus sonhos e pensamentos do dia e da noite e para piorar, eu estava recusando todos os convites de encontros familiares aos fins de semana na casa da minha mãe ou da minha avó apenas para não ter que encontrar Adam e Lydia e com isso minha mãe já estava me difamando para toda a família dizendo que eu havia abandonado a todos. Merd*! Que mulher impaciente! Quero um tempo para mim, apenas isso. Tudo bem que meu relacionamento havia acabado há seis meses, mas eu ainda estava atordoada. Quando eu acho que estou bem, tudo volta na minha cabeça como um maldito flashback. Eu odiava flashback. Quer dizer, ainda odeio. Sempre aparecem em momentos inapropriados e te fazem sentir a pessoa mais otária do mundo. Tudo bem que na situação em que eu me encontro eu me sinto sim a pessoa mais otária do mundo. Mas um maldito flashback não precisa ficar o tempo inteiro avisando isso. Já não basta ter o Adam e a Lydia esfregando na minha cara tudo o que estava acontecendo.

Norah fala que preciso procurar um psicólogo. Deveria seguir o conselho dela, mas às vezes o que eu acho que realmente me faria bem era pegar a cara do Adam e arrastar no afasto e furar os olhos da minha irmã com garfos. Realmente preciso de um psicólogo! Estou sendo completamente agressiva, mas eu não me importo. Ninguém ligou para os meus sentimentos. Muito menos Lydia que era a minha irmã caçula e que estava trepando com meu namorado. Minha única irmã. A irmã que deveria ser minha confidente e melhor amiga. E não foi a primeira vez que aquela idiota fez isso. Sempre foi assim, desde a adolescência. Ela sempre teve esse comportamento ridículo de roubar meus namorados. Minha irmã é uma vadi* e eu a odiava com todas as forças. Eu até tentava me dar bem com ela depois apenas para que mamãe não ficasse enchendo meu juízo e também porque ela era a minha única irmã, mas era como se ela me odiasse e tentasse me afastar de todos os modos. E eu era a vítima. Eu que deveria odiá-la, não ao contrário. E depois de um tempo vi o cafajeste que Adam era. Um tremendo babaca. Eu me martirizo todos os dias por ter me batido com ele naquela maldita boate. Era para eu ter ficado em casa com minha maldita cólica.

Naquele dia eu estava sentindo aquela famosa cólica "sua menstruação tá chegando e esse mês você vai sofrer como um inferno. Vai sentir uma amostra grátis não pedida de parto e vai sofrer por sete dias até não aguentar mais e pedir para morrer!" e mesmo assim eu fui para a boate com uma outra amiga minha já que Norah estava trabalhando naquele dia. Lá eu havia me esbarrado nele e derrubei meu Martini em sua incrível camisa de botões. Eu tive o imenso prazer de levá-lo para meu apartamento, que não era longe da boate, para lhe dar uma camisa que o irmão de Norah havia deixado em meu apartamento já que era comum ele e Norah dormirem lá. Ele ficou sem camisa na minha frente e put* merd* que homem gostoso, não resisti e então rolou.

Idiot*! Mil vezes idiot*!

E sua amiga ainda te alertou sobre o canalha. Mas você deu ouvido? Não! Tinha que se entregar para ele por quase dois anos!

Como eu era estúpida. Suicídio era uma solução rápida. Envenenar-me seria doloroso. Cortar os pulsos também. E se eu me jogasse de um penhasco? Será que doeria? Não! Eu jamais daria esse gostinho a Lydia. Ela teria que me engolir.

Saio do banheiro e volto para meu quarto, e começo a me arrumar para o trabalho, abrindo meu guarda-roupa pego minha roupa, escolhi uma saia preta social justa com uma fenda na perna, juntamente com uma camisa de botões branca e para finalizar um salto agulha preto.

Eu tenho vinte e quatro anos e sou empresária de um cantor famoso. Tyler Cross era a minha estrela! Tyler foi um menino no qual eu vi crescer e vi rapidamente o talento que o menino tinha. Ele era meu vizinho quando eu morava em Las Vegas e o Ty me adorava. Eu era sua babá quando ele era criança e os pais tinham que sair para trabalhar. Ele tinha quinze anos quando estourou nas paradas de sucesso com um de seus singles. Ele precisava de empresário e vários idiot*s apareceram na época, mas uma vez nós conversando eu falei brincando que se ele quisesse eu seria sua empresária. E a brincadeira virou realidade. Nós agora viajamos para todos os cantos e ele não confia sua vida a ninguém a não ser a mim e a Norah.

