SUCO DE LARANJA 2

BRUNO NARRANDO

Depois de ter encontrado a Ana toda desnorteada parecendo que tinha visto um fantasma ela não conseguia dizer nenhuma palavra, eu já estava agoniado sem saber o que fazê-la mal piscava a gente ficava perguntando as coisas pra ela e ela não respondia.

Eu não consigo entender o que está havendo e o porquê isso estava acontecendo com ela, será que seria algum tipo de trauma?

Bruno: Isso já havia acontecido isso? – Eu perguntei olhando pras meninas que estava tão nervosa quanto eu. Acredito que com o passar dos tempos elas ficaram muito próximas.

Zoya: Só quando ela soube das mortes, foi um choque pra gente. – Ana continuava sentada no carro sem dizer uma se quer palavra aí resolvemos esperar até ela voltar a normal.

Bruno: Você quer ir pro hotel? – Perguntei e ela só afirmou que sim com a cabeça.

Eu passei o cinto nela as meninas entraram no carro e eu também e fui dirigindo devagar o trânsito estava demais, e o silencio dentro do carro era insuportável.

Monick: Ela esta traumatizada com alguma coisa pessoal, isso acontece quando a pessoa recebe uma notícia muito forte ou quando presencia alguma coisa. – Eu fiquei mais ainda confuso o que ela poderia ter visto que abalaria tanto assim.

Ana: Leonardo – Foi a única coisa que ela me disse automaticamente freei o carro.

Dessa vez foi a nossa vez de ficarmos em choque, mas eu fui despertado pelos sons das buzinas dos carros, eu dei partida no carro e parei logo em seguida no estacionamento.

Eu queria perguntar só que eu não queria que ela ficasse pior ainda, tudo isso explica o porquê ela está assim, deva que está passando um milhão de coisas na cabeça dela.

Zoya: Ana por favor... – Zoya implorou por respostas, ela queria muito que o seu pai estivesse vivo mesmo que isso significasse o nosso fim.

Na verdade, eu acredito que fundo ela sabe disso, e quando eu olhei pra Monick eu tive a certeza de que a gente compartilhava o mesmo pensamento, o risco que a gente esta correndo só pelo simples de ter uma mínima possibilidade do Russo está vivo.

Se tem uma coisa que a gente pode ter certeza de que se ele realmente estiver vivo todos nos estamos correndo risco, e eu tenho certeza de que ele não vai perdoar a Zoya só pelo simples fato dela ser filha, ela o traiu, e se tem uma coisa que eu aprendi foi que ele não perdoa traição.

Eu ainda tenho que me preocupar com Ana, o fato dela está assim é porque ela ainda tem sentimentos por ele? Ela continua com dúvidas? Caramba eles são casados.

Minha cabeça ia explodir com tantos pensamentos e pior estou praticamente sozinho nesse barco que se no caso eu não souber navegar vou parar lá no fundo, preciso que Ana me diga mais alguma coisa. Passei por tanta coisa pra ficar com ela, para chegar até aqui perdê-la assim...

Monick: Eu acredito que o melhor a se fazer é a gente voltar pra ilha, lá eu sei que a gente está segura, aliás a gente não tinha nem que ter saído de lá. – Enfim alguém quebrou o silencio.

Pelo espelho eu percebi que a Zoya estava chorando, a situação dela também não é nada fácil.

Ana: Sim vamos voltar pra lá, é melhor – Ela falou olhando para o vidro do carro, eu só queria saber o que estava passando na cabeça dela.

Bruno: Amanhã mesmo estamos voltando! – Liguei o carro e fui dirigindo, a cidade era linda era uma pena gente não ter conseguido aproveitar, eu tinha feito tantos planos pra gente.

Dei uma olhada no espelho e vi a Monick abraçada com a Zoya, pra elas também não deve ser nada fácil, coitada da Monick, o pai da mulher que ela ama quer matar elas duas, mas ela não pode desejar que ele esteja morto porque a mulher que ela ama é filha dele.

Eu vou ser acusado de traição isso eu já estou ciente, e sem contar que ainda estou correndo o risco de perder a mulher que eu amo para o marido dele, isso pode até parecer engraçado, o que faz pensar, será que ela só ficou comigo porque achava que o Leonardo estava morto?

Eu não vejo a hora de ficar sozinho com ela, eu não vou pressioná-la eu vou dar o espaço pra ela, mas sinto que ela está se sentindo sufocada, parece que está se segurando, sua pena estava balançando em ritmo rápido, estava mordendo os lábios com mais força, suas mãos estavam entrelaçadas uma na outra. Ela literalmente não estava bem.

Ana: Falta muito pra chegar? – Ela perguntou me olhando, eu tirei uma das mãos do volante e coloquei sobre a mão dela.

Bruno: Não – Pisei mais no acelerador pois tive a certeza de que ela realmente estava se segurando para não ter uma crise de ansiedade.

A gente chegou no hotel e pegamos o elevador, Zoya e Monick não falava nada Ana e eu muito menos. Quando a porta do elevador se abriu Monick conduziu Zoya para o quarto delas, e eu fiz o mesmo com a Ana.

Quando finalmente abrir a porta a coloquei deitada na cama sobre o meu peito e abracei forte.

Bruno: Pode chorar agora. – Foi a única coisa que eu disse e assim ela fez, ela me abraçou forte e logo sentir suas lagrimas cair sobre o meu peito.