Norah Ross é a minha melhor amiga. Com seus vinte e cinco anos, Norah conseguiu ser uma investigadora do FBI de nome e muito respeitosa. Sofreu bastante para chegar aonde chegou por ser uma mulher negra, mas hoje conquistou seu trabalho na sociedade. A mesma coisa era seu irmão, Jay. Ele era advogado criminalista e tinha trinta anos. Ambos por serem pessoas da lei, vivem cercados de segurança e isso inclui a mim e ao Tyler. Como melhor amiga de Norah, eu era sempre acompanhada por pelo menos dois de seus seguranças fora os do Tyler. Norah já colocou muita gente na cadeia, assim como Jay. Já atentaram contra a minha vida e graças aos seguranças, hoje estou bem viva. Norah e Jay já não têm mais pais. Tornaram-se adultos desde cedo já que a família não se importava com eles.

Como se já não bastassem os seguranças da Norah e do Jay, eu tinha que conviver com os do Tyler também. Apesar de ele odiar, assim como eu, era extremamente preciso e necessário e eu dava graças a Deus por Tyler entender isso. Os pais de Tyler faleceram há quase um ano em um acidente de carro. Depois de uma temporada de shows, o pai de Tyler havia levado ele e a mulher Miranda para pescarem no lago. Na volta para casa depois do final de semana, estava chovendo muito e o carro derrapou em uma estrada de barro e o mesmo acabou capotando. Tyler por um milagre saiu ileso. O acidente não foi muito distante do nosso bairro e Tyler ainda conseguiu ligar para mim e para a emergência. Quando eu cheguei ao local do acidente, Tyler estava deitado no chão de terra segurando a mão da mãe que ainda estava consciente. Seu pai morreu na hora. Quando conseguiram livrar Miranda das ferragens do carro, correram às pressas para um hospital. Eu havia entrado na ambulância com ela enquanto Norah tentava o acalmar e levá-lo para o hospital em seu carro. Na ambulância Miranda havia virado seus olhos para mim e os meus olhos já estavam em rios de lágrimas, era como se fosse uma despedida. Eu tinha Miranda como segunda mãe. Ela era sábia e amiga. Era tudo o que eu mais precisava e nosso relacionamento era muito forte. Ela levantou a mão como se me chamasse e eu fui até ela. Segurei sua mão e beijei a mesma ainda chorando horrores. "Cuida do meu filho para mim". Foi a última coisa que Miranda disse para mim ainda em vida. E isso me fez chorar mais ainda.

Por causa da fortuna do menino por ser um astro famoso e pela herança de pais médicos, toda a família queria a guarda dele, já que ele era menor de idade. Eu achava isso ridículo. Ninguém ligava para ele, muito menos os avós e as tias que moravam perto nunca fizeram a mínima questão de visitá-lo. Bom, Tyler disse para o juiz que não queria ficar com ninguém da família, mas que queria ficar comigo. Com certeza Miranda havia ficado feliz onde quer que estivesse. Miranda sabia de cada cobra da sua família e me fez questão de contar sobre todos em nossas conversas. A verdade é que o processo está correndo na mesa do juiz e por enquanto eu estou com sua guarda provisória. Foi uma surpresa e tanto virar "mãe" de uma hora para outra, mas com a ajuda de Tyler estou me saindo bem. A família dele me odeia por isso. E pouco me importo. Eu estava sendo aprovada pelo Tyler, isso sim me importa.

Acabo de me arrumar e pego meu Porsche seguindo para a casa de Tyler e vejo dois carros pretos da equipe me seguirem. Eu tinha meu próprio apartamento, e eu passava uma semana no meu apartamento e uma semana na mansão de Tyler. Se a família dele soubesse disso, usaria isso contra mim. Na verdade, foi escolha de Tyler que a gente vivesse assim. Ele diz que eu de certa forma precisava ter a minha vida. No início eu briguei, mas com o tempo eu vi que isso me fazia bem, assim como ao Tyler e acabei me acostumando com essa rotina de cada semana um lar. Essa semana eu iria dormir em casa, mas eu ainda trabalho, né? E temos muito a fazer hoje.

Chego à casa de Tyler e logo entro estacionando meu carro em frente à mansão.

— Precisa de ajuda, senhorita White? — questionava o mordomo com toda a sua elegância. Ele tem um ar tão sério que às vezes me sinto intimidada. Hernesto tem lá os seus quarenta ou cinquenta anos. Trabalhava para a família há anos e continuou desde o acidente dos Cross. Saio do carro e aperto o botão que trava o meu carro e aciona o alarme.

— Não, Hernesto. Está tudo bem. — digo sorrindo para ele entrando na mansão sem esperar que ninguém abra para mim. Afinal, a mansão também era minha e eu me recuso a ter todas essas formalidades. Chega a enjoar — Bom dia, Dilan. — cumprimento Dilan que era o chefe de segurança do Tyler.

— Bom dia, senhorita. — ele responde sério como sempre e passa por mim falando algo em sua escuta que eu não me preocupei em saber o que era. Tanto a equipe de Tyler quanto a de Norah eram grandes. A verdade é que ainda não me acostumei com tanto homem de preto ao meu redor.

— Hernesto, cadê Tyler? — pergunto ao chegar à sala e não ver o mesmo. Começo a varrer o térreo com o olhar.

— Ele está no quarto dormindo, senhorita. — informa ele — Já o chamei e ele ainda não levantou da cama. — diz Hernesto com sua voz rouca e séria.

— Pois comigo ele vai levantar! — digo firme largando minha bolsa no enorme sofá da sala.

Parto para o quarto de Tyler em passos tão firmes que cheguei a nem me reconhecer. Só andava assim em extrema raiva, e era isso que eu estava sentindo agora. É só eu sair da mansão que Tyler dorme tarde, acorda tarde, come besteiras. Eu tenho que voltar para cá! Abro a porta com tudo e mesmo assim o desgraçad* não mexe um músculo. O seu vídeo game, TV e computador estavam ligados fazendo suas músicas se misturarem pelo quarto. Aquilo me deixou mais furiosa ainda. Aproximei-me de Tyler e o mesmo estava esparramado na cama que estava suja de refrigerante. Ele estava deitado de bruços com o braço para fora da cama e o rosto para o lado completamente amassado.

— Acorda, porr*! — digo dando tapas em sua cara. Ele contraiu o rosto em cada tapa. — Acorda projeto de Satã! — continuo dando umas tapas em sua cara e ele faz algumas caretas. Seguro-me para não rir à sua frente, mas com certeza eu daria belas gargalhadas se minha intenção não fosse realmente brigar.

— Para, Kay! — ele reclama cobrindo o rosto com uma coberta.

— Levanta, Tyler! — ordeno — E pode desligar todos os aparelhos eletrônicos desse quarto. Você não trabalha em uma empresa de energia, garoto! — digo puxando a coberta dele — Você tem dinheiro, mas tem que aprender a usar ele! — reclamo ainda tentando puxar a coberta dele e a mesma estava presa em seu corpo. Com dezesseis anos, Tyler era tão forte e com um porte corporal tão atlético. Ele é realmente grande!

— Me deixa dormir! — ele reclama. Olho para o relógio na parede de seu quarto.

— Levanta logo que já é meio dia. — Puxa! Nem eu acredito que dormi tanto assim — Tyler Gillian Cross! Se você não aparecer naquela sala em meia hora, eu juro que vou subir e te puxo pelos cabelos! — ameaço — E se eu tiver que fazer isso, sem mesada por três meses! — coloco as mãos na cintura em revolta e faço bico.

— Mas... — ele protesta.

— Mas nada! — o corto indo até a porta — Meia hora, Tyler! Meia hora! — alerto-o.

Desço as escadas furiosa. Às vezes eu me esqueço de que ele é um adolescente, mas ele não é um adolescente comum. Tyler é um astro famoso. Mas não vou ficar fazendo seus caprichos por isso. Tyler tem que ter responsabilidades.

Parto para a cozinha e cumprimento Lucy e as meninas da cozinha. Elas sorriem para mim como sempre. Todos os funcionários desta casa são super amigáveis. Pego uma fatia de bolo de chocolate colocando no prato. Volto para a sala e ligo a TV e vejo que não está passando nada de interessante. Coloco em um noticiário e vejo-os falarem do Ty. Decido assistir isso mesmo por falta de opção. Começo a comer meu bolo de chocolate desesperadamente e me vejo toda suja. Pareço uma criança. Desde que terminei com Adam, eu venho comendo descontroladamente. Bendito seja Deus que me deixa comer e não engordar.

A campainha toca e vejo Hernesto se encaminhando para a porta indo atender. Troco de canal pois já estava chato ver aquelas garotas gritando pelo Ty. Coloco no filme Karatê Kid e vou assistir. Irônico, né? O nome do filme é Karatê Kid e o menino luta Kung Fu.

— Olá, Hernesto. — escuto a voz tão familiar de Norah. Como já é da casa, Norah não precisa ser anunciada. Nem ela e nem o Jay. A vejo vindo até mim livremente — Chocolate de novo? Sua nutricionista vai surtar. — ela revira os olhos.

— Tanto faz. — dou de ombros — O bom é que eu não engordo. — dou um sorriso amarelo em sua direção e ela revira os olhos mais uma vez.

— Como você está? — pergunta ela se sentando ao meu lado e colocando suas pernas em cima da minha coxa.

— Já te disseram que você é muito folgada? — questiono com a sobrancelha arqueada em sua direção e com cara de deboche.

— Já. — ela responde com um sorriso cínico nos lábios — Mas eu juro que não ligo. — ela ri ironicamente.

— Nem percebi, Norah. Nem percebi... — respondo na mesma ironia — Então... Respondendo sua pergunta. Tô bem. — digo forçando um sorriso, mas logo lágrimas começam a rolar pelo meu rosto. Como eu era fraca. Meu Deus! É só lembrar-se daquele maldito cafajeste que tudo muda. A mulher na qual eu tentava ser nos últimos seis meses desmorona e começa a chorar feito uma criança mimada e aborrecida.

— Ai, amiga! — Norah me abraça e em seguida me dá um tapa na cabeça — TOMA JUÍZO, MULHER! ISSO JÁ TEM SEIS MESES. — minha amiga tem sérios problemas de bipolaridade, só pode.

— Ai! — digo ainda chorando e passando a mão onde ela deu o tapa — Não dá para esquecer tão fácil assim. — seco as lágrimas do meu rosto e sinto o mesmo molhado bruscamente.

— Mas você tem que esquecer, amiga. Poxa! Odeio te ver assim! — Norah me abraça mais uma vez e eu sei que dessa vez ela não vai me bater. Pode ser louca, mas faz o que tem que fazer quando tem que fazer. Eu sei que precisava daquele tapa. Talvez até mais.

— Minha irmã, Norah. Minha própria irmã. — digo chorando mais ainda e Norah passa a mão em meu cabelo acariciando o mesmo.

— Sua irmã é uma vadi* louca e eu sempre soube. E o Adam é um galinha que nunca me enganou. Sempre desconfiei. — ela aperta os olhos ao tocar no nome dele. Que seus santos não se batiam eu já sabia e sempre soube.

— Eu sei que você fez uma pesquisa sobre a vida dele. Não adianta esconder. — passo a mão no rosto para secar minhas lágrimas que ainda insistem em descer mesmo sem ordem. Malditas lágrimas.

— Como você sabe que eu fiz isso? — ela arregala os olhos para mim. Norah iria surtar, mas eu tinha que falar.

— Há três semanas quando eu fui ao seu apartamento pegar a minha bolsa que eu tinha esquecido quando passei a noite lá, eu vi toda a papelada em cima da sua mesa, Norah. Eu vi. Não adianta tentar esconder porque eu já sei de tudo — digo e ela cerra os olhos — Desvantagem de ter amiga do FBI. — sorrio fraco e sem humor e ela sorri junto — Quando você pegou os papéis, Norah? — questiono. Eu queria saber a quanto tempo ela escondia aquilo de mim. Sei que não era por mal, ela só não queria me ver chateada. Norah está sofrendo por me ver assim, eu sei. Mas o que posso fazer? Eu amo aquele idiota ainda, mesmo que namore com minha irmã.

— Quando vocês fizeram seis meses de namoro. — ela responde cabisbaixa. Um ano e meio que a minha melhor amiga sabia da verdadeira face do meu ex namorado e não me contou nada. Aquilo doeu, mas sei que ela só estava me protegendo. Só que eu ainda acho que ela deveria ter me contado. Os papéis eram um levantamento da vida de Adam. Tudo da vida dele. Do dia que nasceu até a última mulher que ele pegou. Ela fez uma investigação completa sobre ele. Naquela ficha tinha tudo mesmo, até alergias estranhas que eu nem sabia que ele tinha. Mas algo criminoso ele não tinha pelo o que eu pude ver até então.

— Eu acho que merecia que você tivesse me contado na hora! — digo firme e com certa raiva — Poxa, Norah! Ele me traiu com a minha irmã e tive o desprazer de pegá-los juntos. — agora eu entendo o motivo de Norah ser tão fria e ignorante com Adam. De uma hora para a outra ela tinha ficado rude com ele e começou a me mandar ficar longe dele, que ele não prestava e que não era gente de boa índole. De uma hora para outra não, Norah realmente não ia muito com a cara de Adam. E foi por causa do que ela descobriu sobre ele. Norah às vezes consegue ser bem estranha. Ela tem uma coisa de detetive que leva até na vida pessoal. É como se ela sentisse que a pessoa não é “de bem”. Ela não erra pelo o que eu já soube. Mas pelo Adam ela havia errado e a ficha dele comprova isso, pelo menos criminalmente.

— Me desculpa, Kayla. Mas eu te mandei ficar longe dele. — ela diz se desculpando e sei que ela está sendo sincera. Norah podia omitir, mas jamais mentir — E eu te juro que não sabia da sua irmã. Fiquei tão chocada quanto você. Bom... Talvez nem tanto. — ela dá de ombros e eu cerro meus olhos inchados de lágrimas.

— Por quê? — questiono a fitando o olhar. Eu sabia que Norah descobriu quando eu contei a ela, mas às vezes as atitudes dela me deixavam com uma pulga atrás da orelha.

— Sendo qualquer outra put* eu ficaria realmente chocada. Mas no momento em que você disse o nome "Lydia", minha querida amiga, aquilo não me surpreendeu. — ela diz com um sorriso debochado e uma certa ironia que me impressiona — Sua irmã é a pior put* que existe no mundo. Onde já se viu? Vive roubando os namorados da irmã e ainda troca de homem como troca de roupa. Aquilo foi uma bela falta de surra quando criança. Isso que faltou na educação dela. Ainda mais com aquela sua mãe, me desculpa por falar isso, amiga, aquela sua mãe otária que passa a mão na cabeça de tudo que a filha faz e fala. E com aquela sua tia, não me desculpe por dizer isso, puta feito à sobrinha que apoia tudo o que a Lydia faz. — Norah diz com indignação e eu rio de sua revolta repentina. Que Norah não vai com a cara de Lydia não é novidade para ninguém, especialmente para mim. No dia que Norah tiver a oportunidade de bater em Lydia, ela não vai aliviar e eu quero estar lá para presenciar tudo e rir bastante. Se possível eu quero até gravar para registrar aquele lindo momento. Basta Lydia dar um vacilo para cima de Norah que ela arrebenta Lydia — Só gosto do seu pai que ele é uma pessoa muito gente boa e amigão. Ele é tipo um você da vida. — ela diz e eu sorrio do comentário sobre meu pai.

Norah adorava o meu pai, o tinha como um pai e o senhor Mark a adorava como filha. Graças a Deus os dois se entendiam muito bem. A sua relação com a minha mãe é razoável. Mamãe só não gosta do fato da Norah falar mal da Lydia e acha que foi ela quem fez minha cabeça contra a minha irmã. Como se isso fosse preciso. Já sua relação com a minha tia não era das melhores. Quando as duas ficam no mesmo lugar, faltam sair nos tapas como se fossem eu e Lydia. Elas ficam se alfinetando o tempo inteiro e minha tia não esconde não gostar da Norah. A verdade é que nem a minha relação com a minha tia é boa. Maya nunca escondeu sua preferência pela Lydia. Não que eu me importasse com isso, ela poderia gostar da minha irmã o quanto quisesse, mas o negócio é o modo como ela me tratava. Tia Maya nunca me tratou bem. Ela poderia não gostar de mim como nunca gostou, mas eu também não admito que me destratem como ela me destrata. E o pior é que eu não aguento com a minha língua na boca e falo o que tenho que falar na sua cara.

A papelada que Norah havia pego sobre Adam não era ficha criminal ou algo assim. De certa forma até que era. Mas sua ficha criminal era limpíssima. Estava longe do Adam de ser fora da lei. Pelo menos eu acho. Ele poderia ser o mais canalha que for, mas nunca fora da lei. Norah havia pego o levantamento da vida dele mesmo. Nome completo, aparência física, nome dos pais e padrinhos, escolas anteriores, formação atual, relacionamentos antigos... Essa era a pior parte.

Adam O'Brien Campbell: Vinte e oito anos, cabelos loiros, olhos verdes e natural de Virginia. Modelo e designer. Antes de mim, namorou cerca de oito mulheres em um ano. Adam era o pior cafajeste que um homem poderia ser. Ele começou a se relacionar com minha irmã cerca de três meses depois que começamos a namorar. E a gente ficou junto por dois anos. Nem acredito que perdi dois anos da minha vida com aquele canalha. Eu o encontrei na cama com a minha irmã e ela teve coragem de jogar na minha cara tudo que havia feito com ele. Eu os encontrei no apartamento dele. Eu havia ido até lá pois eu tinha brigado com minha mãe. Norah estava trabalhando e Tyler em um show em que eu não pude acompanhá-lo. Eu precisava desabafar com alguém e tinha ido correr logo para os braços do meu namorado que até então eu achava que era o namorado mais perfeito do universo. Quando eu cheguei em seu apartamento, foi a pior decepção da minha vida. Adam estava sentado no meio de sua cama e minha irmã Lydia sentada em seu colo de frente pra ele apenas de sutiã. Ele tinha a cara enterrada em seus seios. Aquilo havia sido a gota d'água. Eu puxei minha irmã pelos cabelos até que ela caísse no chão. Montei em cima dela enchendo sua cara de murros. Não era tapas, eram murros mesmo. Nunca fiz arte marcial e nem algo do tipo. Norah e seu irmão Jay haviam me ensinado alguns golpes para defesa pessoal. Nunca havia usado com ninguém e aquela era a boa hora para usar. Dei alguns socos, mas logo senti minha mão reclamar de dor. Lydia virou sua cara para o lado e cuspiu um pouco de sangue e voltou seu rosto para mim rindo. Ela nem tentou se explicar, apenas me disse das aventuras deles. Adam também nem tentou se explicar. Jogou na minha cara que minha irmã era mil vezes melhor de cama do que eu. Aquilo tinha sido uma dor no meu coração. E então eu decidi odiá-los. Eu odeio a Lydia. Não suporto ficar cara a cara com ela. Minha vontade é de nunca mais olhar pra cara dela. Só que às vezes eu tenho que engoli-la por causa das malditas reuniões de família. Era pela minha mãe e pelo meu pai. Dona Rebecca sempre acha que tem que passar a mão pela cabeça da filha caçula. E dessa vez não foi diferente. Ela disse apenas que era um mal entendido entre irmãs e que tudo acabaria bem. Só que nisso já tem seis meses sem que eu fale com minha irmã. Meu pai achou errado a atitude de Lydia, mas ela era a filha dele. O que ele iria fazer? Lydia disse em sua cara que estava apaixonada pelo Adam e que faria tudo outra vez. O que me dói é que não é a primeira vez. Quando adolescentes, Lydia roubava meus namoradinhos e dizia sempre a mesma coisa. Sempre foi assim com essa maldita. Roubava todos os meus namorados.

E o Adam? Ah... Eu ainda amava aquele filho da put*. Não importa o quanto ele me humilhou e as coisas que ele faz e fez, eu ainda o amava. Era um ódio misturado com amor que chega é difícil de explicar. Eu sei o quão besta eu sou, mas o que eu poderia fazer? A gente não manda no coração e se mandasse, eu já teria deixado de amá-lo há muito tempo. Se Adam pedisse para voltar, eu jamais voltaria. Isso eu tenho a mais absoluta certeza.

Antes de amá-lo, eu me amo acima de tudo. Ele me humilhou e não merece meu amor, disso eu tenho a mais plena certeza. Eu me rebaixo para bater em Lydia, mas eu não me rebaixo a ponto de voltar com aquele cafajeste. Um dia ele abre o olho e verá a merd* que ele fez na vida dele e eu estarei assistindo tudo de camarote e me acabando de rir. Mas eu espero de coração que ela receba um chifre tão pesado quanto o meu. Se a Norah não estivesse comigo, com certeza eu entraria naquelas depressões que a mulher ou para de comer e enche a cara todos os dias, ou come pra c*cete ficando gorda demais assistindo Titanic ou qualquer outro filme romântico na TV. Graças a Norah eu continuei fisicamente bem. Continuei com a minha academia para manter meu corpo a beleza que é e com a minha alimentação regular, às vezes dou uma escapadinha até porque ninguém é de ferro, mas continuo com tudo sobre controle pelo menos por fora...

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